Caros leitores, dessa vez eu fiquei lhes devendo um maior aprofundamento sobre o leilão do Campo de Libra. Sou da opinião de que, em alguns casos, o silêncio é a resposta mais inteligente, embora este não seja um ditado afeito a rotina de um blogueiro.
De qualquer forma, me sinto plenamente contemplado pelo amigo Fernando Brito, do Tijolaço, um nacionalista de ética sólida, weberiana, responsável e consequente. Mais interessado em defender o que acredita ser melhor para o país do que aparecer bem na foto.
Brito acha que o Leilão de Libra, pese todos seus defeitos (que ele admite existir) será um passo importante para garantirmos a nossa soberania e independência econômica.
Listo abaixo o resumo de alguns argumentos, que o Brito oferece com melhor riqueza de detalhes:
1) O Estado vai ficar com a maior parte dos dividendos gerados com o petróleo extraído no Campo de Libra. Possivelmente mais de 70%.
2) A Petrobrás será a operadora única do Campo.
3) Há um marco regulatório sólido, que estabelece uma cota nacional para os produtos, serviços e equipamentos utilizados.
4) A legislação trabalhista permitirá que a maior parte dos empregos gerados sejam estáveis e em território brasileiro.
5) O marco legal estabelece que os royalties irão todos para educação e saúde.
6) Os americanos caíram fora. Ótimo.
7) É bobagem esperar mais 5,10 ou 20 anos para explorar Libra, como seria o caso se cancelássemos o Leilão. Até lá, o petróleo pode perder valor, ao ser substituído por outra fonte de energia.
8) A Petrobrás não tem dinheiro para fazer tudo sozinha. Por isso a China é bem vinda. A gente iria explorar aquele petróleo para vendê-lo de qualquer forma.
9) Há outros campos do pré-sal que a Petrobrás está explorando sozinha. E há os que ainda está por descobrir. Temos que acelerar a exploração para usar os recursos em prol do nosso desenvolvimento tecnológico.
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Eu acrescentaria o seguinte: o valor do petróleo está no dinheiro que ele pode gerar ao Brasil. A exploração do Campo de Libra vai gerar recursos para financiarmos nossa saúde e educação. Ficar esperando que ainda mais dinheiro poderia ser gerado, caso não houvesse leilão, é se deixar levar por uma expectativa arriscada e talvez falsa. Quem quer tudo, acaba ficando sem nada. Não podemos deixar o nacionalismo se corromper numa espécie de cobiça inconsequente. Mais vale 70 a 85% na mão, do que 100% parados no fundo do mar.
Daqui a 30 ou 40 anos, talvez o petróleo esteja obsoleto, e o desenvolvimento econômico do Brasil, se tudo der certo, terá atingido um estágio muito mais avançado. Aí sim é que não precisaremos do pré-sal.
Temos que explorar logo essa riqueza, com a urgência que o nosso atraso econômico demanda. Lá embaixo, o pré-sal não vale nada. Ele só irá ter valor quando o brasileiro parar o carro no posto e abastecer. Ou quando o derivado virar plástico em alguma fábrica.
Por fim, uma parceria com a China tem um significado geopolítico muito especial para o Brasil.