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A saudável crítica ao STF

Alguns companheiros instruídos e inteligentes têm zombado das fortes críticas que emergem na blogosfera acerca da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da Ação Penal 470. Deveriam, contudo, agradecer, porque estas críticas fortalecem a nossa democracia. Em artigo recente, Teresa Cruvinel cita o renomado penalista Nelson Hungria: “o Supremo tem apenas o privilégio de errar por último”.

31 comentários
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Vindo para o escritório, muito cedo, passei por uma dessas kombis que vendem hamburguer e bebidas. Havia um punhado de homens consumindo cerveja. Um moralista barato pensaria estar diante de vagabundos, e os condenaria em silêncio, estendendo a condenação ao país inteiro, como sói acontecer a nossos reacionários sem pedigree. Um observador mais atento talvez descobrisse que são trabalhadores, que passaram o final de semana inteiro, em turnos sucessivos, ralando em algumas das centenas de casas de show e bares da Lapa; e que agora, com dinheiro no bolso, descontraem-se e trocam ideias. Cada um sabe o que fazer para conservar a saúde mental: uns se entopem de rivotril, outros bebem cerveja, alguns cancelam a assinatura do Globo.

Estamos sempre julgando os outros segundo nossos padrões, e por isso mesmo sempre cometendo injustiças. Um empregado de escritório, que há trinta anos acorda cedo para ir ao trabalho, de segunda a sexta, terá dificuldade para entender aquele personagem bebendo cerveja às seis horas da manhã numa kombi da Mem de Sá. No entanto, ambos são trabalhadores dignos, pagadores de impostos e cidadãos que contribuem para o nosso desenvolvimento econômico e social. Seria ridículo estabelecer uma hierarquia moral entre os dois.

A Constituição proíbe um magistrado, por exemplo, de “receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas e privadas” e “dedicar-se à atividade político-partidária”.

Já um político vive uma situação diametralmente oposta. O capítulo dedicado aos partidos políticos, na Constituição Federal, é bastante sucinto. Deixa bem claro, porém, em seu artigo primeiro, que eles têm autonomia para adotar “os critérios de escolha e regime de suas coligações eleitorais, sem vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal”. Podem receber recursos financeiros de pessoas físicas, entidades privadas, e tem direito, por lei, a um fundo partidário bancado pelo erário público.

Realidades completamente opostas, que encetam, naturalmente, formas diferentes de pensar.

Outro dia, li um artigo da Teresa Cruvinel, esta sim uma decana em democracia, porque vivenciou durante décadas, como repórter política, a realidade dos partidos, no qual ela explica aos ministros do STF, que não existe esse negócio de “entressafra” eleitoral. Os partidos caçam recursos e batalham eleitoralmente o tempo inteiro. E existe, sim, solidariedade financeira entre eles. Ayres Britto e cia, data venia, demonstraram uma grandiosa ignorância acerca da realidade dos partidos nacionais.

Aqui entra o preconceito contra quem é diferente. Pior, percebe-se uma visão rancorosa contra a democracia. Não se pode amar verdadeiramente a democracia, no entanto, sem ter uma visão benevolente sobre suas entranhas. Nem é o caso de brandir uma supostamente salvadora “reforma política”. Nenhuma reforma política irá “limpar” a democracia de sua característica fundamental: os candidatos e partidos concorrem entre si. Se há concorrência, impõem-se as leis da concorrência, que nenhum “financiamento público exclusivo” irá resolver. Ganha a eleição quem persuadir o eleitor, e para isso concorrerá a qualidade da divulgação. Seja com dinheiro público ou privado, essa qualidade deve ser paga, porque qualquer coisa que envolva mão-de-obra e trabalho, envolve dinheiro.

Sou favorável ao financiamento público de campanha, mas sem proibir o privado. Porque é justamente a proibição que leva ao crime. O pecado nasce da lei, já ensinava São Paulo.

