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O manchetômetro do Maranhão

O pessoal da comunicação do governo do Maranhão, onde o blogueiro passou o final de semana, participando de um seminário organizado pelo Barão de Itararé, nos enviou um estudo sobre o tratamento que o principal jornal do Maranhão, pertencente ao grupo Mirante, da família Sarney, dá ao governo do estado. É importante lembrar que o […]

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O pessoal da comunicação do governo do Maranhão, onde o blogueiro passou o final de semana, participando de um seminário organizado pelo Barão de Itararé, nos enviou um estudo sobre o tratamento que o principal jornal do Maranhão, pertencente ao grupo Mirante, da família Sarney, dá ao governo do estado.

É importante lembrar que o grupo Mirante é o retransmissor da Globo no Maranhão.

Confira o comparativo dos últimos anos, no texto e gráfico abaixo. Mais que um retrato da mídia tradicional maranhense, é um retrato da imprensa brasileira: oligárquica, medíocre e partidária.

Folha de São Paulo, Globo, Estadão, Correio Braziliense, Zero Hora, Estado do Maranhão, são todos filhos do meu pai, farinha do mesmo saco, herdeiros da ditadura militar e de anos e anos de mamata estatal e sonegação fiscal.

***

Estudo estatístico mostra que família Sarney usa jornal como instrumento político

Um estudo estatístico sobre o principal jornal da família Sarney no Maranhão mostra que a cobertura varia de extremamente positiva a extremamente negativa dependendo de quem está no poder. O levantamento dá força à tese de que existe perseguição política feita contra os adversários do grupo Sarney.

A pesquisa examinou três anos e meio de cobertura do jornal O Estado do Maranhão, pegando dois grandes momentos políticos distintos: o governo de Roseana Sarney (PMDB) e a gestão de Flávio Dino (PCdoB), ambos pertencentes a grupos rivais.

A metodologia adotada por este blog consistiu em atribuir valores positivos e negativos em relação à presença do governo na capa do jornal. Ou seja, se a capa era favorável ao governo, a mensuração era positiva. Se era desfavorável ao governo, era negativa. A análise levou em conta a manchete e os outros elementos da capa. É uma metodologia amplamente usada em pesquisas sobre veículos de comunicação.

A análise de todas as capas feitas em 2014, durante o último ano do governo Roseana Sarney, mostra que 66% da cobertura foi favorável à filha de José Sarney. Houve apenas 5% de menções negativas, mesmo se tratando de um ano eleitoral, em que a disputa política expõe as fragilidades do governo. As demais 29% menções foram neutras – ou seja, nem contra e nem a favor.

Além disso, 2014 foi marcado pelo ano das decapitações em Pedrinhas, o que naturalmente elevaria a fatia negativa. A cobertura sobre o caso de fato foi inicialmente desfavorável ao governo, mas depois o jornal passou a disseminar a mensagem de um governo atuante no combate ao crime.

Muda o governo e muda a curva

Já em 2015, a partir do governo Flávio Dino, a situação se inverte. De todas as capas naquele ano, 53% foram negativas ao governo. Apenas 8% foram positivas. E 39%, neutras. As menções positivas se concentraram nas notícias sobre a Lei Seca.

Em 2016, ainda na gestão Flávio Dino, o índice negativo diminui e chega a 38%. Mas essa redução não foi reflexo de uma mudança de postura do jornal, já que o índice positivo também caiu, indo para 5%. O que cresce bastante é o índice de neutro: 57%.

Isso se explica pela menor exposição do governo estadual no jornal O Estado do Maranhão, uma vez que se tratou de um ano de eleições municipais e de grande turbulência no cenário nacional, com a crise econômica e política que incluiu o impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Ou seja, o jornal teve menos espaço para falar do governo estadual.

Em 2017, as atenções voltam a estar concentradas no governo Flávio Dino, o que resulta, nos seis primeiros meses do ano, no maior índice negativo de todo o período analisado: 62%. O positivo cai ainda mais, chegando a 3%. E o neutro fica em 35%.

O aumento da curva negativa acompanha também a ampliação dos temas pré-eleitorais de 2018.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Hgj

29/08/2017 - 11h16

Sarney bosta.

Lj

29/08/2017 - 08h14

Perseguição politica mesmo, pois Sarney quase foi preso, que era pra está mesmo e nada falaram. Não fizeram nada além de roubar, no governo e agora não mostram que ta fazendo. O nome SARNEY me da náusea. F**da -se todos.

Ricardo JC

29/08/2017 - 08h12

Não é preciso estudo estatístico para saber disto. Basta ter ouvido e alguns neurônios.


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