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Umberto Eco, o mensalão e a pizza da morte

O mensalão se tornou uma espécie de Protocolos dos Sábios do Sião do antipetismo.

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O mensalão se tornou uma espécie de Protocolos dos Sábios do Sião do antipetismo. Os Protocolos, para quem não sabe, foi um texto amplamente difundido a partir do século XIX, no qual supostas lideranças do sionismo global articulavam a dominação do mundo. Para atingir esse objetivo, externavam uma ausência de escrúpulos que fariam Maquiavel parecer um anjinho pelado das igrejas barrocas de Ouro Preto. Em “Mein Kampf”, Hitler afirmava que somente quando este livro (Os protocolos) se tornasse patrimônio comum da humanidade, o perigo hebraico seria eliminado.

Trata-se de uma fraude. Uma das maiores fraudes de todos os tempos, conforme já provado por especialistas, embora qualquer um com nervos em ordem já soubesse disso. Em seu último romance, Umberto Eco inventa uma história fabulosa cujo principal personagem, um talentoso falsificador italiano residente em Paris, seria o autor verdadeiro dos Protocolos. Eu acabei de ler hoje o Cemitério de Praga e queria muito citá-lo. A chance é agora, desculpem se forço um pouco a barra.

A origem real dos Protocolos foi o conluio entre a farsa, o preconceito e a imprensa, produzindo um monstro tão grande que até hoje há gente que acredita que os judeus querem dominar o mundo. Quer dizer, querer dominar o mundo todos querem e não creio que seja um pecado maior: o problema são os meios incríveis usados pelos judeus para fazê-lo: dominando a imprensa, as universidades, as artes, o comércio, e por aí vai. Mais de seis milhões de judeus foram mortos na II Guerra por conta da difusão dessas mentiras.

Isso não significa que não tenham existido banqueiros judeus desonestos, por exemplo. Daí para a existência de um complô hebraico internacional, ou para a autenticidade de um documento tão grotesco, há uma diferença tão grande como entre o Tietê das marginais e a nascente do São Francisco.

Dito isto, analisemos o mensalão. Ontem, o Domingo Espetacular divulgou uma entrevista com o ex-prefeito de Anápolis, Ernani José de Paula, em que ele denuncia o conluio entre Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira para derrubar o então ministro da Casa Civil, José Dirceu. Cachoeira fez dois ataques: divulgou gravações de Maurício Marinho, funcionário dos Correios, recebendo propina; e de Waldomiro Diniz, fazendo a mesma coisa. O ataque acabou dando um resultado inesperado para a dupla, que pretendia se vingar de Dirceu por ter vetado a nomeação de Demóstenes Torres para a Secretaria Nacional de Segurança Pública, um dos órgãos mais importantes do Ministério da Justiça. O resultado foi uma entrevista de Roberto Jefferson à Folha de São Paulo dizendo que o governo pagava uma mesada de 30 mil reais aos deputados para votarem os seus projetos. Jefferson, atingido pela denúncia contra Marinho, que dissera ser “protegido” dele, encasquetou que Dirceu estava por trás da divulgação do vídeo e resolveu dar o troco. Tinha início a chamada crise do mensalão, até hoje alardeada pela mídia conservadora como “o maior caso de corrupção da história”. Não se sabe o critério para se posicionar o mensalão tão alto neste ranking. Outro dia, ficamos sabendo que a Justiça Federal condenou tucanos a pagarem indenização de 24 bilhões de reais ao erário. Como o mensalão girou, pelo que se sabe, não mais que 20 milhões de reais, o critério não pode ser o valor.

Assim como os Protocolos, o escândalo ganhou colaboração de muitos ficcionistas, a começar pelo próprio denunciante, que foi cassado algum tempo depois justamente por não conseguir provar sua acusação (mais recentemente, Jefferson negou a existência do mesmo, dizendo que foi uma peça de retórica sua). Depois de muita investigação, descobriu-se um esquema de caixa 2 praticado pelo PT nas eleições de 2002. Não havia nenhum pagamento mensal a deputado. Não se apurou nenhum depósito de 30 mil reais a ninguém. E até hoje não se conseguiu identificar nenhuma votação no Congresso em que fizesse sentido o pagamento de propina para comprar o apoio dos parlamentares. Ao contrário, naqueles primeiros anos do governo Lula, não houve votação de nenhuma lei ou projeto que ampliasse o poder do Executivo, nem que promovesse qualquer mudança revolucionária que justificasse uma jogada tão arriscada.