Grande ingenuidade, por sua vez, e os fascismos nasceram, em boa parte, de intenções ingênuas, querer separar totalmente dinheiro e campanha política. Anunciar que “não ganho um real, faço campanha por ideal” é uma verdade muito relativa. Trabalho não existe sem dinheiro, ou sem algum retorno, nem que seja intelectual, ou na forma de benefícios futuros (como defender um candidato que apóia expansão da universidade e, anos depois, ser beneficiado por esta expansão). Seria até engraçado se depois de criminalizar a política e a democracia, houvesse uma campanha (estimulada por nossos mais brutais capitalistas) para criminalizar os benefícios da política. Até um escravo trabalha em troca de alguma coisa, só que na forma de alimentação e moradia. No caso, ele não é livre, e essa é a diferença. Se um jovem trabalha numa campanha sem ganhar nada, é porque seu pai está bancando; ou ele mesmo o faz, com vistas a um ganho futuro, para ele ou para o segmento social do qual faz parte.

Enfim, vivemos um clima curioso de perseguição à democracia, em todos os sentidos. Curioso porque ocorrem ao mesmo tempo em que os valores democráticos são exaltados como se fossem princípios religiosos. Só que democracia não é religião. Tampouco é uma filosofia. Na religião, persegue-se um ideal de fé. Na filosofia, um ideal de verdade. Na política, persegue-se o poder. O valor da democracia, a sua virtude, o que a torna supostamente superior a outros regimes, reside na fonte do poder, conforme consta no Artigo primeiro da Carta Magna:

Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

Não se pode criminalizar o poder. Ele é o insumo básico da política. É pelo poder que se luta. Operários, camponeses, industriais, professores, bancários, empreiteiros, todos querem um naco. A pluralidade política de um país como o Brasil estará sempre assegurada em função dos interesses diversos. Os ministros do STF não podem criminalizar o que é a essência da política: a luta para alcançar o poder e, quando alcançado, mantê-lo. Alguns filósofos, como Schopenhauer, Nietzsche e Espinoza, consideravam inclusive que esta luta é a essência da própria vida, o que eu acho que faz muito sentido.

Toda coisa almeja – na medida em que isso está em seu poder – permanecer em si mesma, diz Espinoza.

Alguns companheiros instruídos e inteligentes têm zombado das fortes críticas que emergem na blogosfera acerca da atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento da Ação Penal 470. Deveriam, contudo, agradecer, porque estas críticas fortalecem a nossa democracia. Cito novamente o artigo de Teresa Cruvinel, no qual ela menciona o célebre penalista Nelson Hungria: “o Supremo tem apenas o privilégio de errar por último”. Frase bonita, simples e filosófica. Tão diferente do que li hoje na coluna de Paulo Guedes, no Globo, que termina dizendo que os réus petistas foram condenados porque “ofenderam aos deuses do Supremo, e por eles serão punidos”.

Isso é uma brincadeira de péssimo gosto! Não se pode atribuir qualidades divinas, nem como figura de linguagem, a uma entidade republicana.

O fato de haver críticas à atuação do STF é sinal de vitalidade democrática. Deve ser estimulado, e na verdade o que vemos na grande imprensa é um enorme desequilíbrio, porque as opiniões críticas ficam num longínquo segundo plano, enquanto os elogios se tornaram ridiculamente laudatórios. Joaquim Barbosa agora é desenhado por Chico Caruso com uma coroa na cabeça, e o Gois já divulgou o site em que se defende a sua candidatura para a presidência da república em 2014!

A democracia é um regime que comporta alguns riscos e, para ser autêntica e saudável, precisa de cidadãos vigilantes. Toda instituição republicana tem de ser exposta ao contraditório. Neste sentido, e já escrevi bastante sobre isso, acho que os governos petistas acabaram se beneficiando da crítica ferrenha da grande mídia. No entanto, eles se beneficiaram porque a grande mídia, por sua vez, também sofreu críticas, por parte da blogosfera. A mesma coisa vale para o STF. Ele precisa ser criticado, para seu próprio bem. Porque é lamentável que haja desconfiança, em setores importantes da sociedade, de que seus membros se curvaram à pressão política de grupos midiáticos altamente partidarizados.

