O Estadão de hoje deu a seguinte manchete:
A matéria se baseia em gravação mostrada no Fantástico. A reportagem do Fantástico, que é relativamente bem feita, traz muitos outros elementos.
Só que a informação sobre a doação eleitoral do servidor para a campanha de Antônio Donato é a mais frágil, porque apenas baseada numa conversa entre a ex-amante de Luiz Alexandre Camargo Magalhães e o próprio. E não tem muito sentido: um servidor, um indivíduo, doar R$ 200.000 para a campanha de um vereador? Nonsense. Para vocês terem uma ideia, o Itaú doou R$ 1 milhão para a campanha de Alckmin a governador em 2010, e mais o mesmo valor para Mercadante. O Itaú, maior banco privado do país.
O fato é que a mídia está nervosa com a possibilidade do escândalo da prefeitura paulista causar impacto eleitoral positivo para o PT de São Paulo, como certamente irá causar, e está plantando matérias para confundir a opinião pública. A ex-amante de Magalhães é uma mulher visivelmente furiosa com o fato de estar ganhando uma pensão de R$ 700, pelo filho que eles têm, enquanto o servidor arrecadava mais de R$ 60 mil por semana. Além de ladrão, o sujeito era um tremendo unha-de-vaca. E unhas-de-vaca não saem doando R$ 200 mil para campanhas de vereador.
De qualquer forma, os jornais têm um manancial tão grande de documentos, gravações, depoimentos, denúncias, confissões, admissões, etc, que é realmente ridículo focar numa acusação inverossímil de uma ex-amante furiosa, sobre uma campanha de vereador de 2008.