O único mensalão provado, com existência de depoimentos gravados, e onde houve uma votação em que estava em jogo a ampliação do poder Executivo, foi o praticado por FHC em 1997. O deputado Ronivon Santiago (PFL-AC) afirmou que vendeu o seu voto a favor da emenda da reeleição por R$ 200 mil, segundo relatou a um amigo. A conversa foi gravada e a Folha teve acesso à fita. Ronivon afirma que recebeu R$ 100 mil em dinheiro. O restante, outros R$ 100 mil, seriam pagos por uma empreiteira -a CM, que tinha pagamentos para receber do governo do Acre. Segundo ele, outros também venderam seu voto.

Entretanto, é pueril, na minha opinião, dizer que o “mensalão” não existiu. Assim como os Protocolos, ele existiu sim. A partir das gravações feitas por Cachoeira e divulgadas com estardalhaço pela Veja, aliadas à oportuna crise de fúria de Roberto Jefferson, a oposição partidária e a imprensa corporativa, que tinham muitos interesses financeiros contrariados em comum, articularam um ataque midiático de grandes proporções para derrubar o governo e assumir as rédeas do poder novamente. Assim como aconteceu aos Protocolos, não faltavam exemplos de judeus sovinas, pedantes ou desonestos para corroborar a versão. No caso, foram à cata de petistas corruptos. A ascensão do petismo ao poder havia criado uma rede de intrigas, invejas, frustrações, inevitáveis neste processo. Para cada petista que ganhava um bom cargo no governo, havia dez invejosos dispostos a detonar o partido na primeira oportunidade. Foi então que vimos o surgimento, em larga escala, de ex-petistas enfurecidos, com sangue na boca, querendo detonar o partido por “rasgar seus princípios”. Não podemos esquecer que o mensalão teve contribuição fundamental de uma grande massa de petistas ressentidos, que invadiam as nascentes redes sociais para falar mal de seu partido.

O operação Monte Carlo e o desbaratamento da quadrilha de Cachoeira, assim como a prisão e condenação do banqueiro Daniel Dantas, ajudam a entender que interesses contrariados são esses. Os grupos de mídia vem penetrando ousadamente no ramo da educação, tentando obter lucros milionários na venda de livros didáticos para o Estado – o que não seria crime, não fosse os métodos que usam para lograr seus objetivos. Fora isso, tinham interesse em influenciar mais diretamente as mudanças nos sistemas de comunicação: internet, tv digital, canais fechados.

A blogosfera, desta vez, está na vanguarda das denúncias destas tramóias, que tem proporções ainda maiores que o escândalo Murdoch, que levou ao fechamento de um dos maiores jornais britânicos. Lá, o jornal subornava policiais, autoridades e espionava ilegalmente. Aqui, há provas de que a revista Veja espionava ilegalmente políticos (através da parceria que mantinha com Cachoeira) do campo “adversário”, com objetivo não só de vender mais exemplares, como enfraquecer o governo e mesmo derrubá-lo, visando empossar um grupo político que facilitasse seus negócios. Se isso não é o que podemos chamar de “golpismo midiático”, então eu sou uma cenoura transgênica e Elio Gaspari é na verdade um anão semi-analfabeto que vive no interior do Piauí.

Para sorte desses mafiosos, não existe, no Brasil, um órgão que fiscalize e puna as empresas de mídia, como há na Inglaterra, de maneira que qualquer movimento do governo neste sentido ganha a implicação de “ataque à liberdade de imprensa”.

No entanto, nada como um dia atrás do outro e o mesmo ambiente de liberdade que permitiu à imprensa adotar, em determinados momentos, uma postura extremamente partidária, também criou uma blogosfera aguerrida, que hoje responde na mesma moeda, muitas vezes pautando a grande mídia. Se a imprensa se arvora o papel de fiscalizar os governos, a internet assumiu a função, ainda mais difícil, de fiscalizar a mídia. Desacostumados a essa nova realidade, colunistas e âncoras dos grandes jornais passararam a se referir à blogosfera com uma agressividade que trai o seu desconforto.