Não se trata de defender a impunidade. Aí reside, a meu ver, a injustiça daqueles que, achando-se muito descolados, desqualificam os internautas que criticam o STF. É claro que não! Prendam os corruptos, inclusive do PT. Sobretudo do PT! O que tem gerado acerbos protestos não é isso, e sim o estranho discurso dos eminentes juízes, com proselitismos absurdos e delirantes sobre a prática política, dos quais abusam para preencher as lacunas processuais. Ayres Britto, presidente do STF, chegou ao cúmulo de condenar o presidencialismo de coalizão! Me desculpem, mas isso é positivamente ridículo. A Constituição é muito clara: é vetado aos juízes dedicarem-se à atividade político-partidária. E mesmo se não o fossem, criticar levianamente, ou pior, criminalizar, um dos modelos mais difundidos e mais adequados a democracias complexas e de grande porte como o Brasil, é mais do que ignorância. Com todo respeito, excelentíssimos, é cretinice!

O pior é que esses discursos têm unido oposição e sectários num só bloco. Há muita gente que ainda pensa política de maneira maniqueísta, e daí voltamos para o debate propriamente político, no qual o STF, com muita infelicidade, voltou a interferir. Só o meu partido e a minha ideologia são puros, corretos e bons. Esse é o tipo de sectarismo que o STF tem defendido, de maneira inconstitucional. É totalmente contraditório elogiar os feitos do governo Lula e omitir que eles só foram possíveis justamente porque foram realizadas alianças políticas. O PT deixou de ser um partido sectário e fez alianças com outras legendas. A nossa Constituição preza o pluralismo político como um dos seus princípios fundamentais. O que isso quer dizer? Que devemos entender a diversidade ideológica como um fator saudável da nossa democracia. Tanto o cidadão como o partido devem perseguir um conjunto de princípios, mas sem discriminar os que pensam diferente.

Durkhein causou polêmica ao afirmar que o crime é necessário à sociedade, porque, não existissem os grandes crimes, como assassinato e roubo, qualquer tapinha inocente no braço de um colega seria considerado crime capital. Da mesma forma, se todo mundo fosse de esquerda, viveríamos um ambiente radicalizado, onde, sei lá, emprestar 10 reais pra um amigo seria um crime. A esquerda precisa da direita para existir, e vice-versa, porque todo o ser apenas existe refletido em seu contrário, conforme ensina Hegel. Não existisse direita, não haveria esquerda.

Os contrapontos ideológicos integram não apenas a democracia, mas a própria psique humana. Há uma dialética entre liberdade e igualdade, assim como há entre direita e esquerda. Uma ideologia não se aprimora destruindo a outra, mas incorporando-a e formando uma síntese. A utopia da modernidade não é uma sociedade esquerdista, e sim uma sociedade onde os princípios básicos do humanismo, solidariedade, democracia e liberdade, estarão enraizados de maneira definitiva e profunda num regime político de alcance universal.

A crítica ao STF é essencial, todavia, porque acabamos de testemunhar um golpe em Honduras protagonizado justamente pela suprema corte. No Paraguai, o judiciário chancelou, numa decisão instantânea, um golpe parlamentar. A América Latina tem o costume de experimentar “ondas” políticas. Se a onda é o neoliberalismo, então todos os países, da Patagônia ao Rio Grande, elegem partidos neoliberais. Se a moda é eleger presidentes de esquerda, de novo todo mundo caminha junto. Houve um tempo em que os militares derrubaram presidentes em toda a região. É mais que natural que, após dois casos em que as cortes supremas chancelaram deposições relâmpagos de presidentes eleitos, haja um pouco de paranóia entre os democratas brasileiros!

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Márcia

17/10/2012 - 08h54

Miguel, seu conhecimento filosófico e político, que foi disseminado aqui de maneira gratuita, foi de grande utilidade para ampliar minha compreeensão sobre os fundamentos a política e sobre o momento atual da vida política brasileira. Obrigada pela cortesia, o cafezinho está saborosíssimo!

@marioscand

16/10/2012 - 23h11

A saudável crítica ao STF – http://t.co/P1iF75cD

@ValterSanches

16/10/2012 - 12h25

A saudável crítica ao STF – excelente texto de Miguel do Rosário que fala do preconceito e criminalização da política http://t.co/59grU2Gi

Elson

16/10/2012 - 10h26

Eu queria mesmo é saber se o pau que tá em Chico na AP 470 também vai dar em Francisco quando chegar a vez de demos e tucanos sentarem na cadeira do réu.

