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Foi só escrever um post otimista sobre a democracia latino-americana e pipocam atentados golpistas na Venezuela, em virtude da reação irresponsável de Capriles, que acusou fraude eleitoral num sistema que tem sido fartamente elogiado por observadores internacionais.
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O Cafezinho de hoje comenta a instabilidade política na Venezuela, a estratégia do Globo de usar o aumento sazonal da inadimplência em março como um fator de pressão pelos juros altos, e os números do BNDES para o 1º trimestre, que trazem ótimas notícias. Para continuar a ler, você precisa fazer seu login como assinante (no alto à direita). Confira aqui como assinar o blog O Cafezinho.[/s2If]
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Fraude eleitoral é o crime capital numa democracia. Por isso mesmo, qualquer político ou movimento, deve pensar umas vinte vezes antes de fazer uma acusação leviana. E não vale apontar meia dúzia de urnas rompidas, porque num processo que usa 200 mil urnas, é óbvio que sempre se encontrá um determinado percentual de problemas. É assim no Brasil também. Para isso, existe uma justiça eleitoral e existem mecanismos de recontagem e existe o bom senso.
Todas as pesquisas de intenção de voto davam larga vantagem a Maduro. Portanto, se houve fraude, a tendência é que houve em favor de Capriles, e não o contrário.
Lamentável, todavia, ver a reação da nossa mídia, tentando atiçar, daqui de longe, a fera golpista. Não fosse o atentado terrorista nos EUA, as manchetes de nossos jornalões hoje seriam todas como a que o Globo foi obrigado a pôr na parte inferior da primeira página.
CAPRILES: MADURO É UM PRESIDENTE ILEGÍTIMO
O fato, incontestável, é que Capriles fomentou a violência ao não aceitar pacificamente a sua derrota. Quando se elegeu governador de seu estado, Capriles ganhou igualmente por margem apertadíssima (teve 50,35% dos votos), e seu adversário chavista encarou numa boa. A oposição venezuela apostou, pela enésima vez, na instabilidade política, no apoio estrangeiro e na manipulação das informações da mídia privada local. Lembro-me perfeitamente da última vez em que a oposição acusou o chavismo de fraude eleitoral. Foi em 2004, no referendo que decidiria pela continuidade ou não do governo Chávez. Observadores internacionais, incluindo Jimmy Carter, atestaram a lisura do processo. O próprio Carter quase foi agredido, enquanto jantava num restaurante nobre de Caracas, por burgueses enfurecidos com a chancela que o ex-presidente norte-americano dera ao chavismo.
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O Globo deu manchete hoje em seu caderno de Economia sobre o aumento do calote junto aos consumidores, segundo o índice do Serasa Experian. O índice de calote em março teria crescido 3,6% sobre fevereiro, e o Globo aproveitou para enfiar argumentos em defesa de juros mais altos.
Escondido no meio da matéria, todavia, temos a seguinte afirmação do economista da própria Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida:
(…) Almeida observa que março, por razões sazonais, como a concentração de muitos pagamentos de impostos (IPVA, IPTU etc) e das despesas escolares, é tradicionalmente um período de aumento na inadimplência.
A tendência, nos últimos meses, é de queda na inadimplência, não o contrário. A alta em março foi um soluço sazonal. Claro, ninguém pode prever o futuro, mas a tendência continua sendo o declínio gradual do calote, que aliás vem se mantendo sob controle.
O que não dá para entender é em que uma alta dos juros ajudaria a resolver o problema do calote. É óbvio que, com juros mais altos, o consumidor teria mais dificuldade de pagar suas dívidas.
Analisando os números da Serasa no próprio site da instituição, encontramos o seguinte quadro:
Observe que as dívidas não bancárias caíram quase 15% no primeiro trimestre de 2013. Os itens títulos protestados e dívidas com os bancos cresceram cresceram 1,9% e 3,3%, respectivamente. O problema parece se concentrar no item cheque sem fundos, cujo crescimento do valor médio este ano foi de 10% sobre o ano anterior.
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Um importante indicador econômico foi divulgado ontem pelo BNDES. Os números indicam uma retomada dos investimentos, sobretudo para produção industrial. No acumulado de 12 meses, o BNDES já injetou R$ 168,68 bilhões na economia brasileira.
O presidente da instituição, Luciano Coutinho, arriscou uma projeção para o crescimento da indústria brasileira em março: de 0,5% a 1%, fazendo com que alta chegue a 0,7% no primeiro trimestre do ano.
O desembolso para a categoria de bens de capital apresentou alta de 90% em relação a janeiro/março de 2012. Nela estão segmentos fundamentais à expansão industrial, que ampliaram investimentos na aquisição de maquinário de caldeiraria (596%), máquinas-ferramentas (135%) e máquinas para movimentação de carga (115%).[/s2If]