Em meio a tanto burburinho (com direito inclusive a Stanley Burburinho, rs), que revela uma democracia vibrante, onde a luta ideológica se dá num espaço de maravilhosa liberdade política, muita gente ainda se angustia com a possibilidade de sermos passados para trás pelo conluio entre um Judiciário (em alguns casos) conservador e corrupto, um Executivo covarde e oportunista e um Legislativo que reúne todos os vícios anteriormente mencionados.

Prepara-se uma grande pizza!

Somos um país de otários!

Permitam-me discordar. O próprio fato de termos investigações de grande porte conduzidas pela Polícia Federal, como a que prendeu Cachoeira e dezenas de membros do próprio Estado, e desbaratou o famigerado Clube Nextel, para mim isso é o sinônimo da “anti-pizza”. As pessoas esqueceram o significado do conceito de “pizza”. Este acontece quando há suspeitas mas não se investiga e o caso é abafado pela imprensa. No escândalo Demóstenes, a investigação foi concluída, há dezenas de presos importantes, entre eles muitos funcionários da própria Polícia Federal, um senador teve a sua carreira política destruída e o escândalo explodiu na imprensa e nas redes sociais com a força de um tsunami. Muitos analistas sérios cogitam inclusive o fim do DEM. Caso seja mesmo uma pizza, é uma pizza letal! A pizza da morte!

No Congresso, a discussão sobre abertura ou não de CPI dependerá de complexas negociações sobre as implicações que esta poderá ter nos trabalhos legislativos. Ao governo, raramente uma CPI é interessante, porque atrapalha a aprovação de leis e reformas importantes para o dia a dia do país.

Eu torço, porém, para que duas CPIs sejam abertas: a da Privataria e a do Cachoeira. Este é o momento do Congresso contrariar o governo e agir com independência, porque isso sim ajudaria a erguer sua imagem aos olhos da opinião pública brasileira. Do contrário, o Congresso continuará vendo a popularidade da presidente crescer e a sua própria imagem continuar declinando.

Assista aqui a entrevista de Ernani de Paula ao Domingo Espetacular, exibida neste domingo, onde o ex-prefeito de Anápolis confirma o conluio entre Cachoeira e Demóstenes para prejudicar Dirceu.

*

O colunismo de oposição anda totalmente biruta nos últimos dias. Reinaldo Azevedo da Veja nunca encarnou tão bem o professor Hariovaldo. Agora passou a atacar até figuras neutras do jornalismo brasileiro, como Elio Gaspari. Com isso, ele ajuda a isolar a Veja ainda mais. Olha só que frase engraçada do Reinaldo:

Os liberais autênticos, os que se opõem ao lulo-petismo — e a qualquer outra vigarice — e os que lastimam a política tomada por ladrões devem saber: estão com os bons valores!

É ou não é um legítimo e ardente discípulo do professor Hariovaldo?

Outros, como Noblat, continuam insistindo na tese de que os petistas são gente de má-fé que está se aproveitando do infortúnio de Demóstenes para defender a corrupção. Olha só que exemplo de maniqueísmo simplório:

O que pretendem com isso? Banalizar a corrupção? Talvez.

Enfraquecer os que a combatem? Pode ser.

Aumentar o ceticismo dos que acompanham sem dar valor as denúncias de novos casos de apropriação do dinheiro público? Na mosca!

Este é o objetivo principal de coro tão afinado: os políticos são corruptos. Voto porque a lei me obriga. Mansaleiros? Liga não. Tem por toda parte, do PT ao DEM.

Faltou a Noblat dizer a quem se refere? Aos petistas em geral? A gente como Maurício Dias, da Carta Capital, que aproveita a queda do senador hipócrita para lembrar o udenismo e o mau que este causou ao país, estando na base de todos os golpismos que nos assolaram nos últimos 100 anos?  Não, Noblat, a grande maioria da população brasileira não perdoa nenhum corrupto, e continuará atenta a todo tipo de denúncia, seja contra quem for, mas cobrando que as denúncias sejam corretas, baseadas em provas contundentes, e não em ilações baratas, em preconceito ideológico, ou, pior, em interesses escusos e obscuros, como vimos que era o caso de boa parte das denúncias publicadas na Veja. Que sejam denúncias responsáveis, e não leviandades verdadeiramente golpistas, como foi aquele episódio ridículo em que o Jornal Nacional deu 7 ou 8 minutos para um bandidinho de terceira, como Rubnei Quicoli, dizer que estava articulando um financiamento amigo de 8 bilhões de reais junto ao BNDES. Isso às vésperas de uma eleição presidencial!

