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Um minuto e meio de incoerência

Houve exagero nas reações contra o apoio de Paulo Maluf à campanha de Fernando Haddad. Por GUILHERME SCALZILLI

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GUILHERME SCALZILLI, em seu blog

Houve exagero nas reações contra o apoio de Paulo Maluf à campanha de Fernando Haddad. Os petistas não pareceram tão chocados quando o PP se engajou na reeleição de Lula e na vitória de Dilma Rousseff, com direito a ministério. E nem de longe a imprensa fez as mesmas caretas de nojo diante da aproximação do PSDB com o malufismo, gesto que traiu a herança do então recém-falecido Mário Covas.

A batalha contra o serrismo privata só ganha limites ideológicos no front paulistano? E os entulhos autoritários só parecem monstruosos numa foto com Lula e Haddad?

Por mim, Maluf passaria seus últimos anos de joelhos, esfregando latrinas com a própria escova de dente. Mas não acredito que o Poder Executivo, em qualquer nível, pudesse fazer algo para realizar essa fantasia. Não mais que o Ministério Público e o Judiciário, instâncias com meios e prerrogativas apropriados, embora estranhamente ineficazes e, apesar disso, imunes às bravatas do jornalismo oposicionista.

Se o PP tem condições de barganhar minutos de propaganda, que ocupe seu inevitável antro estatal sob a coordenação de alguém como Dilma ou Haddad e o escrutínio feroz que a mídia corporativa dedica às administrações que odeia. Com José Serra, a lambança talvez não tivesse freios nem controle. Basta ver os descalabros cotidianos em São Paulo, feudo histórico do malufoquercismo tucano.

Um efeito nefasto da maleabilidade pragmática é o espírito reacionário contaminar a plataforma vitoriosa nas urnas. Mas esse perigo não se restringe aos partidos menores, tampouco aos da direita tradicional. O excesso de fidelidade doutrinária progressista deveria rechaçar acordos com o PMDB, o PDT e o PSB, cujos líderes regionais vivem fazendo conchavos espúrios e propondo legislações execráveis. Um passeio pelo interior paulista daria bons motivos para Luiza Erundina trocar de partido.

Os ataques injustificados à candidatura Haddad evidenciam o medo que ela inspira naqueles que fingiam menosprezá-la. E não chega a surpreender o número de líderes e militantes de esquerda que pertencem a esse grupo.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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alex

20/06/2012 - 20h38

ATENÇÃO — ERUNDINA, HOJE NO JORNAL DA RECORD

Em tempo: A deputada Luiza Erundina confirmou agora à tarde entrevista ao vivo no Jornal da Record News, comandado por Heródoto Barbeiro, que vai ao ar às 21 horas desta quarta-feira.

(li no Balaio do Kotscho)


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