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Pinheirinho continua na mídia

A grande mídia me parece um pouco dispersa nesta terça-feira. Estadão e Globo dão manchete para uma possível substituição do ministro das Cidades, Mario Negromonte. Fala-se em suspeita de irregularidades, mas a razão principal seria a disposição do Partido Progressista de indicar um outro nome.

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A grande mídia me parece um pouco dispersa nesta terça-feira. Estadão e Globo dão manchete para uma possível substituição do ministro das Cidades, Mario Negromonte. Fala-se em suspeita de irregularidades, mas a razão principal seria a disposição do Partido Progressista de indicar um outro nome. Reforçando a teoria de que a troca resulta de uma articulação partidária, o próprio ministro, segundo O Globo, teria pedido para sair.

É um notícia sem grande repercussão, todavia, porque não há nenhuma denúncia nova envolvendo o ministro. O Estadão apenas diz que o ministro “teria autorizado fraude para encarecer obra da Copa em Cuiabá”, sem esclarecer que não houve fraude nenhuma, e sim o cancelamento de uma análise, feita por um funcionário, de que seria melhor implantar linha de ônibus do que trem de superfície; que a obra seria mais cara justamente porque envolve um transporte público mais moderno, mais rápido e menos poluente; e que a mudança foi requerida pelo próprio governo do Mato Grosso, que inclusive vai tocar a obra com recursos estaduais. Enfim, o Estadão usa a velha estratégia de Goebbels, a repetição infinita de uma mentira, a fim de convertê-la em verdade.

O caso Pinheirinho, por outro lado, permanece na mídia. Hoje encontrei um artigo na seção de Opinião da Folha e as seguintes notas no Panorama Político do Globo:

 

No Painel da Folha:

A jornalista pecou ao analisar a repercussão do caso apenas a nível municipal. O prefeito pode até se beneficiar da barbárie cometida, mas o PSDB, não. Não se pode confundir a realidade sócio-política de uma rica cidade do interior paulista, cujo debate político é dominado totalmente pela imprensa pró-tucana do estado, com o resto do Brasil.

Outro assunto que vem dando o que falar tem sido a declaração de FHC sobre Serra, registrada originalmente pelo jornal Correio Braziliense:

“A minha cota de Serra deu. Ele foi duas vezes meu ministro, duas vezes candidato a presidente, candidato a governador e a prefeito. Chega, não tenho mais paciência com ele”.

Hoje o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, embasa a fala de FHC, no Panorama do Globo:

O folhetim eleitoral paulistano abriu seu capítulo de hoje com declarações do prefeito da cidade, Gilberto Kassab, em favor de uma aliança com o PT. Os jornais informam que o PSD ofereceu, oficialmente, apoio ao candidato petista Fernando Haddad. A decisão ocorre depois que Kassab entendeu que Serra não disputará as eleições.

Sobre Serra, é incrível que, mesmo diante das negativas mais peremptórias de que não está interessado em disputar a prefeitura de SP, seus colegas ainda acreditam que ele possa mudar de ideia na última hora. Ou seja, é como se dissessem que a palavra de Serra não tem mesmo nenhum valor.

Dora Kramer analisa a repercussão dessa aliança (PT e PSD) e conclui que ela representará um risco para o PT. Não me agrada ter a mesma opinião de Dora, mas concordo. A polaridade em São Paulo é muito alta. Não se pode negar, contudo, que o apoio do PSD garante a Fernando Haddad, ao menos, que não terá a máquina do prefeito trabalhando contra ele.

Acredito que o PT aceitará a oferta de Kassab por causa disso, mas o prefeito está muito enfraquecido politicamente e não tem muito a oferecer a não ser mesmo essa quase chantagem, de que não usará a sua força, que é hoje muito mais burocrática do que propriamente política (visto a sua baixíssima popularidade), contra o ex-ministro da Educação.

Descontado o inevitável desgaste que uma aliança similar faria entre a militância, contudo, ela pode garantir uma folgada vitória do PT, abrindo caminho para uma derrota tucana nas eleições estaduais de 2014.