*

Por fim, vale a pena dar uma olhadinha na entrevista do Perillo (governador de Goiás enrolado até o pescoço no esquema de Cachoeira) para o Estadão. Se não pertencesse ao PSDB, teria sido escalpelado. Pelas informações que temos, conforme publicado nesta final de semana na Istoé e no blog do Nassif, Perillo só resiste porque a mídia continua exercendo uma blindagem custosa e talvez inútil. Perillo vai sangrar até o final de seu mandato e dificilmente elegerá o sucessor. Essa entrevista, em que não dá nenhuma resposta satisfatória, apenas o complica – ou complicaria, caso o Estadão lhe dedicasse o mesmo tratamento que dá a políticos de outros partidos.

*

A estagnação de Haddad nas pesquisas de intenção de voto está gerando ao menos um fato positivo: estimula o PT a calçar as sandálias da humildade e apoiar o PSB em outras cidades, com isso ajudando a cimentar uma aliança política que será muito importante em 2014.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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JCO

10/04/2012 - 19h36

MR, me permita discordar apenas de um ponto: o DEM já estava em fase adiantada de extinção. Essa pancada vai, no máximo, abreviar o epílogo.
Já em relação à CPI do Cachoeira, acho que vai contar até mesmo com apoio do PSDB. Tem coisa melhor para colocar "no esquecimento" a Privataria Tucana, que talvez finalizasse até mesmo os bicudos? Ab

    Miguel do Rosário

    10/04/2012 - 20h32

    tem razão. eles devem estar pensando nisso. mas a hora deles vai chegar tb. não perdem por esperar. um leão por dia, como se diz.

Filipe Rodrigues

10/04/2012 - 15h04

Caro Miguel do Rosário, em Belo Horizonte o PT apoiar o PSB é uma grande roubada.
O PSB/MG é aliado de Aécio Neves (provável oponente da Dilma em 2014), o PT vai ajudar o seu adversário?
Com ou sem aliança, acho improvável que Haddad não vá para o 2º turno, historicamente o PT não tem menos de 30% em SP (no 2º turno é todos contra Serra), Serra tem mais 40% de rejeição e mais de 40% também já declararam votar no candidato apoiado por Lula.
Pesquisa é momento, em 1982 Brizola começou o pleito com 3% e terminou a eleição como governador do Rio
Obs: Está certíssimo o PT em ter candidato na maioria das 118 cidades com mais 150 mil eleitores, isso vai influênciar nas eleições de deputado em 2014.

    Miguel do Rosário

    10/04/2012 - 19h19

    Cada caso é um caso. Pessoalmente, acho importante fortalecer a parceria com o PSB, porque quebra o preconceito dos que são contra o PT. E evita um pouco a coisa do partido único, que acaba gerando vícios. E o PSB hoje é uma força política muito respeitável.

    Abs

    Adriano Matos

    10/04/2012 - 21h06

    Felipe, burrice mesmo foi o PT abrir mão da candidatura à prefeitura de BH em 2008, depois de cinco mandatos sucessivos e bem avaliados pelo povo. O Lacerda é aliado de Aécio mas também do Pimentel que, afinal, foi quem induziu o PT nesse erro.

    Outra idiotice foi o PT negar apoio à reeleição do prefeito Serafim do PSB em Manaus, em 2008. Também muito bem avaliado pelo povo.

    Como partido, o PSB é um aliado preferencial. Bem melhor que estarmos coligados preferencialmente com o PMDB.

      Filipe Rodrigues

      11/04/2012 - 13h47

      Pimentel devia ter sido expulso do PT, ou os próprios filiados petistas deveriam isolá-lo do partido, o que ele fez foi imperdoável, o petista vice-prefeito de BH Roberto Carvalho se arrependeu do que aconteceu em 2008 (algo que Pimentel jamais fez, o contrário, seus interesses pessoais e o Projeto-Aécio é mais importante pra ele que o PT).
      Em resumo: Pimentel seguiu o mesmo caminho do Palocci.

