A cobertura econômica dos jornalões é patologicamente pessimista. Confiram essa matéria do Globo, cujo título é:
Aí você lê a matéria e descobre o seguinte:
De acordo com a Sondagem de Investimentos da Indústria, do período outubro-novembro, divulgada nesta quarta-feira, 50% das empresas programam gastar mais em 2012 em capital fixo, sendo que na pesquisa do ano passado, feita no mesmo período do ano, 55% previam investir mais. A parcela das indústrias que projetam diminuição de investimentos em 2012 aumentou de 15% para 17%.
Ora, se 50% das empresas programam gastar mais em 2012 em capital fixo (leia-se investimento); e somente 17% projetam diminuição dos investimentos; então significa que a maioria dos empresários vai… investir mais!
As diferenças de resultado entre a pesquisa feita no ano passado e este ano estão quase na margem de erro. E refletem, de qualquer forma, variações perfeitamente normais no humor do empresário, de um ano excepcional, como foi 2010, para um ano mais difícil, como 2011. Mas o resultado é claro: a maioria pretende investir mais, então o título induz a uma conclusão errada.
Se lembrarmos que, para 2012, está previsto um forte aumento dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil; que o governo federal deve ampliar significantemente seus gastos com investimentos, em função do amadurecimento de projetos do PAC, PAC2 e obras para Copa e Olimpíadas; que será um ano de pesados investimentos, pelas prefeituras de todo país, com vistas a mostrar serviços à população e conseguirem se reeleger; então veremos que essas pesquisas da FGV, que indicam apenas um fator psicológico por parte dos empresários, não nos esclarecem muito sobre as perspectivas de investimentos para o ano que vem.