O Fernando Brito publicou há pouco uma análise sobre pesquisa do Instituto Nassau feita em Pernambuco. O levantamento traz dados sobre intenções de voto, imagem dos pré-candidatos presidenciais, grau de informação e opinião sobre a recente união entre Campos e Marina.
Ao final do post, ele dá o link da íntegra da pesquisa.
Então eu fui lá, examinei tudo com calma e resolvi fazer um post com tabelas selecionadas da pesquisa, seguida de alguns comentários.
Lula e Dilma somam 36% dos votos espontâneos, contra 14% de Eduardo e 3% de Marina. Considerando que Dilma terá o maior tempo de TV, onde aparecerá Lula ao lado dela, o fato mostra que não será moleza para o governador do estado. Interessante notar a ausência absoluta de Aécio Neves na espontânea.
Vale notar ainda a força de Dilma na região do sertão, força esta que iremos encontrar em todas as tabelas: nesta região, ela tem 26% dos votos espontâneos, contra 17% de Campos. Daí o título do post.
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Interessante notar que a força de Campos reside nos homens do estado: entre estes, Campos tem 36%, contra 28% de Dilma; entre as mulheres, empate de 31% X 32%.
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A rejeição de Serra é um fenômeno ao qual Pernambuco não escapa. Mas é interessante notar que Aécio, mesmo tão pouco conhecido, tem rejeição maior que Dilma Rousseff. Marina Silva também tem uma rejeição curiosa em alguns segmentos. Entre os moradores do Sertão, por exemplo, ela é a mais rejeitada entre os candidatos – o que pode atrapalhar Campos.
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Na segmentação por faixa etária e escolaridade, o fato curioso é que Aécio Neves é o nome mais rejeitado entre os entrevistados com grau de ensino superior (17%); entre os mesmos, Campos tem rejeição de 11%, maior que a de Dilma, com 10%.
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Maioria dos pernambucanos (42%) responderam não. Curioso notar que o “não” mais forte veio da faixa de renda que ganha acima de 5 salários. O Sertão também soltou um “não” bem contundente à candidatura de Campos: 55%.
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Confrontado com Lula, o eleitor pernambucano rejeita com bastante força a candidatura de Campos. No sertão, 72% responderam que são contra uma candidatura de Campos contra Lula.
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Diante de Dilma, a rejeição à uma candidatura de oposição liderada por Campos é menor, mas ainda é substancial: 40% na média geral. No sertão, porém, 69% acham que Campos NÃO deveria concorrer contra Dilma.
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A tabela acima é importante, porque indica se o eleitor interpretará a dissidência de Campos como uma “traição” ou não, embora isso seja ligado, naturalmente, à imagem que o eleitor tenha de Lula e Dilma. De qualquer forma, está bem claro que, para grande maioria (74%), foi Eduardo Campos quem rompeu com o governo federal.
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Observe que 60% dos entrevistados não sabem que Eduardo rompeu com Lula e Dilma. Entre os mais pobres e menos instruídos, esse índice é maior. Por outro lado, note-se que a cidade do Recife é a mais desinformada, o que é estranho. Os meios de comunicação da capital estariam bloqueando essa informação?
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Lula continua sendo o político mais confiável entre os pernambucanos (37%), seguido de Campos (21%) e Dilma (15%). Na capital, Campos e Dilma empatam com 16%. No sertão, Lula (51%) e Dilma (25%) pontuam bem mais que Campos (12%).