    Francisco

    16/10/2012 - 11h54

    Se eu entendi bem, a vermelhada FINALMENTE ASSUMIU a roubalheira de seus ídolos e sex symbols????

    Agora rogam à sabe-se lá quem seja o Deus dos comunas para que a tal justiça que eles tanto desancam por aqui, prevaleça no futuro???

    Quanta hipocrisia…..

      Miguel do Rosário

      16/10/2012 - 18h10

      Você não entendeu bem, como sempre…

alex

16/10/2012 - 09h25

E ASSIM CAMINHA NOSSA IMPRENSA…

“Para Dora Kramer, mensalão mineiro é diferente”

Brasil247 – Colunista do Estado de S. Paulo, a jornalista Dora Kramer argumenta que o mensalão mineiro (e tucano) é diferente do petista porque Eduardo Azeredo perdeu a tentativa de reeleição, em 1998, e não pôde implementar um esquema de compra de votos.

Dora se esquece, no entanto, de que o esquema foi montado quando Azeredo era governador e foi abastecido com recursos das estatais Copasa, Comig e Bemge, segundo salientou o próprio ministro Joaquim Barbosa, ao receber a denúncia. Leia um trecho da coluna de Dora desta terça-feira:

Duas medidas. Quando começar o julgamento do processo em que o tucano Eduardo Azeredo figura como beneficiário de esquema de financiamento ilegal de campanha,haverá gritaria e confusão.
fonte:
http://www.brasil247.com/pt/247/minas247/83181/Para-Dora-mensal%C3%A3o-mineiro-%C3%A9-diferente.htm

Miguel

15/10/2012 - 23h21

Obrigado pelo comentário. Responderei, de graça, ;)

Peter

15/10/2012 - 20h29

O mensalão é fruto exclusivo da incompetência do PT em fazer coligações. Comprar voto e maioria no Congresso só podia ter dado esta lambança. Os votos que o PT obtêm em nada difere com os do DEM ou do PSDB. O PT ao invés de liderar uma reforma política em que os partidos tenham mais poder e criar mais acesso popular as decisões, resolveu mergulhar de corpo e alma na politicagem mais rasteira que agride a democracia brasileira desde muito tempo atrás.

Lei é para ser cumprida. Se a Lei não serve ao país, proponha-se outra, mas o povo deve saber claramente com que regras estão vivendo. Se o PT não concordava com certas questões que hoje ele lamenta e pelo qual seus “lideres” foram condenados, por quê então não aproveitou a tal maioria (comprada com dinheiro público) no Congresso para rever o Brasil positivamente ? Não, o PT usou de dinheiro público e condenou sua biografia e a de seus “lideres” para aprovar a mudança da aposentadoria, para aumentar endividamento, etc. TUDO CONTRA O POVO BRASILEIRO. Se alguém acredita na lei espiritual da ação-e-da-reação ela está sendo aplicada contra Dirceu e sua turma por todos os aposentados que hoje sofrem com dívidas e reduções de seus proventos. Por outro lado, os bancos nunca ficaram tão ricos sendo pagos docilmente pelo Lula e sua turma os maiores juros do planeta.

O STF é um capítulo a parte. Os juizes aplicam a lei e expressam seu sentimento. Todo mundo que NÃO deve favor ao PT fez a MESMA leitura do que os juizes do STF. Por isso esta baixíssima reação popular (limitada apenas a blogs chapa-branca e cargos de confiança) contra a decisão do STF e a alta reação favorável a prisão dos condenados. Veja que teu xará, o Barbosa, votou despreocupado e foi elogiado pelo povo, já o Levianowsky votou pelos fundos da seção eleitoral e o Toffoli foi escorraçado de uma festa em São Paulo, José Dirceu chegou com seguranças e Genoíno nem votou. Quem está do lado do povo ?

Ah, mas você me diria, os votos do PT foram a prova de que o STF não influenciou a eleição. Claro, o voto de cabestro dos latifundiários da república velha mudou para os donos do bolsa-família e outros programas assistencialistas-eleitorais que o PT herdou de outros governos, e que foram por ele criticados ao extremo, e agora são usados sem cerimônia para captar unicamente votos e esquecem de resgatar a dignidade dos humildes que deles precisam.

