Essa notinha na parte superior da coluna política do Ilimar Franco, no Globo, é como porteira arrombada, e vem muito a calhar às vésperas do lançamento do livro no Rio de Janeiro, dia 17, às 19 horas, na livraria da Travessa:
Também achei bem interessante o artigo de Gaspari, publicado hoje em vários jornais (entre eles, O Globo).
Interessante no mau sentido. O título é “A privataria quer bicar o Fundão”. Pensei que ele fosse citar finalmente o livro do Amaury, visto que ele, Gaspari, foi o cunhador original da expressão “privataria”, e já escreveu inúmeros artigos denunciando os descalabros que ocorreram durante o processo de privatização.
Mas não. Gaspari critica a prefeitura do Rio por ceder um terreno na Ilha do Fundão para a General Eletric construir um centro de pesquisa. Lembrando que o terreno custou R$ 14 milhões, pagos pela prefeitura ao exército, o colunista achou a iniciativa um absurdo.
Que besteira! Se a GE vai mesmo construir um centro de pesquisa, a prefeitura fez muito bem! O que o Brasil mais precisa hoje é desenvolver tecnologia, e cumpre aos governos incentivar que empresas com algo a oferecer neste sentido estabeleçam centros de pesquisas nas grandes cidades brasileiras. No caso do Fundão, o centro ficará vizinho à UFRJ, promovendo portanto um saudável intercâmbio científico.
Se a privataria tucana se limitasse a ceder terrenos baldios em áreas isoladas para que multinacionais construissem centros de pesquisa no Brasil estaria ótimo! Gaspari é inteligente o bastante para saber o que é uma privataria de verdade, como a que entregou, a preço vil, as maiores empresas públicas nacionais a controladores privados e estrangeiros, num processo feito às pressas, e ainda usando financiamento subsidiado dos bancos públicos.