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(Ilustração capa: Giotto)
Parabéns à Folha. Neste domingo, o jornal publicou um excelente infográfico com os apoios partidários nas 85 principais cidades brasileiras. Agora sim, é possível ter uma ideia mais equilibrada sobre o suposto “descolamento” entre PSB e PT.
Mais equilibrada, porém ainda incompleta, visto que o Brasil tem mais de cinco mil cidades.
É melhor, de qualquer forma, do que se limitar apenas às capitais. Os jornalões, quando se trata de infográficos, são insuperáveis. Se um dia a imprensa tradicional acabar, nossos jornalões poderão se transformar em produtoras de infográficos para internet.
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Observe que o PSB apóia 16 candidatos do PT, enquanto o PT apóia 9 candidatos do PSB. Ou seja, o PSB é um bom aliado. Preciso fazer a comparação com a eleição anterior, mas considerando o número em si mesmo, ele não indica nenhum “descolamento”; ao contrário, mostra ambos os partidos em processo de convergência.
Houve atritos em Recife, Fortaleza e Belo Horizonte, mas os números do TSE revelam que o PSB vê no PT o seu principal aliado. O apoio que o PSB está dando a candidatos do PT este ano é o maior que dá a qualquer outro partido.
Por falar nisso, vale comentar a entrevista do Eduardo Campos, presidente do PSB, à Folha deste domingo.
Por falar nessa entrevista, alguma alma caridosa deveria pedir ao André Vargas, secretário de Comunicação do PT (!) para não cometer o erro crasso de ler apenas a manchete de uma matéria, que é onde a manipulação se dá em nível mais descarado. A Folha tentou de tudo, na entrevista, para arrancar afirmações críticas de Campos ao PT, e tudo que conseguiu foi esse “criar problemas”, que na verdade é uma crítica construtiva e saudável. E a reação de Vargas confirma a tese do presidente do PSB. Vargas nem se deu ao trabalho de ler a entrevista. Leu o título da matéria, provavelmente no Twitter, e fez exatamente aquilo que Campos alerta como um vício do PT: bombardeou gratuitamente um aliado.
Enquanto o Lula põe em risco sua saúde em seu esforço para apagar os incêndios (inevitáveis, em época de eleição) na relação entre PSB e PT, irresponsáveis como André Vargas correm para mídia para botar mais fogo na fogueira. Ora, a coesão da base aliada é condição fundamental não apenas para a reeleição de Dilma Rousseff em 2014, como para a aprovação de reformas importantes no Congresso nos próximos dois anos.
Reparem, aliás, que o gráfico deixa patente, antes de tudo, a coerência das alianças partidárias – também contrariando o lugar comum dos “analistas” da mídia, que invariavelmente fazem discursos neolacerdistas sobre a “decadência” da política. A base aliada a nível nacional tende a se aliar localmente. Partidos de esquerda tendem a se coligar a partidos de esquerda, e legendas de direita trocam apoio da mesma forma.
A Folha também publicou, no domingo, um gráfico com a participação dos partidos nas cabeças de chapa às eleições nas 85 maiores cidades do país.
Ei o resultado:
Esses números, portanto, derrubam outra tese da Folha, ventilada semanas atrás, de que o PT estaria perdendo terreno (porque terá menos cabeça de chapa em capitais do que teve em 2008. Claro que somente após o resultado das urnas poderemos confirmar isso, mas não será nenhuma surpresa se o PT sair fortalecido das eleições este ano.
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A CPI do Cachoeira continua indo de vento em popa. Os escândalos se tornaram tão rotineiros que a mídia nem lhes dá mais destaque. Alguns aparecem um dia, mas a imprensa não dá continuidade. Por exemplo, no dia 7 a Folha trouxe uma bomba:
Nos dias seguintes, porém, a matéria não teve continuidade. Nenhum outro jornal deu repercussão, e Ali Kamel fez ouvidos de mercador. Daqui a alguns dias, Eliane Cantanhede tentará novamente vender a tese de que a CPI está “moribunda”.
O blog Conversa Afiada, do Paulo Henrique Amorim, traz documentos que envolvem o deputado federal Fernando”tigrão” Francischini (PSDB-PR) e o procurador-geral da República, Antônio Gurgel.
Nos próximos capítulos, a CPI vai esquentar bastante, com depoimentos de Cavendish, Paulo Preto, Pagot.
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Hoje tem um texto hilário (não fosse tão ridículo e mentiroso) de Noblat sobre o suposto “plano” de Lula de puxar o tapete de Dilma e se eleger em 2014. O ex-presidente passou oito anos repetindo que não mudaria a Constituição para governar mais tempo; pois Noblat agora volta a acusar Lula de ter desejado, sim, ficar mais tempo. Então encerro texto sugerindo a Lula que não tente o “terceiro mandato”. Será que esses caras não têm outro assunto pra falar? É só Lula, Lula, Lula?
O blogueiro usa a velha fórmula de revelar segredos (que não passam de invenção) e criar uma intimidade inexistente, como se ele tivesse acesso direto aos pensamentos mais recônditos do líder petista. Cantanhede fez a mesma coisa no domingo, desta vez com Dilma; segundo a colunista, a presidente “trabalha seriamente” com a hipótese de derrota de Chávez, dentre outros “segredinhos”.
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O Estadão traz um artigo que poderia constar no informativo mensal do Instituto Pinel. O autor transforma Lula e o PT na encarnação do mal. Até aí tudo bem. Partidarismo barato, tacanho, mas compreensível num texto publicado no Estadão. O que achei engraçado, no entanto, foi esse trecho:
A sociedade brasileira já pressente, na inflação que regressa, o tamanho do rombo.