Isto não é partido diferente é apenas mais um. Quem fundou o PT para ser um novo paradigma político já largou dele a muito tempo. Hoje o PT é apenas um PTB redivivo, peleguista e argentário. Aceita fazer acordo com qualquer um e de qualquer maneira para se manter no poder como o Ayres Britto falou. Isto é que doeu mais fundo, pois é a mais pura verdade. Ou precisava se juntar a Sarney, Collor e Maluf apenas para se manter no poder depois de tanto que estes foram xingados pela militância petista ? Lula é um macunaíma, que pensa que é babalorixã como o ACM, cercado por amigos condenados. Mais dia menos dia, ou o STF faz justiça ou a Natureza irá fazer.

P.S.: Bom saber que MUITA gente ainda faz política da mesma forma que eu faço. Por prazer e obrigação social. Ninguém precisa me pagar para defender o que eu acredito. :-)

    Luiz Eduardo

    16/10/2012 - 00h29

    Peter, você fala, fala, fala, mas só fala bobagem!
    Não se aproveita nada!
    Carambola!

      Peter

      16/10/2012 - 17h39

      Claro que são bobagens. Para mim também! Lula com Collor, Sarney e Maluf é o supra-sumo da bobagem política. PT deixar sua luta histórica pelos trabalhadores e virar o velho PTB peleguista que só quer vantagens para seus lideres também é uma grande bobagem. O PT ganhar voto não mais com ideologia mas comprando votos com bolsa-família e empregos públicos, abusando do desespero dos humildes é uma bobagem quase criminosa. Agora realmente você tem razão: não se aproveita nada do que eu escrevi. Desde que você seja um hidrófobo PTista ou neo-esquerdista. Certas horas eu percebo que as vezes o que eu escrevo são como pérolas dadas aos porcos, pois aqui é apenas conhecimento puro e simples. Não negociamos cargos nem traficamos dinheiro público. Uma pena para você que só quer levar vantagem em tudo. Neste caso sugiro o Blog do Zé Dirceu ou escreve para o Genoíno pedindo orientação espiritual. É a forma mais fácil de subir (e também a mais rápida de descer) na vida. Para entender o que eu escrevo é preciso estudar muuuito, trabalhar de verdade e se livrar dos antolhos colocados em você para ver só o que seus gurus querem que você veja. Somente assim, saindo da matrix, você irá alcançar o nível mínimo para entender o que seja a verdade dos fatos. Saudações democráticas! :-)

        Miguel do Rosário

        16/10/2012 - 18h12

        A luta histórica dos partidos populares está expressa na ascenção econômicas dos pobres, no aumento dos salários, no sonho realizado da casa própria, queda recorde nos juros e nos spreads bancários, desemprego baixo, contas públicas em bom estado. Engraçado você citar o PTB, partido de Getúlio Vargas. Me faz imaginar que estou discutindo com um udenista da década de 50.

    Miguel do Rosário

    16/10/2012 - 18h05

    Peter, o governo Lula encerrou com nível recorde de aprovação, inclusive nas classes abastadas e educadas. A Dilma está trazendo os juros para seu nível mais baixo da história. O desemprego no Brasil está mais baixo do que em toda europa e eua. As universidades, que estavam totalmente sucateadas, renasceram. FHC havia acabado com verbas para pesquisa científica, as quais explodiram na era Lula. Dilma tem um programa para dar 100 mil bolsas para estudantes brasileiros estudarem em universidades como harvard, yale, sorbonne, e alemanha. A carga tributária deve cair com Dilma, enquanto experimentou um enorme salto com FHC. O mensalão, por sua vez, não existiu. Isso é um delírio ridículo de juristas que não entendem como funciona uma democracia. Compra de votos, provada, com testemunha, só existiu uma: a compra da reeleição de FHC.

    Cordialmente,
    Miguel

      Peter

      16/10/2012 - 21h19

      Miguel, lembre-se que existia também o PSD, não apenas a UDN naquela época… :-)

      A propósito, quem informa estes “níveis recordes de aprovação” são as pesquisas pagas com verbas públicas. Ou seja, que não se revelaram na mesma proporção nas recentes eleiçoes. mesmo com todo o investimento feito pelo governo por meio de bolsas-família e outros artifícios de captação de votos.

