Quando se trata de cobertura internacional, a qualidade da mídia brasileira melhora significativamente. O fato de ser pautada pelas grandes agências internacionais é um mal menor, quase inevitável.
Hoje há novidades sobre o Egito. O Estadão publicou um bom gráfico, na edição impressa, sobre o resultado as duas eleições realizadas nas últimas semanas:
Achei também um infográfico interessante no The Guardian:
Ele é interativo no original. Repare nas setinhas ao fundo, em cor cinza: Left (Esquerda); Right (Direita); Secular (secular); e Religious (religiosos). Observe que a maior parte dos candidatos vencedores são de direita e religiosos. Mas há presença de todas as cores ideológicas, incluindo uma boa presença de seculares, à direita, e alguns socialistas, à esquerda.
Pelo que tenho lido, uma parte dos egípcios seculares acabaram dando voto útil à Fraternidade Muçulmana para afastar os radicais salafistas, ultraconservadores religiosos.
A liberdade tão sonhada pelos manifestantes da praça Tahrir cobrou um preço caro. O país poderá viver um retrocesso no campo dos costumes e leis, mas talvez esta seja uma etapa dolorosa e necessária para a consolidação dos valores democráticos no país. Após décadas de ditadura, não haviam grupos políticos democráticos organizados no país; apenas os religiosos possuíam uma estrutura organizacional semelhante a de um partido, que lhes conferiu enorme vantagem no momento da luta eleitoral.
A Fraternidade Muçulmana, a grande vencedora no Egito, é um movimento religioso de cunho moderado, e por suas declarações contra a junta militar, representa uma força progressista democrática neste momento. Segundo um articulista do The Guardian diz que nem tudo está perdido se a Fraternidade demostrar verdadeiro apreço pela democracia.
Entretanto, é fato que Israel assiste aterrorizado à vitória de partidos muçulmanos, e ascenção de grupos radicais, nos países varridos pela Primavera Árabe.
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