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Até pouco tempo atrás todos repetiam que 2014 era uma data distante e que era um absurdo discutir eleições com quase dois anos de antecipação. Aí os acontecimentos se sucederam, os meses passaram, e agora não se fala em outra coisa que não as eleições do ano que vem.
Eu mesmo, que era até simpático à candidatura de Eduardo Campos para 2014, agora, pensando melhor, concordo com o Paulo Henrique Amorim: acho que ela confunde o eleitor. Campos não poderá vir como um candidato de oposição, porque para isso teria que sair do governo agora, renegar todo o apoio e renunciar ao faturamento político que os últimos 10 anos podem proporcionar a qualquer político da base aliada.
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Ao mesmo tempo, a característica do PSB e do próprio Campos não permitirão que ele explore o caminho da “terceira via” trilhado por Marina Silva em 2010. O PSB é um partido tradicional em todos os sentidos. Tem grandes qualidade, mas os mesmos terríveis defeitos das outras legendas: fisiologismo, corrupção, caciquismo.
De qualquer forma, Campos enfrenta um fogo amigo terrível na figura dos irmãos Gomes. É evidente que a oposição de Cid e Ciro a candidatura de Campos consiste num tremendo revés para sua campanha, por várias razões. Em primeiro lugar, demonstra que sua candidatura não foi algo discutido a fundo em seu partido. Segundo Cid, os líderes do PSB no Congresso, levaram indisposições locais com o PT em seus estados para o âmbito nacional. São eles Beto Albuquerque (PSB-RS), na Câmara, e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), no Senado. Eles lançaram a semente e a mídia embarcou com muito entusiasmo, justamente porque esses líderes devem ter infestado os ouvidos de jornalistas com declarações antipetistas.
Quando o debate ganhou uma dimensão maior, porém, a imprensa começou a pedir mais declarações de Campos, o governador não adotou nenhum discurso de oposição, decepcionando setores da mídia. Talvez por isso mesmo ela esteja dando a um conflito partidário interno uma proporção de guerra bíblica.
O maior revés causado por Gomes, em suas declarações de ontem à imprensa, após passar uma tarde com Dilma, não foi o apoio declarado que emprestou à candidatura petista em 2014, e sim a argumentação implacável que usou. A candidatura Campos pode até ajudar a eleger candidatos proporcionais, mas traz riscos para a eleição ou reeleição dos governadores. E o PSB, se quer mesmo um candidato próprio à presidencia da república, teria que romper, desde já, com o governo federal, pois em caso contrário, estaria sendo oportunista.
A dinâmica política atual, se levar o PSB para a oposição, não será uma oposição de esquerda. O PSB será empurrado à direita, para um espaço já ocupado pelo PSDB. Qual a vantagem do PSB em se tornar um satélite do PSDB? O último partido que agiu assim, o PPS, caminha para extinção. Em pouco tempo, sobrarão apenas Soninha e Roberto Freire no PPS.
É interessante que a esquerda desenvolva forças políticas e partidárias alternativas, mas o PSB talvez ainda precise exercitar um pouco mais sua musculatura antes de se arriscar num vôo solo em 2014.
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Catei algumas notinhas no Painel, da Folha, que gostaria de comentar:
Sirkis reage às críticas do Globo. Vamos ver se o partido valoriza mais a opinião de seus militantes em direitos humanos ou dos barões do Jardim Botânico? Aliás, interessante observar que a crítica dos militantes m direitos humanos tocam numa ferida importante, que ilustra o caráter inconstitucional da Ficha Limpa. Hoje, tucanos lideram a lista dos fichas sujas, mas no futuro, certamente os mais ricos e poderosos saberão manipular a lei para fazer condenar seus desafetos e tirá-los da vida política. A lei da Ficha Limpa transfere poder do cidadão para burocratas do Judiciário, que inclusive também podem ser subornados.
Brizola Neto está sendo obrigado a sair da toca. Desde que foi nomeado ministro, sumiu do mapa. Não é aconselhável, jamais, para um político, mesmo ministro, ser tão reservado. Neto é um ministro político, nomeado por representar, supostamente, determinadas forças políticas. Na blogosfera, há a sensação que ele a usou como um trampolim. O deputado, que ganhou projeção por causa de seu blog, e de toda a movimentação da blogosfera em apoio a suas ideias, não teria obrigação moral de fortalecer o setor que o fez chegar onde chegou? Nesta sua luta contra Lupi, que está fazendo tudo para lhe derrubar, o ministro sente a falta que faz um movimento social apoiando suas ações. Lupi, mal ou bem, tem as bases fisiológicas do PDT. E Brizola, tem o quê?
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O final do mês se aproxima e todos os números apontam uma relevante recuperação da economia. Por isso, notamos sinais de esgotamento em setores da mídia. Celso Ming, colunista econômico do Estadão, pela primeira vez em meses, escreveu algo positivo:
A tabela que está no Confira mostra que o Brasil ostenta hoje condições privilegiadas no seu mercado de trabalho. Um desemprego que atinge apenas 54 pessoas em cada mil que compõem a força de trabalho é fator positivo. Cobra lá seu preço, que é o custo crescente da mão de obra na economia. Mas é melhor enfrentar esse problema de custos com alto nível de emprego do que contar com mão de obra barata e, ao mesmo tempo, amargar filas intermináveis de procura por trabalho.
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migueldorosario (@migueldorosario)
27/02/2013 - 18h49
O alvorecer prematuro de 2014 http://t.co/EKPwj1LRPs