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Hoje comento a indicação de Luis Roberto Barroso para o STF e analiso o cada vez mais complexo jogo de xadrez da política fluminense.
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Habemus ministro! A presidenta Dilma Rousseff finalmente bateu o martelo. O novo ministro do Supremo Tribunal Federal será Luis Roberto Barroso, procurador no Estado do Rio de Janeiro. O fato de ser procurador não inspira muito otimismo em quem lamenta a degradação do STF trazida por Joaquim Barbosa, também procurador, mas a lógica política e a própria amarga experiência do PT nos levam a supor que o governo dessa vez agiu com muito mais prudência e estratégia.
Com o enfraquecimento da oposição nas urnas, a luta política foi fortemente midiatizada, em primeiro lugar, e depois judicializada. O julgamento do mensalão envergonhou a história do judiciário brasileiro, por se render a uma pressão social criada artificialmente por uma mídia com notórios vínculos partidários, além de interesses econômicos e políticos contrariados pela vitória do PT.
A expectativa agora é se o novo ministro terá coragem de enfrentar uma mídia disposta a todo tipo de violência simbólica, mas queremos acreditar que isso também foi pensado.
A primeira grande prova será sua participação no julgamento dos embargos dos réus do mensalão. Participará? Terá coragem de assinalar os erros grosseiros e gritantes encontrados em todo o processo?
Barroso defendeu Cesare Battisti junto ao STF e tem um blog. Quando externou opiniões sobre o mensalão, para a revista da Joyce Pascovitch, mostrou-se bastante sutil, talvez sutil demais, a ponto de não dizer nada, o que não é bom sinal. Aliás, essa entrevista me tirou um pouco do otimismo revelado no início do post; suas opiniões me pareceram banais, até mesmo um pouco levianas, sempre a botar, superficialmente, a culpa na política.
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Quando ameaça romper com a presidenta nas eleiões de 2014, O governador Sérgio Cabral faz uma presepada ainda maior do que quando se deixou filmar com pano na cabeça fazendo festinha ao lado do proprietário da Delta, Ricardo Cavendish. É incrível o poder destruidor de algumas imagens, e o caso das fotos em Paris pode ser estudado como um case político interessante.
Governadores não estão proibidos de jantarem e rirem com membros da iniciativa privada. Ao contrário, às vezes é até salutar que os políticos mantenham relações cordiais com o empresariado. Cabral jamais escondeu sua amizade com Cavendish e podemos dar-lhe crédito de não saber das falcatruas da Delta país a fora. O Brasil inteiro, governo e oposição, tinha contratos com a Delta.
Mas imagem é imagem. Tem coisas que a gente pode racionalizar infinitamente, escrever ensaios enormes, mas o estrago simbólico provocado por aquelas fotos é praticamente indelével.
Pessoalmente, eu acho uma pena, porque eu votei em Cabral e acho que ele tem sido um bom governador. Como articulador, revelou-se brilhante, trazendo dezenas de bilhões de reais em investimentos federais para o Rio de Janeiro. Sua política de segurança tornou-se referência internacional e o programa de saúde implementado com as UPAs hoje é estudado pelo governo federal e outros governos estaduais para se alastrar pelo país. Podia ter feito muito mais? Tem defeitos? Tem corrupção? Óbvio, mas isso vale para qualquer governo.
Também é compreensível que o governador queira fazer um sucessor. E o Pezão me parece um excelente quadro. É a Dilma de Cabral.
Entretanto, Cabral não pode esquecer o contexto em que ele mesmo ganhou popularidade, e jamais esquecer que a manutenção ou não de um grupo no poder depende do sufrágio universal. Se romper com Dilma e apoiar a oposição em 2014, Sérgio Cabral estará dando um tiro no próprio pé. Dilma tem uma imagem fortíssima junto à população fluminense, e se esta passar a ver o seu governador como um elemento de oposição, ou seja, como alguém que trabalha para prejudicar o desempenho da presidente, Cabral será premiado com uma rejeição serrista.
Governador, seja mais inteligente que isso. Analise o contexto. Em primeiro lugar, o PT foi totalmente leal à aliança com o PMDB-Rio, retirando candidaturas tanto para governador em 2010 quanto para a prefeitura da capital. O PT (e a esquerda, em geral) é que sofreram com um histórico de violência partidária, quando o PT nacional interviu no diretório local para apoiar Garotinho, então no PMDB. O PMDB ainda não expiou a culpa de ter produzido o casal Garotinho.
O lado populista de Garotinho, para mim, é seu lado positivo, embora seja um populismo tosco, conservador, que desprestigia o próprio populismo; sua faceta como evangélico intolerante, sua oposição radicalizada a Lula e a incompetência política e administrativa de forma geral, é que me dão repulsa.
O Rio de Janeiro tem condições tranquilas de oferecer dois palanques à presidenta Dilma. E o eleitor escolherá o melhor. Caso o PMDB não tenha disposição de apostar, então articule. PT e PMDB estarão juntos nacionalmente em 2014, e a aliança dos dois partidos será importante para a governabilidade até pelo menos 2018.
Para a esquerda fluminense, por sua vez, a presença de Lindbergh no pleito de 2014 representa um grande alívio, porque lhe permitirá curar velhas feridas e se unir novamente em torno de um projeto menos contaminado pelo fisiologismo que infelizmente marca a política no estado.
E o contexto é favorável à Lindbergh. PT e PCdoB, até agora os únicos partidos realmente fechados em torno de Lindbergh, cresceram bastante em 2012, e coicidentemente (ou não), justamente nas regiões onde Pezão tinha mais força, o sul do Estado. Na baixada fluminense e no norte do Estado, o PMDB divide votos com Garotinho. Na capital, a associação de Lindbergh com o mesmo partido de Lula e Dilma lhe garantirão uma excelente performance.
Com uma expectativa de poder tão forte, liderando as pesquisas mesmo tão distante do pleito, não haveria sentido, para o PT Nacional, intervir em favor do PMDB.
Para o povo do Rio, e de certa maneira, para todo o Brasil, será interessante ter uma disputa política mais plural, ao invés do jogo de cartas marcadas que caracterizaram as eleições no estado em 2010 e na capital em 2012.
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Adriano Matos
01/06/2013 - 11h57
Sobre essa questão da aliança partidária meu entender é o seguinte: Se é disputa prá reeleição, mantém-se a cabeça da chapa, de que partido for, a não ser, claro, se sua administração seja um fracasso. Por outro lado, como nesse caso, o melhor é tensionar até as vésperas da eleição, sem rompimento. Cada grupo pro seu lado buscando força, apoios prá que pesquisas indiquem maior possibilidade de vitória de um candidato ou do outro. Esse movimento de Sérgio Cabral parece mais afeita ao Gilmar Mendes pois quer impedir até a discussão. Até o fazer política. Lugar nenhum é capitania hereditária, de que partido for. Ainda mais o Rio e a importância do estado no cenário nacional permitindo um equilíbrio partidário com SP por exemplo, onde existe a possibilidade do Chalita sair pra governador com apoio do PT.
Jueli Cardoso Jordão
25/05/2013 - 12h45
Miquel,
Não consigo acessar os artigos para assinantes. Aparece o meu nome como logado mas não dá acesso aos textos. Volta sempre a chamada inicial do site.
Jueli Cardoso
Miguel do Rosário
25/05/2013 - 12h49
Já resolvi, Jueli. Obrigado e desculpe.