      Quanto as classes abastadas, estas estão do lado do Lula como nunca antes na história deste país. Nunca as grandes construtoras ganharam tanto dinheiro e sem lei para controlar sua sanha (imagina FHC, o amigo do Lula, propor uma lei como essa de encobrir os aditivos ?), nunca bancos ganharam tanto dinheiro fácil com lucros exorbitantes, nunca aventureiros como Eike foram tão bem recebidos por presidentes como o Lula, etc.

      Outra coisa, repara só o ato falho dos que insistem contra todos os fatos apoiar o governo atual sempre usa o verbo no tempo futuro: “deve cair”, “para dar bolsas”, etc. No futuro, talvez, alguma coisa irá melhorar. No presente são corrupção condenada, roubalheira nas obras da Copa, Delta Construtora, Palloci, o homem de 6 milhões de dólares, negociatas em corredor de hotel, etc.

      É obvio que alguma coisa deveria ter sido feito em 10 anos de governo, mas as universidades se reduziram para se tornaram escolas de terceiro grau. Nenhuma delas pode ser comparada com universidades de primeira linha do exterior. Pouquíssimos pesquisadores brasileiros tem sido refernciados por pesquisas isentas do exterior. Pesquisa acadêmica é o meu forte e tenho um camarote bem razoável para tecer os meus comentários, que não caberiam aqui. Houve uma explosão de novas unidades federais que não se subsistirão por falta de fundamento intelectual. Hoje são cabides de emprego que fornecem um diploma num mercado que deseja profissionais com um multifacetado tipo de formação. Este modelo mal-pensado e mal-gerido formará diversos “doutores” sem prática profissional para o mercado e que não contribuirá em nada para o que a sociedade deseja. E está gerando um mercado de MBAs que tentam consertar para o empregador os erros da faculdade.

      Quanto ao mensalão não ter existido, é estratégia goebbeliana: uma mentira repetida diversas vezes pode acabar virando uma verdade. Não virará. Mas sua cantilena se parece com o Lula numa última entevista quando ele disse que era um “trabalhador”. Cômico insuperável. Isso é que é um delírio ridículo :-)

        Miguel do Rosário

        16/10/2012 - 21h28

        Pesquisas pagas com verba pública? Datafolha, Ibope… Putz! Estava até curtindo discutir com você, mas assim… Quanto ao mensalão, esse sim delírio pseudo-golpista que usou estratégia goebbeliana. Compra de voto houve sim na reeleição de fhc. Aí há uma prova, ao menos. Um áudio! Confira a evolução de recursos federais para as universidades na época de fhc e a partir de Lula. Sobretudo, veja os recursos para pesquisa científica…

@wilsoncjunior

15/10/2012 - 10h43

“Prendam os corruptos, inclusive do PT. Sobretudo do PT!” http://t.co/LvAKsB11

@ThiDurante

15/10/2012 - 10h42

Novamente @migueldorosario tecendo um texto com maestria. Leia: A saudável crítica ao STF http://t.co/A3vC8yKo (via @henrique_veio)

Érico Cordeiro (@ricocordeiro)

15/10/2012 - 10h32

A saudável crítica ao STF – http://t.co/a7e5rzCs

@carlosffrank

15/10/2012 - 10h24

A saudável crítica ao STF – http://t.co/pLvYxC6I Magnífico texto, eta lucidez!

@henrique_veio

15/10/2012 - 10h17

CONCORDANDO OU DISCORDANDO DAS DECISÕES DO STF, VALE A LEITURA: http://t.co/tATEAStL

rildoferreiradossantos@gmail.com

15/10/2012 - 09h47

Caro Miguel.

Radicalizou e generalizou ao dizer: “Anunciar que “não ganho um real, faço campanha por ideal” é mentira.”

Me senti um mentiroso porque afirmo categoricamente que já trabalhei [panfletando, inclusive] para candidatos que nem sabem que existo.

