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Ilustração capa: Madonna, de Edward Munch.
O IBGE divulgou hoje os dados da produção industrial, que registrou queda de 0,5% em março sobre o mês anterior. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a queda foi de 2,1%. Em fevereiro, apesar da alta de 1,3% sobre janeiro, a queda sobre o ano anterior havia sido de 3,9%.
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[s2If !current_user_can(access_s2member_level1)]Para continuar a ler, você precisa fazer seu login como assinante (no alto à direita). Confira aqui como assinar o blog O Cafezinho.[/s2If] [s2If current_user_can(access_s2member_level1)] Aliás, a queda de 0,5% em março explica-se, em parte, pela disparada de fevereiro.
É preciso ficar atento, sobretudo, ao item “Bens de Capital”. Ele cresceu 3,8% em março, na relação com fevereiro. E reduziu a queda sobre o ano anterior de – 16% em fevereiro para – 5,7% em março. Com isso no acumulado Jan-Mar, a queda do setor de bens de capital ficou em – 11%, contra 15% em Jan-Fev.
A indústria de bens de capital, que é o termômetro de toda a cadeia industrial, está se recuperando, e avançando.
Observe ainda que o setor de bens de consumo duráveis, que tem maior valor agregado e usam mais tecnologia, registraram uma forte alta de março, de 3,4%, contra uma queda de 4,3% em fevereiro, considerando sempre o mês anterior.
A indústria, de maneira geral, ainda se recupera do baque registrado no primeiro mês do ano. Os números que refletem a variação acumulada no trimestre são arrastados para baixo pelo desempenho ruim em janeiro.
A expectativa, no entanto, é que a recuperação da indústria brasileira só vai deslanchar com força a partir do segundo semestre. Juros mais baixos, câmbio melhor, pacotes oficiais de incentivo, inflação sob controle e uma atividade econômica mais acelerada, deverão constituir a base sobre a qual a indústria poderá fechar o ano com índices surpreendentes de crescimento.
O gráfico abaixo mostra bem esse descompasso, entre os dados trimestrais, que refletem mais o passado (janeiro) que o presente (fevereiro e março), e o índice com ajuste sazonal, mostrando uma franca recuperação do setor de bens de capital. Veja a linha vermelha subindo.
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