De acordo com números obtidos no Sistema Alice, banco de dados alimentado pela Secretaria de Comércio Exterior (órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), as exportações brasileiras totalizaram 222,8 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 11 meses (Jan/Nov). Este valor corresponde a um declínio de 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda foi puxada, sobretudo, pelo preço menor de algumas commodities importantes, como ferro e soja. Mesmo assim, na comparação com o ano de 2002, por exemplo, temos hoje exportações 303% maiores em valor, 82% maiores em volume e 122% maiores em preço.
O que eu gostaria de salientar, todavia, é para onde vão nossos produtos, e o valor pelo qual os vendemos.
Pois bem, o principal destino de nossas exportações é a América Latina e Caribe. Nossos hermanos compram mais e pagam mais caro, o que significa que importam sobretudo produtos manufaturados.
As exportações brasileiras para a América Latina e Caribe em Jan/Nov 2012 somaram 46,4 bilhões de dólares, e pagaram US$ 1.377 por tonelada. Para efeito de comparação, confira as exportações para outros destinos.
Para os EUA: US$ 24,8 bilhões, preço médio US$ 987 / tonelada.
Para a União Europeia: US$ 45,26 bilhões, preço médio US$ 506 / tonelada.
Para a China: US$ 40,25 bilhões, preço médio US$ 211 / tonelada.
Repare agora no valor por tonelada pago pelas nações andinas aos produtos brasileiros: US$ 1.718 a tonelada. É o maior valor pago por qualquer outro bloco econômico com quem o Brasil tenha relações comerciais.
Os dados não deixam dúvidas: o motor do nosso desenvolvimento é alimentado por um combustível que fala espanhol.