A CPI está fornecendo farto material para a blogosfera fazer a contra-informação.
Merval Pereira, o colunista do Globo, continua obcecado pela blogosfera. Agora todo dia é um ataque diferente. Mentir e agredir, é o lema de guerra do colunista. Confiram o trecho de seu artigo de hoje:
Com relação à imprensa, o delegado Raul Souza foi categórico ao afirmar que a PF não encontrou qualquer indício de ilegalidade nos contatos do diretor da revista “Veja” em Brasília, Policarpo Junior, com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.
“Apensas conversas entre jornalista e fonte” foi a definição do delegado. Ora, se é verdade que existem mais de 200 ligações telefônicas entre o jornalista e o bicheiro, como gostam de alardear os blogs chapas-brancas, muitos financiados pelo governo exatamente para fazer esse trabalho de solapar a grande imprensa, como não se consegue nenhum diálogo direto entre os dois ou mesmo entre o jornalista e membros do grupo do bicheiro, que revele a suposta troca de favores que evidenciaria o crime?
Até o momento o que há são conversas entre os criminosos sobre o jornalista, que servem para alimentar ilações grotescas sobre conluio da direção da revista com o crime organizado.
O primeiro parágrafo é uma mentira descarada, o segundo uma informação distorcida e o terceiro uma conclusão falsa.
O depoimento do delegado Raul Souza foi focado na operação Vegas, da qual ele foi o chefe. Ele trabalhou apenas superficialmente na operação Monte Carlo, onde, aí sim, houve apuração das ligações entre o esquema Cachoeira e a revista Veja.
Sobre sua acusação aos blogs, é na verdade um elogio, vindo de um notório defensor de corruptos como é Merval Pereira, visto sua defesa incondicional dos acusados pelos crimes da privatização e agora, dos mafiosos da mídia ligados à Cachoeira.
Quanto aos diálogos diretos entre Poli e Cachoeira, a informação sobre 200 ligações é da PF, não dos blogs. Também estamos aguardando o seu conteúdo.
Não são apenas conversas entre fonte e jornalista. Há áudios dos criminosos conversando sobre matérias na revista que os beneficiariam. Cachoeira sabia até com duas semanas de antecedência que denúncias (fornecidas por ele mesmo) seriam publicadas. E as matérias foram publicadas exatamente como ele diz. As provas estão na próprias revista, bastando relacionar os áudios às reportagens. Ou seja, a agenda política nacional foi pautada por um esquema criminoso durante anos, visto que a Veja publicava matérias plantadas por Cachoeira e as organizações Globo (e demais grupos de mídia) transformavam a denúncia numa campanha de grande escala para derrubar este ou aquele desafeto da máfia Cachoeira X Demóstenes.
Aliás, é impressionante o esforço da imprensa para botar Agnelo Queiroz, Marconi Perillo e Sérgio Cabral no mesmo saco, com isso beneficiando, naturalmente, o governador de Goiás, visto que é contra ele que pesam as únicas acusações realmente graves.
Não boto a mão no fogo por Agnelo, quanto mais por Sérgio Cabral. Mas em se tratando do esquema Cachoeira, a chapa esquenta mesmo é para o governador Marconi Perillo.
Quanto a Agnelo, as informações de que dispomos dão conta que o esquema Cachoeira não foi bem sucedido em suas tentativas de infiltrarem-se no governo, e o contrato da Delta nos serviços de limpeza urbana em DF foi assinado na gestão anterior (começou em 2007, no governo Arruda, dos Democratas), imposto na atual pelo Judiciário e pratica preços menores do que em outros estados. E a mídia não tem falado que o vice de Agnelo, Tadeu Filipelli, pagava 100 mil por mês para Mino Pedrosa, assessor de Carlos Cachoeira, detonar Agnelo… Por quê? Certamente para chantagear o governador e forçá-lo a aceitar seus esquemas.
Diariamente, os jornais publicam ou repetem a história das fotos de Cabral festejando com seus secretários e o dono da Delta, Fernando Cavendish. A escandalização da intimidade é o fato principal, visto que a amizade entre Cavendish e o governador é conhecida há anos. Cavendish era um empresário respeitado no Brasil inteiro, tanto que sua empresa ganhou contratos milionários com dezenas de governos e centenas de municípios, além de ser um dos principais fornecedores do PAC. Há informações, por exemplo, que a Delta tem mais contratos com o governo de São Paulo do que qualquer outra unidade da federação. Isso os jornais não dizem.
Até então, portanto, Cavendish era um empresário idôneo, assim como são os donos da Andrade Gutierrez, da Odebrecth, e outras construtoras, que vivem viajando em companhia de governadores e presidentes da república. Lula viajou muito em companhia de grandes empresários, o que acabou rendendo vultosos negócios para essas companhias, e dinheiro para o Brasil, na forma de receita de exportação e impostos. Com certeza, houve jantares alegres entre Lula e empresários, o que não é crime. Só não houve vazamento de fotos.
Cabral, secretários e Cavendish mostraram-se em público, não era um encontro às escondidas, nem conversas em telefones codificados. As fotos demonstram antes um momento de inocente fanfarra do que uma reunião de conspiradores. O Rio é uma cidade com potencial turístico, que precisa desesperadamente de investimentos, que está se tornando um dos principais centros de eventos do mundo, então é normal que o governador viaje ao exterior. Viajando, tem de comer, e o governador não vai fazê-lo num kebab do subúrbio de Paris. O mesmo restaurante frequentado por Cabral deve receber brasileiros de todos os tipos. Hoje em dia até empregada doméstica viaja à França, então a escandalização da mídia tem muito daquele lacerdismo hipócrita, invejoso, irritado, metido a engraçadinho, que visa apenas desgastar o governador junto à classe média ingênua e transformá-lo em piada nos programas do Casseta e Planeta.
Repito que não boto a mão no fogo por Cabral. O PMDB é um partido altamente corrompido no Rio de Janeiro, mas até o momento não apareceu nenhum fato que ligue o governador ao esquema Cachoeira. Se aparecer, cadeia nele! Por enquanto, fica parecendo que a intenção é botar Cabral no fogo para tentar salvar Perillo.
Outro exemplo: José Serra foi acusado pelos irmãos de Vedoin de fazer parte da máfia das sanguessugas, apareceu em fotos ao lado dos principais líderes da quadrilha, mas a mídia jamais escandalizou o fato. Aí haviam testemunhas e provas, mas o caso não foi adiante porque, no Brasil, é a mídia que dita se tal político merece ou não ser investigado pelo Ministério Público. O procurador-geral da República é pautado pelos jornalões. Há uma covardia institucional generalizada no país. Não vejo outra razão para Gurgel, atual procurador-geral, decidir investigar antes Agnelo Queiroz do que Marconi Perillo, e mencionar Cabral – com base em fotos – antes de falar na privataria tucana – onde existem toneladas de documentos incriminando Serra e comparsas.