O banho de água fria na candidatura de Eduardo Campos

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A recente rodada de pesquisas sobre a popularidade da presidente e intenções de voto para 2014 correspondeu a um volumoso banho de águas glaciais sobre a candidatura de Eduardo Campos. Em todos os sentidos. Não apenas a popularidade da presidente disparou, como uma parcela majoritária do eleitorado mandou um recado para todas as forças partidárias: estamos decididos a votar nela novamente em 2014.

Uma análise mais detalhada dos gráficos agrava a situação do governador de Pernambuco. O Estadão criou um infográfico dinâmico que nos oferece um quadro extremamente difícil para Campos. Clique no gráfico abaixo para ampliar:

Observe que, considerando apenas o Nordeste, região onde Campos tem sua melhor performance, e núcleo eleitoral de uma eventual vitória sua em 2014, Dilma aparece com uma força avassaladora: 62% dos entrevistados afirmaram que “votariam com certeza” na presidente, contra apenas 8% em Campos; e 16% que não votariam nela “de jeito nenhum”, contra 31% que dizem não votar no governador.

As duas notas abaixo, publicadas hoje na coluna de Ilimar Franco, mostra bem o impacto dessas pesquisas sobre o grupo de Campos. Nota-se um constrangido mas firme recuo:

Em compasso de espera: O governador Eduardo Campos (PSB), que ontem esteve com a presidente Dilma em Serra Talhada (PE), só vai decidir sobre sua candidatura à Presidência no ano que vem. Aos políticos e empresários que conversaram com ele, tem afirmado claramente: “Se eu for candidato é para ganhar as eleições. Não será para preparar 2018. Nunca fiz eleição teste”.

Rebeldia contra o exclusivismo: Integrantes da cúpula do PSB asseguram que a candidatura de Eduardo Campos só existirá “se o governo Dilma chegar envelhecido na eleição, num país que não cresce e sem projeto futuro”. Os socialistas estão pasmos com a “atitude raivosa do PT, que acirra ânimos, como se negasse aos aliados o direito de participar do debate político sobre o país”. Seus dirigentes também perguntam sobre a atitude do PT com os aliados nas eleições regionais: “Os petistas vão compor com os aliados ou vão querer promover um acerto de contas, usando como álibi desacertos do passado?”.

Para Dilma, a postura do grupo campista tem dois significados: uma vitória política, oferecida pelas estatísticas; e um alerta para os perigos de manter um “aliado” com interesse em lhe puxar o tapete. Sim, porque se os próprios campistas admitem que somente uma situação fortemente negativa pode criar chances eleitorais para uma candidatura própria do PSB, então esta candidatura sentir-se-á tentada a, ela mesma, colaborar para criar esses fatos negativos.

De qualquer forma, é visível a tentativa da imprensa, desde alguns meses, de transformar a candidatura de Eduardo Campos em “fato consumado”, e produzir atritos entre a presidente Dilma e o governador. A reportagem principal do Globo de hoje é repleta de intrigas entre as duas principais forças da esquerda nacional. Nunca o lema romano, “dividir e conquistar”, foi tão usado no Brasil.

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O patrono do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fez um divertido show de stand-up ontem, durante evento partidário.

FHC afirmou: “Sabemos governar. Sabemos muito mais que essa gente. Já fizemos muito pelo País, eles não”, disse ontem.

Agora só falta convencer o povo…

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Situação tensa no Rio de Janeiro. Lindbergh, aspirante a candidato da governador do estado, acusa o PMDB de produzir dossiês contra si e se encaminha para um rompimento total com o grupo de Sérgio Cabral. Essa ruptura estava anunciada há tempos. Os colunistas tucanos, naturalmente, procurarão transformar esse limão numa coisa mais azeda do que já é. A figura mais hostil ao PT, dentro do PMDB fluminense, é o presidente da legenda no estado, Jorge Picciani, que não perdoa Lindbergh, nem o PT, por sua derrota nas eleições para o Senado em 2010. Mas Picciani representa o atraso, nem tem o poder de mobilizar muita força fora do Rio de Janeiro.

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O Datafolha divulgou  a íntegra de suas pesquisas sobre popularidade do governo e intenção de voto para 2014. Chama a atenção o crescente otimismo dos brasileiros, mesmo após um ano de crescimento baixo:

(Clique para ampliar).

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Assista também a Análise Política em Vídeo, da TV Cafezinho:

Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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