      Nunca gostei do Michel Temer (PMDB) como vice da Dilma, em 2010 defendi Ciro Gomes (PSB) como vice-presidente, se o PT queria se aproximar do PSB devia ter feito isso em 2010. O PSB tem que decidir de que lado deseja ficar, nos estados onde é tucano o PT tem que passar longe.

      Nem todo mundo no PMDB é fisiológico, o Requião é ótimo eu sou fã dele como político, em BH o PMDB pode lançar o Deputado Estadual Sávio Souza Cruz como candidato a prefeito se o PT apoiar mesmo o Lacerda. Sávio é do PMDB autêntico, oposição a Aécio, mas acredite, sua origem é no PSB, diferente de Lacerda, Sávio tem muito mais identificação com a esquerda (como Vereador e Deputado Estadual foi líder dos governos Célio de Castro e Itamar Franco), metade do petistas de BH vão votar nele.

baixadacarioca

10/04/2012 - 13h34

Esse texto [e outros] eu carrego comigo. E aquele bando de professores da Estácio que vive a falar mal do Lula e do PT irão levar MR (*) na "lata". o 5° parágrafo é porrada da pesada e bota o velho discurso do mensalão na "lona". Valeu (*) Miguel do Rosário!

Cláudio Freire

10/04/2012 - 11h53

Excelente, Miguel. Sintetizou muito bem a questão.

Elson

10/04/2012 - 06h14

Miguel , quanto mais a Polícia Federal investiga mais ela põe a nú esta nossa mídia venal . Voce reparou que desde que Cachoeira foi preso a Veja parou de divulgar reportagens de capa com o tema corrupção . Perdoe o trocadilho , más acho que a cachoeira de Veja secou .
Depois desta matéria do Domingo Espetacular vai ter muito leitor de Veja se sentindo enganado .

    Elson

    10/04/2012 - 13h17

    Lembrei-me de algo , infelizmente , quando o dito “mensalão” veio a tona , com revistas , jornais e TVs repercurtindo a matéria , eu caí na besteira de condenar o Zé Dirceu , cheguei a pensar mesmo que ele era corrupto . Hoje graças a internet e a blogosfera posso ver o tremendo engano que cometi , não sei se o ex-Ministro da Casa Civil é culpado , só oque sei , é que as provas apontam o contrário , e , que aqueles que o acusavam , hoje sáo réus .
    É por essas e outras que hoje , eu prefiro ver a prova cabal do crime antes de condenar o suposto criminoso .
    O episódio da escola base não serviu de lição a nossa mídia , basta ver a ficha falsa publicada na primeira pagina da Folha , nem mesmo o Caso do Rubnei Quícoli , que recentemente desmentiu perante a justiça as afirmações que lhe renderam 8 minutos no Jornal Nacional durante a campanha eleitoral de 2010 .
    Infelismente nossa mídia é vendida , ela advoga a favor de quem paga mais , não tem isenção e muito menos imparcialidade , são como prostitutas ( Que me perdoem a profissionais do sexo , que prestam grande serviço à comunidade ) que se vendem para quem paga mais .
    É triste ver que em nosso País , quem deveria zelar pela lei ,e colaborar na fiscalização dos poders da República (Imprensa ), associa-se ao crime afim de obter vantagens , é como o sacerdote ( Neste caso qualquer um , de qualquer religião )que usa a fé alheia para auferir ganhos pessoais , zombando da ingenuidade alheia .

Patriarca Paciência

10/04/2012 - 06h04

Parabéns pelo texoto.

Acho que você conseguiu sentetizar tudo que há de concreto sobre o assunto até o momento!

Márccio Campos

10/04/2012 - 02h23

prezado,
não se esqueça que "a propaganda é a alma do negócio"…

perguntas rápidas:

de quem eram os bancos particulares que negou grana para Hitler reerguer a Alemanha? (ah! a doce história contada pelos vencedores!…)…

vc acredita (mesmo?!) que "6 milhões" foram mortos em campos de concentração?… e quantos foram (e continuam!!) "desfavorecidos" em 400 anos de escravidão? (de novo "a doce história…")… e em nossa "pobre" América Lat(r)ina… ('remember' outro 'movie': La Libertad)…

a quem interessou o sistema de "Apartheid" (1948 a 1994) para continuar explorando (negros (de novo?!) e minas de diamantes)? quem são os maiores especialistas, lapidadores e negociadores de diamantes do mundo?… onde vive a elite rica que controla o oceano de recursos deste lucrativo negócio? e os bancos que deles se locupletam? (vc que gosta de filmes não lembra de nada recente nas telas… alguma coisa com Denzel Washington… o "tardiamente" premiado (ex-bom-rapaz Von Trapp em "the sound of music") C. Plummer… assalto… banco… diamantes… nazistas…). (pois fique sabendo que eles ainda preferem morar em Londres e adjacências que é mais 'cult', digamos)…

cara, me poupe desse discurso fajuto! a cortina já caiu e tá cheio de rei nú por todo o canto!!

