Aproveitando um editorial da Folha publicado hoje (Crédito sustentável), no qual o jornal, algo insolitamente, desmente previsões sombrias acerca do endividamento das famílias e lembra que este se encontra em patamares ainda muito inferiores a outras economias desenvolvidas, eu trago aqui algumas notícias recentes, sobre o mesmo tema, que esqueci de comentar.
Primeiro, um clipping dessas notícias. Na terça-feira, a Folha publicou uma matéria dizendo que o endividamento das famílias pode bater recorde em 2012, atingindo 51,3% da renda anual. Na mesma reportagem, porém, fomos informados (e dou parabéns à Folha por ter feito isso) de que este percentual era bem menor do que o observado em outros países: nos EUA, por exemplo, ele é de 125%.
O editorial da Folha acrescenta algumas explicações. Essa dívida partiu de uma base muito baixa no Brasil, apenas 27% em 2001, e tem sido inflada especialmente pelo crescimento do crédito imobiliário. Aliás, essa é a razão desses percentuais serem, à primeira vista, assustadoramente alto: eles incluem a casa própria, paga ao longo de toda uma vida.
Ontem, tivemos uma má notícia. A inadimplência no Brasil registrou, em 2011, a maior alta em 9 anos.
Os economistas entrevistados pela Folha, porém, não se mostraram preocupados:
O economista Wermeson França, da LCA Consultores, estima que o calote junto a bancos fechou 2011 pouco acima de 7%, o que seria o patamar mais alto desde 2009, ano de crise. Ainda assim, ele não se mostra preocupado.
“Dessa vez, não está havendo desemprego e a renda deve voltar a subir neste ano, por conta de uma inflação mais baixa e do aumento do salário mínimo”, diz.