Fernando Brito, meu colega do Tijolaço, levantou a bola num post sucinto, no qual reconstrói o golpe fiscal da Globo passo a passo.
A Globo, enquanto gagueja respostas, vai mostrando cada vez mais partes do rabo. Nos documentos que vazamos, por exemplo, não constava a data do julgamento final do processo. A nota da Globo informa: “No dia 21/12/06, a defesa da Globo foi rejeitada pelas autoridades.” No último dia útil do ano, os documentos originais vão de uma repartição a outra. Mas não esquentam a gaveta. No primeiro dia útil de 2007, a servidora Cristina Maris Meirick interrompe suas férias, vai à agência e furta-os.
Um amigo com faro de repórter investigativo observa: “o crime do furto não pode ser dissociado da sonegação. É o mesmo processo, o mesmo desejo – sistemático – de ludibriar o Fisco.”
“A moça foi ao recinto com o propósito específico de roubar este documento”, me diz o amigo. “Alguém avisou a ela que o documento estava lá. A Globo ou alguém da Receita”. “E a razão pode ter sido postergar o início do prazo de contagem para a Globo entrar com um novo recurso”.
Conforme já adiantei num post anterior, uma das minhas fontes revelou que, após o furto, o processo teria sido clonado, com número errado e pequenos erros de informações, com vistas a provocar a anulação da multa e do procedimento penal.
Ainda tem muito caroço nesse angu!
Leiam o post do Tijolaço intitulado “A mecânica de um crime perfeito“.
O texto do Brito só tem um erro, no título: não existem crimes perfeitos.