vc deve ter escrito um bom texto (como de costume, inclusive!) mas hoje parei no ponto em que vc veio com essa lenga de …"6 milhões"… presta atenção prezado, pois os lobbies são fortes e a 'catequese' permanente…

vai assistir um pouco de "Zeitgeist" (http://video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024) legendado mesmo – que é pra ser mais rápido!! e ver se o assunto te entra pelos poros também!!!

cara, temos um país inteiro sendo humilhado a cada instante (512 anos de "história do Brasil" nos livros não te bastam?); temos que passar a limpo um país continental 'montado' (made in usa) pra não funcionar (…"não deixaremos ocorrer outro 'Japão' abaixo do equador!!"…)… estamos à beira de perpetuarmos a impunidade das barbaridades e covardias contra toda nossa nação (e às famílias dos torturados e mortos? vamos condená-los a serem apenas 'sumidos'; covardes 'sumidos'??!!…); pois agora dia 12 o desfigurado (pra não dizer "infiltrado"!!) STF vai julgar (ou sufocar?) a Verdade (mais uma vez!!) nas nossas caras… para o resto de nossas histórias?!?!

este teu papo de perpetuar estes 'dogmas' é patético!!!!…

boa sorte na próxima!!

sds,
Márccio Campos
rio de janeiro

    Miguel do Rosário

    10/04/2012 - 09h48

    Já vi esses vídeos do ZeitGeist, mas não entendi. você acredita nos protocolos de sião e que os judeus estão por trás de tudo?