 

 

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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J. Andrade

31/01/2012 - 23h02

Prezado Miguel
Quero só destacar a reportagem da Folha sobre a empresa offshore da filha do ex-diretor da Casa da Moeda. Os reporteres foram na Junta Comercial de Miami e rastrearam depositos em empresa offshore de propriedade da filha do tal diretor. Não lembra um enredo recente envolvendo filha, genro, cunhado e um espertalhão tesoureiro de campanha do eterno candidato José Serra??? Que cara de pau da Folha!!! Tão facil investigar um privata do Caribe de segunda linha e IGNORA a acusação gravíssima e documentada sobre o amigão Zé Serra et caterva!! E olha que o cara pode ser presidente desse país (toc, toc, toc…) o que por si só justificaria o interesse publico em se confirmar ou negar as acusações do livro Privataria Tucana. Chamo a sua atenção para não passar batido, acho que vale uma analise do tipo "investigação só muito, muito seletiva"…saudações!

alex

31/01/2012 - 16h50

Tá no Blog do Azenha:

Paulo Maldos: “Você volta e manda sua presidenta falar comigo”

depoimento parcial de Paulo Maldos, secretário nacional de Articulação Social, durante audiência pública na Câmara Municipal de São José dos Campos sobre a desocupação violenta do Pinheirinho

Transcrição publicada no blog Partido da Imprensa Golpista, sugerido pelo professor3f

Boa noite. Eu queria esclarecer que a minha presença naquela manhã se deu devido a um acordo da Presidência da República porque entendemos que haveria um tempo de 15 dias de estudar uma solução.

Como havia este tempo, a partir daquele final de semana iríamos trabalhar já a partir daquele momento. Trabalhavamos junto ao prefeito, ao governador. Eu fiquei incumbido de falar com a comunidade. Procurar as alternativas. Construir casas. Procurar terrenos. Solucionar. Eu vim numa missão de escuta. Tinha marcado nove da manhã, ainda por celular soube que havia um cerco na comunidade.

Não quis acreditar por conta do pacto. Eu não entendi como poderia estar cercado militarmente aquela comunidade. Eu cheguei e me deparei com uma situação bastante crítica. Um cerco militar com escudos escrito choque.

Eu quis acessar o comando. Me dirigi até o grupo de soldados, quando cheguei até uns oito metros. E fui advertido que parasse e vi armas em minha direção.

Dei a volta e fiquei a uns vinte metros de distância. E conversando com a população, de repente sem mais nem menos, eu senti um ferimento, eu recebi uma bala na perna esquerda. Procurei me esconder. Esta tropa veio atacando a população.

Eu fiquei por nove horas no bairro. Sofremos ondas de ataque. Haviam cercado o Pinheirinho. Pude perceber ataques cada vez mais prolongados. Jogando bombas. Notícias de senhoras sendo espancadas. Por volta de onze da manhã, tentei acessar o comando da operação.

Voltei fiquei falando com os jornalistas. Fomos chamados por um grupo de oficiais. Eu tentei ir junto, mas fui barrado. Apresentei meu cartão da Presidência da República. Com brasão. Secretaria Nacional. Ele leu e falou que eu não entrava. Ele falou você : você volta e manda sua presidenta falar comigo (murmuros).

elson

31/01/2012 - 15h38

O apoio de Kassab a candidatura de Fernando Hadad será um fardo duro de se carfregar . O PT fez uma ostensiva oposição ao DEM e PSdB , com que cara agóra irá se apresentar a seu eleitorado ?
As lideranças municipais podem até engolir a candidatura Hadad , imposta pelo ex-presidente LUla , porém , aliar-se ao diabo para conquistar o céu , é outra coisa . Isto cheira a oportunismo , e que discurso o PT fará . Irão os caciques do partido demonizar os candidatos do PSdB que esteve com Kassab na prefeitura ?
O PT irá com outras alianças mais à esquerda e até com o PMdB se ele estiver disposto , más nunca com o PSD , que na verdade é um DEM disfarçado de partido popular .

    Miguel do Rosário

    31/01/2012 - 15h51

    Vai ser duro mesmo, mas muitas regiões brasileiras engoliram sapo em prol do bem maior, que é derrotar a direita a nível nacional. Que o diga o Maranhão. Talvez seja a hora de São Paulo ir para o sacrifício.

    Mas eu acho que o PT ganha com ou sem Kassab, desta vez. De qualquer forma, não se pode negar apoio, isso não existe em política. Desde, é claro, que isso não implique em mordaça para que o candidato petista não possa vocalizar sua oposição às políticas municipais.

      elson

      01/02/2012 - 04h28

      Se acontecer do PT aliar-se a Kassab a propaganda será igual as do PSDB em relação a FHC , todo mundo tentará escondê–lo .Acho que Kassab só ofereceu a aliança ao PT na intenção de valorizar seu passe junto ao PSdB .
      Kassab é mal avaliado pela população paulistana , quem vai querer se aliar a um partido sem tempo de tv e cujo líder passa mais tempo fazendo política partidária que cuidando dos problemas da cidade ?
      Até as convenções muita água irá passar por baixo desta ponte e como em política nada é certo ainda poderemos ter surpresas , Outra coisa , quem tem um padrinho político como Lula já sai em vantagem na corrida eleitoral , vide a Presidenta , que em sua primeira experiencia nas urnas conquistou o cargo mais cobiçado da República .
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