Lá nos idos anos 1980, trabalhei a candidatura de Lisaneas Maciel para o governo do Rio, assim como já trabalhei para o Gabeira, Jorge Bittar, Garotinho, Benedita da Silva e Cabral.

Antes que digam que não tenho posição, lembro a todos que estes foram candidatos apoiados pelo PT, logo eu estava junto com o PT, quando não eram do próprio PT.

Para não ficar só nos candidatos majoritários atuei de forma voluntariosa para o então candidato a deputado federal Cyro Garcia, hoje no PSTU e para o candidato a deputado federal AC Biscaia. Para deputado estadual atuei de forma voluntariosa, e em algumas ocasiões contribuindo financeiramente, para Ivan Calais, Arthur Messias (deixando o mandato de prefeito em Mesquita), Ferreirinha, Azair e André Ceciliano. Candidatos a prefeito: Lindberg Farias (hoje senador)em Nova Iguaçu, Ismael Lopes, Zaqueu Teixeira, ambos em Queimados e agora para Sheila Gama em Nova Iguaçu.

Fora este fragmento dissonante, no mais concordamos integralmente. Sobre o STF, ainda penso que ele foi chantageado. Há algo que os juízes não nos querem deixar saber e se submeteram a rupturas constitucionais para silenciar os fatos.

Ainda virão à tona. Veremos!

    Miguel do Rosário

    15/10/2012 - 09h55

    Oi Rildo, eu também, trabalho o tempo inteiro sem ganhar nada. Por ideal. Mas na verdade sou eu mesmo que me pago. E de alguma forma, eu acabo ganhando com isso, honestamente. Assim como você fazia, se pagava de alguma maneira. E depois ganhou com isso, nem que seja na forma de amigos, que te ajudaram profissionalmente. O que eu critico é esta criminalização insidiosa de todas características reais da democracia, como se fosse uma religião, sem vida real, sem sangue, sem luta pelo poder.

    Abraço!

    Miguel do Rosário

    15/10/2012 - 10h13

    Apaguei o trecho. Ficou faltando uma explicação mais detalhada. Trabalha-se, sim, somente por ideal e ponto. É um altruísmo natural, que se pode fazer em prol de um bom candidato, ou de um fascista. Os teaparties também fazem campanha por ideal. Minha crítica era em outro sentido, contra a criminalização da política, incluindo aí seus aspectos profissionais: por exemplo, você pode distribuir uns panfletinhos de graça para um candidato. Mas e se você tiver que trabalhar dez horas por dia, não somente durante a campanha, mas durante os 4 anos do seu mandato. Não seria absurdo trabalhar de graça? Falei nesse sentido.

      rildoferreiradossantos@gmail.com

      15/10/2012 - 13h10

      Então estamos de acordo. E você tem razão quando diz de valores agregados não mensurados. Na minha experiência pessoal, insisti em bradar o nome do presidente Lula em todas as ocasiões de candidato a presidente. Tive como benefício acesso a serviços antes impensáveis até poder afirmar hoje ser pós-graduado em Pedagogia Empresarial. Ou seja, o pagamento veio anos depois, mas veio; não em forma de dinheiro, mas de benefícios que jamais alguém poderá me subtraí-lo.

        Miguel do Rosário

        15/10/2012 - 13h37

        Valeu, Rildo, acabou que nem apaguei. Mudei somente, e até inspirado nesses seu relato. É disso que estou falando. Abs!

@mariawang

15/10/2012 - 08h57

A saudável crítica ao STF – http://t.co/OOLUajbM

Miguelito (@__Miguelito_)

15/10/2012 - 08h52

A saudável crítica ao STF – http://t.co/yYtS6xV2

José de Abreu (@ZehdeAbreu)

15/10/2012 - 08h48

Leitura imperdível!

“@anabellbar: A saudável crítica ao STF – http://t.co/HEoWqxgR”

@anabellbar

15/10/2012 - 08h45

A saudável crítica ao STF – http://t.co/s9nlhVTE

@rogerio_sinesio

15/10/2012 - 08h43

A saudável crítica ao STF – http://t.co/J7EuGoBk

migueldorosario (@migueldorosario)

15/10/2012 - 08h34

A saudável crítica ao STF http://t.co/tLIEpCFN


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