    sds

      Cláudio Freire

      10/04/2012 - 16h29

      Caramba, é sempre impactante ver que ainda existem pessoas como esse Márccio…

      Márccio Campos

      11/04/2012 - 01h11

      Miguel, eu não sei nada de “Protocolos”…; sobre judeus, então!… menos ainda. gosto muito do rabino Nilton Bonder, pois ele faz movimentos interessantes (provocativos! inclusive) tentando aparar algumas arestas entre as sociedades por aqui…
      meu conselho, se é que me permites, é que assistas ao vídeo que destaquei no meu comentário (http//video.google.com/videoplay?docid=-1437724226641382024), pois é o primeiro (creio que de 2005) da série. existem outros dois: (‘addendum’) também muito bom e didático e o (‘III’), este último em 12 capítulos feito em 2011, que ainda não tive ‘estomago’ pra assistir….
      a conclusão que quero chegar é que (ouça bem meu caro Cláudio Freire! Pois só vou falar uma vez), na minha modesta opinião , existe um grande conluio SIM; uma confraria de máfias entre:
      banqueiros transnacionais (gestores de bancos centrais mundo a fora) – aliás, o quê fez mesmo o ‘Gayrelles’ aqui no nosso? quando assumiu era pra dar ‘garantias’ de que Lula não foderia ninguém nem nenhum “contrato” chancelado pelo bosta do fhc; depois, em 2008, retardou o máximo o processo de queda da Selic – sempre historicamente e-s-c-o-r-c-h-a-n-t-e-s!! – pois tava escrito na testa dele o carimbo de ex-vice-seiláoquê presidente nãoseidoquê do Bank Boston!!!
      multinacionais (do petróleo, do petróleo, do petróleo – o maior de todos os negócios, ever! – da petroquímica; dos fertilizantes; dos “defensivos agrícolas” e sua genética pura e aplicada; das armas, das armas, das armas; dos fármacos, dos fármacos (alguém disse “drogas”, aí?!), das bebidas (refrigerantes ‘escuros’ too – assistam os documentários chocantes que rola no http://docverdade.blogspot.com.br/ ), dos automóveis, das ‘tecnologias’ (quanto custa pra nós mesmo um iPhone, iPad? …aí não posso… e uma refinaria? uma plataforma? um navio? uma siderúrgica? uma fábrica de remédios? (TEUTO não que é do ‘coiso’) uma petroquímica? Uma fábrica de cimento? (teve gente nos anos ‘duros’ que ganhou 2 antes de pagar a primeira prestação) …
      cartéis das mídias – uma raça (inteligente) escolhida à dedo, especializada em chantagem; manipulação da verdade; assassinato de reputações; ‘catequese’ massiva (tem uma frase muito boa do Malcomm X ‘about it’; outra irretocável de Joseph Pulitzer – que o Eduardo Guimarães perpetuou no alto de sua página!! – devias fazer o mesmo, Miguel) (quizz rápido: quanto custou o Projac, pago com propaganda na rádio, TV, jornal, revista com criação do próprio veículo e tabela cheia na cobrança da mega-divulgação? e o parque gráfico em Duque de Caxias?… creio que o Chateubriand estrebucha até hoje…de inveja… devem estar saindo na porrada nos quintos dos infernos…
      igrejas – braço ‘puritano’ (quando não está na pedofilia ou fodendo a mulher do próximo…) e transparente da “função” BBB (bebida-bunda-bola)… all over the world, I mean!
      “and, last but not least” politicos – sujeitos (coitados!) que, criados desde os mais simples gabinetes de vereadores, conservam a ‘fleugma’ (quase um DNA trangênico) que os projetam para os negócios, as oportunidades quase que ‘merecidas’ (ainda mais se tratando de um país continente como o nosso, onde existem mais de 22.000 cargos de ‘confiança’ dependentes de nominação presidencial…)… haja vela pra acender pra deus e pro diabo…
      … todos regidos e orquestrados por pessoas (de muita confiança entre si, suponho), onde muito provavelmente vamos encontrar – em sua maioria esmagadora – judeus.
      alguém me explica a relação ‘visceral’ entre Washington e Tel-Aviv; os assentos garantidos no ‘conselho de segurança da ONU, onde basta um veto… e as bombas atômicas que seriam “emprestadas” pra África do Sul (pleno Apartheid) não vazou no WikiLeaks?… por falar nisso, quantos telegramas… de todas as partes do mundo… falando de tanta gente boa…
      creio que os judeus estão profundamente envolvidos pois eles são (pela infeliz natureza deles) separatistas; excludentes; preconceituosos e arrogantes, pois ainda pensam que são os únicos filhos (diretos) de deus … o resto, podem ter vindo dos macacos mesmo, they don’t care anyway.
      agradeço a oportunidade do papo; me perdoem as brincadeiras; e espero que estejamos todos unidos no combate aos desvios, vícios e desatinos que ainda iremos enfrentar, pois o caminho é (longo) minado e só estamos no início deste novo século: o século do relacionamento ; do compartilhamento desta nave ‘azul’ cada vez menos verde (sem culpa do CFC; outro golpe da Du Pont)… (de quem é a Du Pont mesmo? alguém arrisca um palpite? e a do refrigente escuro denunciado nos documentários do docverdade?…
      sds, Márccio Campos – rio de janeiro – cidade maravilhosa!

Douglas O. Tôrres

09/04/2012 - 20h30

Obrigado Miguel por ajudar a "desengasgar" um nó em minha garganta,seu texto é tudo que eu tenho a dizer e sinto,sem retoques.

    Miguel do Rosário

    09/04/2012 - 21h14

    Valeu Douglas, abraço.

André Lux

09/04/2012 - 19h44

Excelente análise, como de habitual, Miguel!

    Miguel do Rosário

    09/04/2012 - 21h14

    Valeu André. Abraço.

Waldir

09/04/2012 - 19h23

Tá engraçado e bem escrito seu texto, Miguel. Valeu.

Helena Vargas

09/04/2012 - 19h22

Fiquei com vontade de ler este livro. É bom mesmo?

Fernando Walcaser

09/04/2012 - 18h07

Os caras tão mesmo doidinhos, Miguel. Não articulam mais coisa com coisa. A casa caiu!

Elena Lancastar

09/04/2012 - 18h06

Eu quero que peguem todos os safados. Não sobre um. Não importa se petista ou tucano.

Yuri

09/04/2012 - 18h06

Interessante a comparação com os Protocolos, rs.


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