5 DE MAIO DE 2013 ÀS 11:04, no Brasil 247
Senador paranaense Roberto Requião condena o que considera uma “guinada à direita” do governo Dilma; diz que a MP dos Portos atende a interesses de grupos privados como a Odebrecht e a EBX, de Eike Batista, e avisa que deverá concorrer ao governo do Paraná, em 2014. “Não tenho nada a perder”, avisa. Em relação a eventual composição com a ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, ele avisa: “em hipótese alguma”
247 – Conhecido por falar o que pensa, sem medo de patrulhas à esquerda e à direita, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) fez uma crítica dura ao governo da presidente Dilma Rousseff, que, segundo ele, “realiza na prática aquilo que o ex-presidente Fernando Henrique sonhava”. De acordo com o parlamentar, o governo Dilma deu uma “guinada à direita” ao decidir intensificar a agenda de privatizações. “O melhor exemplo é a MP dos Portos, que atende a interesses de grupos poderosos, como a Odebrecht e a EBX, do Eike Batista”, afirma.
Dias atrás, em Uberaba (MG), a presidente Dilma Rousseff defendeu a aprovação da MP dos Portos e pediu empenho total dos parlamentares. “Deve passar porque o Congresso está de joelhos”, diz Requião, que iniciou sua carreira política como advogado dos portuários de Paranaguá (PR). Ele afirma que Dilma se rendeu à privatização porque os resultados econômicos são ruins. “Mas isso, a médio prazo, significa a entrega do País”. Ele afirma que apenas dois países têm portos privados – e não são os melhores em matéria de gestão.
Significa, então, seu rompimento com o governo Dilma? “Não, porque ainda existem as políticas sociais”, afirma. “Dilma migrou para a direita, mas não está produzindo o desemprego de 28% da Europa”. Requião afirma, ainda, que a presidente tem amplo apoio da mídia para tocar sua agenda liberal. “Quem não tem apoio e está marginalizado é o PT”, diz ele.
No plano local, Requião anuncia, pelo 247, que pretende sim ser candidato ao governo do Paraná em 2014. “Não tenho nada a perder”, diz ele, que já governou o Paraná em três ocasiões. Neste domingo, ele divulgou uma sondagem em seu Twitter que o coloca bem à frente do atual governador Beto Richa, do PSDB. “Ele está liquidado e já não tem mais tempo para recuperar sua imagem”.
Requião, portanto, enxerga na ministra Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, sua principal adversária – o que cria um foco de tensão na relação PT-PMDB, uma vez que os pestistas esperam ter o apoio dos peemedebistas. “O PMDB nacional nunca me pediu nada no plano local e não será desta vez”, afirma. “Como nós podemos apoiar uma ministra que está à frente da privatização dos portos?”
Ele afirma que o problema, para sua campanha, será a falta de recursos. “Como eu posso querer brigar com o Beto Richa e com a Gleisi e o Paulo Bernardo?” Requião, no entanto, lembra que em sua primeira campanha para o governo tinha o apoio de apenas três prefeitos do Paraná – e ainda assim venceu. “Com muita garra, é possível”, afirma.
Na conversa, ele aproveitou para dar também uma estocada no prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, do PDT. “Não é corrupto, mas, simplesmente, não consegue ter iniciativa”.
Em relação ao Congresso, criticou duramente os colegas que foram beijar a mão de Gilmar Mendes. “Tentaram beatificar o STF, mas a liminar do Gilmar Mendes vai cair”, afirma. “Essa submissão dos senadores é bem mais grave do que a PEC 33”, afirma.
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