Folha e Globo publicaram matérias sobre os protestos anticorrupção que devem acontecer país afora neste feriado de 15 de novembro. Apesar da divulgação midiática, as redes sociais mostram um nível de adesão quase insignificante, segundo os jornais:
Na Folha online:
Diferentemente das últimas manifestações na capital federal, que reuniram mais de 20 mil adesões na internet, até o fim da tarde de ontem apenas cerca de 380 pessoas confirmaram presença para hoje.
O principal “alvo” é o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, investigado por supostas fraudes quando era ministro do Esporte, entre outras acusações.
Interessante notar que “o alvo”, portanto, não parece estar sendo tão visado pelos candangos. Talvez porque não haja muito sentido se manifestar contra um governador por “supostas” fraudes, feitas “supostamente” antes do mesmo ser eleito governador. E por falar em Agnelo, vale notar que o escândalo envolvendo seu nome sumiu da mídia depois que a atenção do público ameaçava se voltar para o irmão da deputada Eliana Pedrosa, que seria o responsável pela produção do vídeo onde Daniel Tavares acusa o governador.
Subitamente a mídia perdeu interesse pelos desdobramentos do caso Agnelo. Agora publica apenas matérias lacônicas ou arma pegadinhas contra o governador, como é o caso da resposta mau-humorada (e por isso desastrada) dele à pergunta sobre se tinha provas de que o depósito de R$ 5 mil em sua conta, feito por um lobista, era apenas o pagamento de um empréstimo feito em caráter pessoal.
Vale notar a desenvoltura moral com que a mídia encara a quebra e a divulgação de informações de sigilo bancário quando a vítima é alguém do PT. Outros casos de quebra de sigilo, envolvendo políticos não-petistas, resultaram em campanhas pesadíssimas contra esse tipo de prática.
Reitero que não tenho interesse nenhum em defender Agnelo. Os R$ 5 mil que ele recebeu podem ter sido mesmo uma propina. Como podem não ter sido. O fato é que, sendo a única prova um vazamento ilegal, não teria sentido fazer manifestação de rua contra o governador.