Em nota, Itamaraty condena impeachment de Lugo e convoca embaixador
Da Redação
Em nota oficial divulgada na noite deste sábado (23), o governo brasileiro fez sua primeira manifestação oficial sobre o processo relâmpago de impeachment que levou à destituição do presidente do Paraguai, Fernando Lugo. Na nota, lançada pelo Itamaraty logo após um encontro da presidenta Dilma Rousseff com ministros, o governo do Brasil condena o “rito sumário” contra Lugo e diz que “não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa”. A nota também solicita o retorno do embaixador brasileiro no Paraguai para consultas.
“O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional”, diz a nota, que garante em seguida que “medidas a serem aplicadas em decorrência da ruptura da ordem democrática no Paraguai estão sendo avaliadas com os parceiros do Mercosul e da Unasul, à luz de compromissos no âmbito regional com a democracia”.
A presidenta Dilma Rousseff esteve reunida, no Palácio da Alvorada, com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, para discutir a situação política no Paraguai. Desde que o ministro retornou ao Brasil após a missão de chanceleres da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) ao Paraguai, ainda não tinha se reunido com a presidenta.
Patriota chegou ao Brasil na madrugada de sábado (23). A missão de chanceleres foi a Assunção na tentativa de conter o processo de impeachment do presidente do Paraguai, Fernando Lugo. Também participaram do encontro no Palácio da Alvorada os ministros da Defesa, Celso Amorim, e de Minas e Energia, Edison Lobão.
Leia abaixo a íntegra da nota do Itamaraty:
O Governo brasileiro condena o rito sumário de destituição do mandatário do Paraguai, decidido em 22 de junho último, em que não foi adequadamente assegurado o amplo direito de defesa. O Brasil considera que o procedimento adotado compromete pilar fundamental da democracia, condição essencial para a integração regional.
Medidas a serem aplicadas em decorrência da ruptura da ordem democrática no Paraguai estão sendo avaliadas com os parceiros do MERCOSUL e da UNASUL, à luz de compromissos no âmbito regional com a democracia.
O Governo brasileiro ressalta que não tomará medidas que prejudiquem o povo irmão do Paraguai.
O Brasil reafirma que a democracia foi conquistada com esforço e sacrifício pelos países da região e deve ser defendida sem hesitação.
O Embaixador do Brasil em Assunção está sendo chamado a Brasília para consultas.