Dívida pública bruta cai 5%

Miriam Leitão vivia esnobando, até pouco tempo, a forte queda da dívida pública líquida dizendo que a dívida bruta havia crescido. Agora – estranhamente – parou de falar nisso.

Fui pesquisar e entendi porque.

A dívida bruta de fato registrou um pico em 2012, embora ainda permanecendo em patamar muito inferior aos de 2003 ou 2002.

Mas este ano voltou a cair, e está em nível historicamente bastante baixo.  Em setembro de 2013, estava em 64,1%, queda de 5% sobre o final de 2012.

Para os padrões internacionais, dívida de 64% do PIB é um luxo.

Está, sobretudo, bem menor do que em 2002, quando atingiu 76,7% do PIB. Ou seja, a era FHC, tão elogiada por Marina Silva como “tempo da estabilidade”, na verdade nos legou um país com finanças estouradas.

A dívida pública líquida, por sua vez,  atingiu, em setembro de 2013, o mais baixo nível de sua história: 35,4% para o governo geral (União, Estados e Municípios), e 22,7% (governo federal e BC).

Olhe o gráfico e confira como estávamos antes. Esses números desmentem qualquer descontrole nas finanças públicas, ou fissura na política de responsabilidade fiscal. O Brasil continua aprimorando suas contas públicas, e reduzindo seu endividamento. Se formos analisar o perfil das dívidas, teríamos outra boa notícia: estão menos atreladas ao dólar; estão mais seguras, atreladas a juros pre-fixados ou à taxa selic. A dívida pública brasileira está mais qualificada e menor.

 


 

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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