Um dos grandes trunfos da Globo é a blindagem que goza junto a outros meios de comunicação. A notícia sobre a fraude fiscal da emissora, cujo montante, incluindo a multa da Receita, chegaria a mais de R$ 1 bilhão em valores atualizados, jamais apareceu em nenhum dos órgãos amigos. Apenas a Folha deu, discretamente, e muito tempo depois da notícia estourar nas redes, uma matéria meia boca sobre o furto do processo, e mesmo assim diluindo o teor da matéria ao citar outros roubos e fraudes.
Neste final de semana, a emissora arriscou uma astuta jogada de marketing e pediu desculpas pelo apoio “editorial” que deu ao golpe de Estado. Nenhum outro jornal ou emissora abordou o assunto, apesar de ser um fato político importante. O pacto de silêncio em torno da Globo tornou-se um interessante case de estudo. E uma ameaça à democracia.
A estratégia dá resultado, porque o silêncio sempre foi a arma mais letal da mídia nacional. Que o diga Lima Barreto, cuja promissora carreira foi destruída pelo pacto de silêncio imposto pelos grandes jornais da época, furiosos com a denúncia que o escritor fez à imprensa em seu livro de estreia: Recordações do Escrivão Isaías Caminha. Os jornalões revidaram não dando uma linha sobre o livro, e nunca mais Lima pode trabalhar na grande imprensa.
O livro narra, em primeira pessoa, as aventuras de Isaías Caminha no jornal O Globo, em cuja redação ele testemunha gritantes exemplos de sordidez jornalística e humana. O Globo real ainda não existia. Tratava-se de uma crítica velada ao Correio da Manhã, onde Lima trabalhara. Entretanto, as críticas do autor se encaixam perfeitamente no Globo de hoje!
Desde as manifestações de junho, e agravada pela denúncia deste blog pela sonegação bilionária da Globo, subiu aceleradamente o nível de consciência política da sociedade em relação ao papel das corporações mídiáticas na manutenção do status quo e do persistente atraso brasileiro. As mesmas corporações, porém, vem abafando qualquer tipo de protesto.
A Globo, embora diga que o bordão das ruas (“a verdade é dura, a globo apoiou a ditadura”) a motivou a admitir que foi um erro o apoio que deu ao golpe de 64, jamais exibiu, na concessão pública que é seu principal ativo, o mesmo bordão, cantado por todo o Brasil. Não fez jornalismo. Merval Pereira, principal colunista política do jornal, volta e meia fala que as ruas pediram prisão para os mensaleiros, o que é uma mentira, visto que essa foi uma demanda minoritária, e que chegou apenas quando a extrema direita tentou tomar conta das manifestações. Muitos mais populares, e desde o início, foram as cantorias contra a Globo, e que jamais foram documentadas nos canais abertos, com exceção da Record.
A Globo também escondeu as manifestações posteriores que ocorreram em sua porta. Ao se referir somente às manifestações de junho, a emissora omite que estas se estenderam também pelos meses seguintes. As mais politizadas, e com mais foco, como as que aconteceram às portas da empresa em vários estados, se deram em julho, não em junho.
Aliás, todos os grandes jornais esconderam essas manifestações. Nenhum grande jornal, por exemplo, noticiou os protestos do último dia 30 de julho, o que apenas reforça a necessidade de democratizarmos a mídia brasileira. Eles formam uma quadrilha que só age coletivamente. Há um pacto secreto entre os principais grupos brasileiros de mídia que está fazendo um mal terrível à nossa democracia.
Só na imprensa internacional, no Los Angeles Times, encontro uma matéria que aborda os protestos contra a Globo e o seu pedido de desculpas.
Aqui no Brasil, a maioria da população brasileira continua vítima de uma sonegação ainda pior do que aquela que a Globo fez nas Ilhas Virgens.
A sonegação da verdade.
