É uma notícia extraordinariamente positiva para o país, embora a essa altura não desperte muito entusiamo. O IBGE revisou para baixo a recessão que sofremos em 2009, por conta da crise econômica mundial. Se antes, a estimativa era de que o PIB brasileiro havia declinado 0,6% em 2009, o instituto agora estima uma queda de somente 0,3%.
Com isso, a expectativa é que os números do PIB para 2010 também devem melhorar na próxima revisão.
O infográfico acima, publicado no Globo, mostra como o consumo das famílias foi responsável por segurar a queda na economia brasileira. Com crise e tudo, as famílias registraram aumento de 4,4% no consumo em 2009. Também vale ressaltar o crescimento na participação da remuneração dos empregados no PIB de 2000 para 2009, de 40% para 43,6% (“a mais expressiva da década”, segundo o IBGE), e queda do percentual referente aos lucros, de 35% para 33%. Houve um aumento, portanto, da parcela dos trabalhadores na renda nacional.
Confira aqui a nota do IBGE.
Examinando a matéria do IBGE, achei interessante a seguinte informação:
Sendo a carga tributária um dos números mais usados no debate político, estou sempre atento a ela. E concordo que ela é alta no Brasil, sobretudo porque implica não somente em ônus financeiro para as empresas e cidadãos, mas também numa burocracia que paralisa o empreendedorismo. Por outro lado, não podemos enveredar por uma discussão irresponsável, que negue a importância de uma carga tributária justa e, sobretudo, suficiente para arcar com as necessidades gigantescas de um país ainda em formação.
Sou um grande aventureiro e curioso em matéria de economia, um tema que estudo com fins jornalísticos, e não me lembro de ter visto muito por aí esse conceito de “carga tributária líquida”. É um número interessante porque, ao descontar subsídios e incentivos fiscais, nos dá uma visão mais realista do peso dos impostos no país. Segundo o IBGE, a carga tributária bruta no país caiu de 34,9% para 33,7% em 2009. Uma boa queda. E a carga líquida ficou em 18,5% em 2009, contra 20,5% no ano anterior.
Aproveitei a lembrança desse novo índice, e fui no IPEA-Data conferir o que tem por lá. Catei os seguintes números:
A informação tem forte conotação política, naturalmente, pois em todo mundo a questão dos impostos é uma das que mais acende paixões ideológicas nos cidadãos. O quadro mostra que a carga tributária líquida passou de 14,86% em 1995, primeiro ano do governo FHC, para 18,29%, último ano dele. Aumento de 23%. De 2003 a 2009, primeiro ao penúltimo ano da era Lula, a mesma passou de 17,32% para 18,49%. Aumento de 6%. Não é a tôa que os brasileiros não acreditam muito quando vêem os tucanos abraçar o discurso anti-imposto…
Link da ilustração na capa.