O risco de 2013 ser um ano bom para a economia

Os urubus estão acuados com o bombardeio de notícias promissoras para a economia brasileira, e nervosos com o risco cada vez  maior de 2013 ser um excelente ano para o Brasil, o que enterraria os sonhos da oposição.

O IBGE acaba de divulgar a inflação de agosto.  O índice ficou em 0,24%, quase a metade da inflação em igual mês do ano passado. No acumulado 12 meses, a inflação registrou queda substancial e ficou em 6,09%, abaixo do teto de 6,5%.

 

Os que vinham apostando numa disparada inflacionária provocada pela alta do dólar terão que rever seus prognósticos. O dólar alto certamente pressiona muitos setores da economia, mas também ajuda outros. A indústria nacional, por exemplo, ganha competitividade. A exportação de veículos registrou o melhor desempenho de sua história: US$ 1,67 bilhão, crescimento de 22% sobre o ano anterior.

E não foi um aumento puramente “cambial”. Segundo a Anfavea, o volume de unidades exportadas em agosto deste ano foi 50% superior ao registrado em 2012.

Com isso, as montadoras prevêem agora um crescimento de 12% na produção de veículos, estimativa que representa mais que o dobro do que previam no início do ano.

No front das finanças, as notícias também são boas. Até o Banco Central resolveu dar uma colher de chá, e disse, em sua ata de ontem, que a questão fiscal tende para a “neutralidade”, contradizendo análises anteriores, que consideravam a política fiscal como “expansionista”. A afirmação, naturalmente, enfureceu Miriam Leitão e os colunistas neoliberais porque lhes tira o argumento de que todo gasto público é inflacionário. E abre espaço para o governo injetar mais dinheiro na economia, sobretudo através da aceleração dos projetos em andamento.

A inadimplência caiu:

O brasileiro está poupando mais. Segundo o Banco Central, a captação líquida da caderneta de poupança em agosto foi de R$ 4,65 bilhões, um recorde histórico para o mesmo mês. De janeiro a agosto, a captação líquida da poupança ficou em R$ 42,25 bilhões, alta de 55% sobre 2012.

Ainda há alguma polêmica se o “gigante acordou” ou não. Mas os dados provam que, dormindo ou acordado, ele continua crescendo.

PS: Para complementar o quadro, a decisão dos “Brics” de criarem um fundo de 100 bilhões de dólares para se defenderem de ataques cambiais sinaliza que a caravana, independentemente dos latidos na beira da estrada, prossegue sua marcha.

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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