Lucas
10/09/2013 - 17h47
http://www.theguardian.com/media/greenslade/2013/sep/09/brazil-newspapers
Jorge Pereira
10/09/2013 - 12h41
Sempre assisto na TV Brasil o bom programa “A TV que se faz no mundo”. E
pasmem na Eslováquia que é menor que o Estado da Bahia tem 50 tv’s
abertas. No Afeganistão – aquele mesmo – dos talibãs e guerras! – tem 15
tv’s abertas. No Brasil – que numa antena simples pegam lá em casa –
tem 04 ou 05. Fala sério! Eram para ser umas 100 ou 200 tv’s abertas!
Porque não são? A lei que ” é feita por “eles” pra “eles” mesmos!”. Por
isso comprei a idéia da Ong Barão do Itararê que é : Cada cidade do
Brasil UMA TV! (EU NA TV) Porque não? Dinheiro? Iria vir de 50% das
verbas públicas dos Governos Federais, Estaduais e Municipais que –
somando tudo – daria uns R$ 100 Bilhões por ano, então 50% daria R$ 50
Bilhões por ano. Depois os próprios comerciantes da cidade começaria a
fazer investimentos na TV do município. Porque não?
cArlos amaomodmflamnl
08/09/2013 - 03h49
fafajfljalfjlajfljas
fabio
07/09/2013 - 19h18
No Brazil e tudo so contrario, PRA se ter democracia the que fechar os grandes grupo de comunicacao , primeiro a globo.
Fernando
06/09/2013 - 22h25
A imprensa e mídia no Brasil continua controlada por interesses dos grandes. Em nível nacional pela Globo, e aqui em Minas Gerais o velho contrôle nazista de imprensa realizado pelo Clã Aécio Neves e corja continua pleno e ativo.
Com muito custo a gente consegue saber de notícias como a iminente morte da TV MInas, rede de TV do estado. Tomada por uma crise em que, a partir de uma determinação do ministério público, terá de se ver livre de todos os contratados sem concurso, inviabilizando assim o funcionamento da emissora.
Mas o controle de mentes é tão poderoso aqui em MInas que se você falar o obvio: Antônio Anastasia, Aécio e toda sua corja são extremamente incompetentes como administradores, é capaz do ilustres mineiros iludidos partirem para a briga contra você. Tamanho é o controle das mentes, tanto coisa continua sendo ocultada que ninguém consegue enxergar o obvio: Minas Gerais se encontra em plena decadência, moral, econômica, democrática, e todos falam e vivem seu mundo de polianas apaixonadas pelo Aécio. A sorte é que o mairicinho cheirador anda a passos largos para ser o último colocado na eleições de 2014.
teste
06/09/2013 - 13h52
teste
José Reinaldo
06/09/2013 - 14h06
Resposta ao teste. Era isso mesmo?
Jose Reinaldo
06/09/2013 - 13h27
Acho imprescindível uma investigação mais detida sobre o porquê desse extemporâneo arrependimento de o GLOBO pelo apoio à ditadura que se instalou no país a partir de 64. Primeiro, por que esse arrependimento é, flagrantemente, falso. Que arrependimento é esse, se de 64 prá cá a GLOBO não faz outra coisa a não ser golpear, ou pelo menos tentar golpear a Democracia? Foi assim em 84, quando escondeu do povo, enquanto pôde, a campanha pelas Diretas já que arrebatava o país de norte a sul; foi assim também em 89 com a edição do debate Collor x Lula, que praticamente definiu a eleição em favor do primeiro. E continua da mesmo jeito, com a pressão sobre o STF para a condenação dos réus da AP 470, com notícias sobre falsos apagões, com manipulações das manifestações de junho. E com a omissão de notícias sobre o escândalo do trensalão em São Paulo, dos seus aliados do PSDB.
A GLOBO só nos convencerá do seu arrependimento quando passar a fazer jornalismo ao invés de ativismo político!