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Lava Jato tenta silenciar doleiro que quer delatar esquema tucano multimilionário em São Paulo

(Assad foi preso na décima fase da Operação Lava Jato. Foto: JOSÉ CRUZ/ABR) No blog da Helena, na Rede Brasil Atual Delação que envolve arrecadador de campanha de tucanos enfrenta resistência do MPF Doleiro afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões em propina a Paulo Vieira, o Paulo Preto, durante a […]

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(Assad foi preso na décima fase da Operação Lava Jato. Foto: JOSÉ CRUZ/ABR)

No blog da Helena, na Rede Brasil Atual

Delação que envolve arrecadador de campanha de tucanos enfrenta resistência do MPF

Doleiro afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões em propina a Paulo Vieira, o Paulo Preto, durante a gestão de José Serra como governador de São Paulo

por Helena Sthephanowitz
publicado 28/06/2017 16h39, última modificação 28/06/2017 17h29

Alvo da Operação Dragão, da Polícia Federal, o doleiro e empresário Adir Assad está preso na carceragem da PF em Curitiba desde o ano passado, sob acusação de, entre outros crimes, chefiar um esquema de empresas de fachada responsáveis por emitir notas frias para lavagem de dinheiro de propinas para empreiteiras, entre as quais a Andrade Gutierrez.

Desde a prisão, Assad, tido como operador central de desvios de obras dos governos tucanos em São Paulo, vem tentando negociar uma “colaboração premiada” na qual promete contar em detalhes e mostrar provas de um esquema criminoso na estatal paulista Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A – estatal responsável por obras viárias,), do qual fez parte Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, diretor da estatal entre 2007 e 2010, na gestão José Serra (PSDB) no governo de São Paulo.

Na tratativa com o Ministério Público Federal (MPF), Assad afirmou que mostraria provas de um repasse de R$ 100 milhões em propina a Paulo Vieira, que ele teria feito e, ainda, daria como prova detalhes sobre um imóvel onde o dinheiro em espécie era armazenado. Assad disse que o conheceu o ex diretor da Dersa há mais de 15 anos, e, foi Paulo Souza que o apresentou a representantes das maiores construtoras do País.

Paulo Vieira, conhecido como “Paulo Preto”, foi apontado pelo Ministério Público de São Paulo como figura chave nas denúncias de desvio de dinheiro público no governo de José Serra, do PSDB, ganhou notoriedade durante a campanha de José Serra à Presidência por ter fugido com R$ 4 milhões em propina que seriam usados na campanha do atualmente senador tucano.

Em depoimento no Ministério Público de Curitiba, Assad admitiu ter usado sete empresas de fachada para lavar dinheiro de empreiteiras em obras viárias na capital paulista e região da Grande São Paulo, entre elas a Nova Marginal Tietê, o Rodoanel e o Complexo Jacu-Pêssego. Assad contou aos procuradores que nos contratos com a Dersa, as empreiteiras subcontratavam suas empresas, o valor das notas frias era transformado em dinheiro e as companhias indicavam os beneficiários dos recursos.

Segundo conta Assad, entre 2007 e 2012, o “noteiro” movimentou cerca de R$ 1,3 bilhão em contratos fictícios assinados com grandes construtoras.E ainda propôs aos procuradores mapear o funcionamento do sistema paralelo de finanças das construtoras, responsável por abastecer as contas de suas empresas, e de como firmas sem prestar serviços e sem ter funcionários conseguiram movimentar quantias milionárias nos bancos brasileiros.

Uma pergunta: será que o MPF também vê ameaça na delação que envolve bancos?

A relação das empresas de Assad com obras nos governos tucanos em São Paulo já apareceram nas quebras de sigilo de construtoras que respondem a processos. Os documentos mostram um pagamento de R$ 37 milhões do Consórcio Nova Tietê, liderado pela Delta Engenharia e vencedor da licitação de um dos lotes da Nova Marginal, para uma das empresas de Adir Assad.

Das empresas que executaram obras no Rodoanel, o Consórcio Rodoanel Sul 5 Engenharia, formado por OAS, Carioca Engenharia e Mendes Júnior, depositou R$ 4,6 milhões na conta da Legend Engenheiros, de Assad. O SVM, do qual a Andrade Gutierrez faz parte, pagou R$ 7,4 milhões para a Legend, entre 2009 e 2010. O consórcio atuou no Complexo Jacu-Pêssego.

