Reservatórios continuam subindo

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Enquanto escrevo, chove bastante lá fora, e, segundo o INPE vai continuar chovendo em boa parte do país, com ênfase no Nordeste, que é justamente a região que andava mais precisando.

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Devemos prestar atenção agora aos informes diários do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). O último, do dia 20, traz outro aumento dos principais reservatórios. O volume útil em Furnas, maior reservatório do Brasil, subiu de 20% para 24% nos últimos 3 dias.

Descobri ainda um gráfico do Departamento de Energia dos EUA, que mostra o Brasil como um dos países com maiores reservas de fontes naturais para energia limpa: minerais específicos usados para energia solar, baterias, etc.

Daí lembrei que somos o país que produz o biodiesel com menor custo do mundo, através sobretudo da cana-de-açúcar; encontramos há poucos anos uma grande quantidade de petróleo em camadas profundas do pré-sal; e agora sabemos que possuimos também gigantescas jazidas de gás xisto, o novo xodó energético do mundo.

Muitos desses fatores ainda não eram realidade em 2001, quando o Brasil enfrentou sua última crise energética. Também diferentemente de 2001, hoje temos várias novas usinas hidrelétricas que serão inauguradas em breve – algumas ainda este ano.

Para se ter uma ideia, das 10 maiores hidrelétricas brasileiras, cinco ainda estão em fase de construção. A Belo Monte, por exemplo, será a segunda maior hidrelétrica do país, produzindo 11.233 megawatts (contra 14.000 MW de Itaipu).

É normal que a sociedade tenha receio de que a falta de chuvas ocasione alta nos custos de  geração de energia, mas é irresponsabilidade propagar um risco de racionamento que não existe, porque esse tipo de informação faz investidores se retraírem e, portanto, acarreta prejuízo econômico ao país.

Em suma, o Brasil tem problemas infinitos: precária infra-estrutura, educação e saúde públicas deficientes, corrupção, etc, mas em termos de segurança energética estamos bem tranquilos. Se chover pouco, pode haver aumento no custo de energia, problema com o qual o governo sempre pode lidar simplesmente reduzindo as tarifas impostas ao setor. Racionamento, porém, é um hipótese remota.

A imprensa brasileira poderia aproveitar o momento de nervosismo também para dar publicidade ao recém publicado Plano Decenal de Expansão de Energia, que está em fase de consulta pública, que traz projeções de oferta e consumo de energia até 2021.

O governo prevê investimentos da ordem de R$ 213 bilhões em 10 anos, para dar conta do aumento da demanda energética que se espera no país, em virtude do crescimento econômico e do consequente incremento no poder aquisitivo dos cidadãos. Quase metade deste montante, aliás, já está autorizado, referente a obras em andamento. Deste total, 38% (R$ 82 bilhões) deverão ser destinados a fontes alternativas, como biomassa e energia eólica.

 

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Miguel do Rosário: Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.
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