Estranhei o fato do do relatório anual do Latino Barometro 2013 não ter recebido tanta atenção da mídia brasileira, ainda mais porque a presidente Dilma apareceu bem mal na fita. No Brasil, a pesquisa foi conduzida pelo Ibope justamente no auge das “jornadas de junho”, quando houve uma explosão emocional de insatisfação e mau humor, que derrubou a popularidade da presidente, que até então surfava num confortável olimpo de aprovação.
Lembrei do Latino Barometro porque o colunista político do Estadão, José Roberto de Toledo, cita-o hoje. Naturalmente, Toledo destacou apenas um dos dados negativos para o Brasil.
Então eu fui no site da ONG chilena que faz o Latino Barometro e analisei calmamente todo o relatório. E entendi porque a mídia preferiu tratar o documento com reservas. É que o preço de falar mal da Dilma seria muito alto: teria que falar bem do Equador, por exemplo, cujo presidente Rafael Correa, goza de altíssima aprovação popular. E teria também que mencionar o crescimento da aprovação à democracia em toda América Latina, em especial nos países “bolivarianos”.
O país que registrou o maior crescimento de aprovação à democracia foi a Venezuela, e justamente durante o período chavista.
E a Venezuela figura em primeiro lugar no ranking dos países onde se mais apoia a democracia como melhor forma de governo:
No total da América Latina, a satisfação com a democracia ultrapassou os índices da Europa. Outros gráficos mostram ainda o Brasil entre os países onde há maior segurança alimentar de seus cidadãos. Não estou dizendo que as coisas são maravilhosas no Brasil, apenas comparando com outros países latino-americanos. Nota-se ainda, em 2013, uma disparada positiva nas expectativas de melhora da situação futura pessoal dos cidadãos. Essas informações estão relacionadas nos gráficos abaixo:
PS: O jornal O Povo divulgou um infográfico traduzido, com o ranking de apoio à democracia na América Latina. O Brasil tem uma das piores posições.
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