Genoíno foi avaliado por cinco juntas médicas. Todas atestaram seu estado de gravidade. A gerente de Saúde Prisional do DF, Larrisa Ramos, afirmou que nunca havia recebido um preso tão fragilizado como Genoino. “Dos 1,6 mil presos no CRI, ele era o quadro mais grave”, declarou.
Barbosa então pediu a opinião de uma sexta junta de médicos. Dessa vez, ele mesmo escolheu cada médico a dedo. A junta esperou Genoíno melhorar de uma crise, ser medicado, alimentar-se adequadamente, ficar junto da família e se acalmar por uns dias, e, finalmente, deu aos carrascos do STF e à mídia o que eles queriam: mais um factóide político para detonar a imagem de Genoíno e, possivelmente, negar o seu direito a prisão residencial. A tortura de Genoíno parece não ter fim. E dá-lhe achincalhamento nos jornais e TV.
Esta sexta junta atestou a gravidade do caso Genoíno mas afirma que ele não precisa se tratar em sua residência, abrindo espaço para Barbosa lhe negar esta prerrogativa. Confira ao final do post a nota pública do advogado de Genoíno.
O sadismo de Joaquim Barbosa e da mídia já ultrapassou todos os limites.
Os coxinhas psicóticos deveriam entender três coisas:
1) Genoíno não oferece nenhum perigo à sociedade. E a pior pena de todas ele já está cumprindo: ser condenado pela Justiça de seu país. Condenação injusta, mas condenação do mesmo jeito.
2) Será muito mais econômico para o Estado manter Genoíno em prisão domiciliar, onde ele poderá se tratar sem onerar a rede pública.
3) É muito mais seguro Genoíno ficar em casa, porque se ele morrer na prisão, o Judiciário passará à população a imagem de instituição carrasca e insensível, que não tentou evitar a morte de um homem, que mesmo que se o considere o mais corrupto de todos os políticos brasileiros, tem uma história ainda a contar. É um dos parlamentares mais antigos e experientes do país.
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Laudo afirma que cardiopatia de Genoino não é grave
André Richter, repórter da Agência Brasil
Brasília – A junta médica do Hospital Universitário de Brasília, formada para avaliar o estado de saúde do deputado José Genoino (PT-SP), concluiu que ele é portador de cardiopatia “que não se caracteriza como grave”. O laudo foi entregue hoje (26) ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Com a base no documento, Barbosa vai decidir se Genoino, condenado na Ação Penal 470, o chamado mensalão, vai permanecer em prisão domiciliar temporária ou voltará para o Presídio da Papuda.
Foram indicados os seguintes médicos para fazer a perícia: Luiz Fernando Junqueira Júnior, professor de cardiologia da Universidade de Brasília e presidente da junta; Cantídio Lima Vieira, cardiologista e especialista em perícia médica; Fernando Antibas Atik, especialista em cirurgia cardiovascular; Alexandre Visconti Brick, professor de cirurgia cardiovascular, e Hilda Maria Benevides da Silva de Arruda, médica cardiologista do hospital universitário.
No laudo de oito páginas enviado ao STF, a junta médica descreve os problemas de saúde de Genoino e afirma que não necessário tratamento domiciliar. Os médicos afirmam que ele deve receber acompanhamento médico periódico. De acordo com o laudo, Genoino está com “condição patológica tratada e resolvida.”
No documento, os peritos também afirmam que Genoino é portador de hipertensão “leve e moderada”, que é controlada por medicação. Os médicos recomendam dieta hipossódica, prática de atividade física, porém, concluem que não é imprescindível “permanência domiciliar fixa do paciente”.
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Nota Pública
A defesa de José Genoino Neto recebe a conclusão dos médicos peritos que o examinaram com renovada esperança na recuperação físico-clínica de seu constituinte.
Conforme acentuaram os experts, Genoino deve continuar a receber oferta e administração de regime terapêutico.
É importante sublinhar, neste momento, que laudo oficial realizado pelo IML do DF em 19 de novembro corrente atestou a gravidade de seu quadro de saúde.
Ressaltamos, assim, que os exames que embasam o laudo ora apresentado foram realizados pela junta médica três dias após a internação hospitalar de Genoino, nos quais pode ele receber todos os cuidados terapêuticos de que efetivamente necessita.
Seguimos, pois, preocupados com sua saúde, já que, por óbvio, a cadeia, mesmo em regime semiaberto, não apresenta condições mínimas para seu completo tratamento e recuperação.
Luiz Fernando Pacheco – advogado