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A terça-feira tem debates pesados no ar. Temos uma quantidade imensa de material pra analisar e discutir. Farei um clipping básico das leituras que considero mais importantes; em seguida faço alguns breves comentários sobre cada tópico.
- Demissão de jornalistas da Caros Amigos e crise na imprensa alternativa: Artigo no site Correio do Brasil, entrevista com uma das demitidas e post do Sakamoto.
- Tereza Cruvinel revela, em furo de reportagem no Correio Braziliense, nova peripécia do trio Cachoeira/Demóstenes/Policarpo Júnior.
- Excelente artigo de Mauro Santayana na Carta Maior sobre as diferenças entre Brasil e México.
- Debate promovido pelo Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, sobre o problema político da mídia, no Conversa Afiada.
- México discute a implementação de uma nova lei de meios, no Brasil 247.
- Post de Saul Leblon na Carta Maior e entrevista com Luiz Marinho ao 247 revelam que a candidatura Campos está chegando ao limite de seu tensiomento com setores da esquerda petista. Aproxima-se um momento de ruptura.
- Editorial do Estadão abusa da manipulação linguística e política e revela que se havia qualquer lua de mel de Dilma com a mídia, esta acabou faz tempo: os meios estão ficando cada vez mais hostis ao governo federal.
- Colunas de Merval Pereira e Eliane Cantanhede tratam hoje da nova jogada “jenial” de Roberto Freire: unir uma suposta “esquerda democrática” (Freira chama Serra e PSDB de “esquerda”) contra Dilma em 2014.
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1. Triste realidade que põe em relevo o conservadorismo e a covardia do governo federal em se tratando de sua política de comunicação. Entende-se que o governo tenha medo das corporações midiáticas, mas como representante político do povo deveria zelar pela pluralidade política e, como tal, se esforçar para não vivermos um retrocesso. Países bem mais pobres em recursos, como Argentina, Venezuela e Equador vem trabalhando em prol de um ecossistema midiático mais saudável e plural. Por que não o Brasil? Até entende-se, sem perdoar, que a Dilma queira empurrar uma lei dos meios para seu segundo mandato, mas deveria desde já se esforçar para não deixar que importantes publicações da esquerda, como a Caros Amigos, a Carta Maior e o Correio do Brasil fossem aniquiladas. É uma nódoa política do governo Dilma, cujas decisões neste sentido são influenciadas por Helena Chagas.
2. Mais uma prova da bandidagem midiática protagonizada pela revista Veja, o que nos faz voltar ao primeiro tópico, e lamentar mais uma vez que o governo destine publicidade estatal para revistas envolvidas com graves crimes políticos e financeiros e mancomunadas com bandidos ligados a partidos de oposição.
3. Santayana é um dos mais elegantes e inteligentes cronistas políticos do país. Seu texto é fluente, culto, simples e objetivo. Quando nos lembramos que a Academia Brasileira de Letras elegeu Merval Pereira e não Santayana, entende-se muita coisa sobre os obstáculos que ainda temos que superar. Nesse texto, ele desfaz mitos sobre o “sucesso” do México.
4. Paulo Henrique Amorim é uma figura polêmica. Usa uma linguagem simples, popular e brutal. Mas talvez seja a consciência mais aguda no país sobre aquele que, segundo ele, é o desafio político mais urgente no momento: vencer o golpismo midiático e frear o avanço de seus tentáculos sobre o judiciário.
5. Pois é, o México, governado por forças conservadoras, se vê obrigado a fazer uma lei de mídia para pôr ordem na casa. No Brasil, também se quis regulamentar a mídia durante o governo FHC. A proposta era de Sérgio Motta. Mas não foi adiante, em função das terríveis pressões da própria mídia, a quem não interesssa qualquer mudança no status quo.
6. Eduardo Campos tem que se decidir logo. Sua dubiedade está produzindo mal estar em todas as forças políticas, e seu flerte, mesmo que através de seu silêncio, com setores da direita, já está começando a se queimar seu filme junto à esquerda, onde ele tem sua base eleitoral e política.
7. A frase de Dilma sobre “a gente pode fazer o diabo em época de eleição” virou o mote para todo o tipo de manipulação. Daqui a pouco, vão dizer que a presidenta falou: “eu sou o diabo”. A frase estava num contexto e o seu sentido era totalmente inverso ao que a oposição midiática agora tenta lhe impingir. Dilma mencionava, obviamente, a enorme tensão política durante um processo eleitoral, salientando que, passadas as brigas, aliados e oposição deveriam governar com republicanismo. O Estadão também mente ao minimizar o fato, básico, de que o projeto para desonerar a cesta básica é originalmente do PT, e que se Dilma não o executou antes, foi porque este ainda não amadurecera politicamente. De qualquer forma, o choro do Estadão é ridículo: se os tucanos achavam o projeto tão bom, porque não o botaram em prática quando governaram o país? E mais: ao povo, não importa quem tenha ou não defendido antes o projeto, e sim vê-lo colocado em prática.
8. A coluna de Merval é hilária. Ele fala qualquer coisa. Sugere até mesmo uma chapa entre Eduardo Campos e Serra (este como vice…). Seus textos, assim como o de Eliana, todavia, apenas mostram o desespero e a fragmentação de uma oposição que desistiu de fazer política e se tornou uma vil marionete da mídia, que por sua vez não entende de política, ou pelo menos não de política democrática, conduzida pelas urnas. Quando o momento eleitoral se aproximar, a perspectiva real de poder de Dilma será seu principal trunfo, esmaecendo as ambições de muita gente por aí. Por exemplo, acabo de encontrar, no Estadão, os seguintes gráficos. Compare o crescimento do tempo de tv de Dilma, sobretudo se comparado ao de outros candidatos.
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