Nas primeiras tratativas para fechar delação premiada, Assad delatou Paulo Vieira Souza que, além de ex-diretor da Dersa, é sabidamente ligado a políticos do PSDB. O doleiro afirma ter provas de propinas em obras tocadas há anos pelos sucessivos governadores tucanos de São Paulo. Todas já foram denunciadas pelo Ministério Público Paulista, mas o caso não andou.

Apesar disso, o depoimento do doleiro para o Ministério Público Federal de Curitiba foi avaliado como “frágil, mesmo sendo Assad considerado o operador central de desvios de recursos dessas obras.

Diante de tantos detalhes apresentados na confissão e mais a promessa de apresentar provas das acusações de corrupção nas obras tucanas, causa certa estranheza que as negociações para delação enfrentem resistência por parte do Ministério Público Federal. Afinal, “ninguém está acima da lei ou fora do seu alcance”, como disse Rodrigo Janot sobre Temer.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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John Kennedy Ribeiro

01/07/2017 - 02h26

PSDB TEM LICENÇA PRA ROUBAR????????

Ana Veronica Miyasaka

01/07/2017 - 00h39

TEM QUE GRAVAR, FILMAR, REGISTRAR EM CARTÓRIO E COLOCAR EM OUTDOOR PRA QUE TODOS POSSAM VER PRA SÓ ASSIM O POVO BRASILEIRO TALVEZ ACREDITE.

Iracema Guarani Kaiowa Sa

30/06/2017 - 23h24

Agora é oficial o PSDB pode TUDO!CORRUPÇÃO! AMEAÇAS DE MORTE! GOLPES! STF GARANTE.

Heloisa Reis

30/06/2017 - 12h20

Será que não haveria algum jeito de incluir Lula nesta história? Assim essa delação sairia rapidinho.

Ricardo Teixeira

30/06/2017 - 12h14

O PSDB pode tudo com Moro

Jose Nunes

30/06/2017 - 12h14

As delaçoes So valem ser for contra o Lula e o PT.

Paulo L Maia

30/06/2017 - 11h47

Guto Colaneri

30/06/2017 - 11h46

Assad é a ligação com Serra e Alckimin

Nilton Dju

30/06/2017 - 11h46

Concordo, tem que ir diretamente para MP junto ao fachin

Maria Thereza Freitas

30/06/2017 - 08h43

tem provas? então, não vem ao caso. MP, PF e farsa jato só sabem trabalhar com ilações, convicções e fofocas.

Cacio Macedo

30/06/2017 - 11h35

Te falo todo dia Silvan Ferreira essa lava jato de Curitiba é uma farsa

Luz

30/06/2017 - 08h30

Muito bem lembrado.

Paulo L Maia

30/06/2017 - 11h27

Tânia Gomes

30/06/2017 - 11h26

Quem quiser delatar os bandidos de direita tem que ir diretamente a PGR ou o ministro Fachin munido de provas.
Não adianta ir no MP de Curitiba ou em qualquer outro.
Façam como o JBS, foi direto aos donos dos porcos.

    Ronaldo Da Silva Araujo

    30/06/2017 - 19h46

    Com certeza. Pra Curitiba… não vem ao caso!

jossimar

30/06/2017 - 08h26

Ou seja, a lava rato de curitiba continua protegendo ladrões comprovados enquanto persegue políticos do PT.
A lava rato de curitiba ajudou a levar ao governo central os maiores ladrões que já pisaram nestas terras. Hoje, o brasil não passa de uma república bananeira repleta de ladrões por todos os quadrantes, a começar pelos próprios integrantes da lava rato que utilizam a publicidade dada a operação para enriquecerem com palestras que não poderiam proferir pois os códigos de conduta dos cargos não permitem.

Paulo Melchor

30/06/2017 - 11h21

Poxa, estava quase acreditando que a lava jato quisesse passar o país a limpo!!! Rsrs

Mateus Estevão Orban

30/06/2017 - 11h19

Falta convicçao,mas há excesso de indicios e provas.


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