O cara é tão enlouquecido que não viu que a inflação fechou em junho na menor taxa talvez da história brasileira.
Os três grandes dragões que devoraram a felicidade do povo brasileiro foram vencidos: desemprego, inflação e juros. Esses são os três fatores que interferem diretamente na vida cotidiana das pessoas.
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spin
11/07/2012 - 16h33
A lei brasileira favorece a máfia. Me refiro a esta fábrica de suplentes, que assumem sem terem tido sequer 1 voto, não conhecidos do eleitorado, que democracia é essa? No lugar do Demostenes deveria assumir o segundo mais votado, o Pedro Wilson (PT-GO) e não o Wilder, tão mala quanto o que acabou de ser cassado
Helena Vargas
09/07/2012 - 17h06
O otimismo brasileiro em relação à economia
Enviado por luisnassif, seg, 09/07/2012 – 16:02
Por Demarchi
Da BBC Brasil
Brasileiros são os mais otimistas em pesquisa global sobre rumos da economia
Os brasileiros se mostraram os mais otimistas em uma pesquisa global conduzida em 13 países.
A enquete, encomendada pela Confederação Internacional do Comércio, revelou que 69% da população do Brasil acredita que o país esteja indo na direção certa, enquanto 31% está pessimista quanto aos rumos do país. Nesse quesito, os brasileiros foram seguidos pelos canadenses e pelos sul-africanos.
Os brasileiros também se mostraram os mais positivos ao responder uma pergunta avaliando o desempenho econômico do país: 71% dos brasileiros consideram que a situação econômica do país é boa ou muito boa.
Realizada sob o viés do estado da economia local e mundial, a pesquisa demonstrou grandes variações na percepção do futuro em países com situações bem diferentes.
Os gregos, que atravessam um momento de grandes sacrifícios por causa da imposição de um conjunto de medidas de austeridade, se mostraram os mais pessimistas da enquete: 91% dos entrevistados acham que o país está indo na direção errada.
As entrevistas foram conduzidas em Grécia, Japão, França, Reino Unido, Estados Unidos, Bélgica, Bulgária, México, Indonésia, África do Sul, Canadá, Alemanha e Brasil.
A Alemanha foi o único país europeu em que a maioria dos entrevistados achou que o país estava indo na direção certa.
A pesquisa, feita pela empresas TNS e Anker Solutions, ouviu cerca de 13 mil pessoas nos 13 países, que representam 20% da população mundial.
O tom geral foi de pessimismo. A pesquisa concluiu que 58% dos participantes disseram que seu país está indo na direção errada; 68% classificam a situação econômica do país em que vivem como ruim e 66% acreditam que num futuro pior para as próximas gerações.
A coleta de dados foi feita entre os dias 10 de abril e 6 de maio deste ano.
Helena Vargas
09/07/2012 - 17h04
As obviedades do jornalismo político
Enviado por luisnassif, seg, 09/07/2012 – 11:45
Por Joca Oeiras
Quando o óbvio se traveste em notícia
Joca Oeiras
Dizer obviedades não é privilégio de ninguém, ou, melhor dizendo, ninguém escapa de dizê-las durante a vida, mesmo os mais sábios e originais pensadores. Mas não posso concordar, em absoluto, que coisas óbvias sejam apresentadas como notícias, mormente na chamada grande imprensa.
Refiro-me ao artigo dos jornalistas de “O Globo” Demétrio Weber e Luiza Damé, postado na madrugada deste domingo (08-07-2012) no Blog do Noblat e intitulado “Muito ‘Brasil’ e pouco ‘PT’ nas palavras de Dilma”.
A dupla de jornalistas, parece brincadeira, se dispôs a analisar todos os discursos da presidenta Dilma para provar, vejam bem, provar, por A mais B, que a Dilma não é o Lula.
Uma pesquisa de Fôlego
Informam os jornalistas que “O Globo analisou as falas públicas de Dilma classificadas como discursos na página oficial da Presidência da República na internet, no período que vai da posse, em 1 de janeiro de 2011, até 29 de junho de 2012”. Eu nada teria contra esta pesquisa não fosse a pífia e, mesmo,absolutamente irrelevante conclusão a que se chegou através dela, a saber, que, em seus discursos oficiais, a Presidenta poucas ou, se quiserem, muito poucas vezes citou a sigla PT ou nominou o Partido dos Trabalhadores tendo, no entanto, falado, muitas vezes, a palavra “Brasil”(sic), que, não por coincidência, é a denominação da Nação que ela preside.
Pergunto ao leitor: em que acrescenta esta notícia, tão trabalhosamente construída? Será que existe nela alguma vontade de dizer que há um divórcio entre o criador e a criatura? Será que, ao realizar a tal “pesquisa”, já não havia a intenção deliberada de “provar” que a Dilma é “mais Brasi”l e o Lula é”mais PT”? No entanto, não há como escapar: os intrépidos jornalistas conseguiram provar, científicamente, que p Lula é o Lula e a Dilma é a Dilma. Foi uma grande descoberta!
Por Ivanisa Teitelroit Martins
há entre os atuais repórteres uma ausência ou uma falta de preparo para a análise política… para fazer jornalismo político… que não se reduz a uma pesquisa de discursos, mas anos de convivência com políticos e com o Congresso. Há mudanças sim que estão ocorrendo por conta da exaustão das alianças governistas. O PSB é um partido que vem demonstrando um crescimento progressivo e o PT teve a chance de deixar sua marca ideológica durante o governo Lula. Novas lideranças estão se consolidando, o resultado das eleições municipais permitirão delinear um novo cenário na política brasileira.