O governador Sérgio Cabral demonstra um bocado de juízo com esse recuo. Sua trajetória política estaria seriamente comprometida se desse curso a um namoro com a oposição, conforme a mídia vinha sugerindo. O Globo insinuou, inclusive, com base em declarações dúbias de Cabral, que este poderia apoiar Aécio Neves em 2014.
Cabral deve ter feito umas sondagens por aí e percebeu que a estratégia era um tiro pé.
A nova tática de Cabral, além disso, ajuda a esfriar a campanha de intriga que a mídia vinha fazendo para separar PT e PMDB. Os partidos estão bastante cientes da estratégia “divide e impera” da oposição.
Hoje o presidente do Senado, Renan Calheiros, também se encarregou de jogar água no incêndio artificial entre os dois principais partidos aliados, declarando que tensões partidárias são “normais”.
Governador do Rio diz que apoio ao governo Dilma é “total e absoluto”
Vinicius Konchinski
Do UOL, no Rio
31/05/2013 16h46
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou em entrevista coletiva nesta sexta-feira (31) que continua apoiando de forma “total e absoluta” o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). “Nosso governo está totalmente integrado ao da presidente Dilma. Não há uma semana que eu não fale com ministros do governo Dilma, não há semana que eu não fale com a própria presidente Dilma”, afirmou Cabral.
A falta de sintonia na relação entre os dois maiores partidos da base governista ficou evidenciada durante a votação da MP (Medida Provisória) que regulamenta o setor portuário no Congresso Nacional. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), foi o responsável por modificações na matéria que contrariavam a versão que veio do Planalto. Além disso, ele também ajudou a retardar a votação na Câmara pedindo que cada uma das propostas de alteração fossem votadas nominalmente. A mesma estratégia foi adotada pela oposição para obstruir a votação.
Cunha chegou a dizer em plenário que a relação dos peemedebistas com o governo não era de subordinação. Após o embate, a bancada do PMDB tem feito esforços para reduzir a tensão com governo.
No cenário estadual, existe o temor de que a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao governo do Estado do Rio possa comprometer a aliança nacional do PT com o PMDB nas eleições de 2014. A disputa se dá entre Lindbgerh e o atual vice-governador fluminense, Luiz Fernando Pezão (PMDB), pelo posto de candidato da coalizão entre PT e PMDB.