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Londres elegeu seu novo prefeito: ele é muçulmano, de esquerda e filho de um motorista de ônibus

(“Refugiados são bem-vindos”, diz cartaz. Foto: Swlondoner) O muçulmano Sadiq Khan é eleito o novo prefeito de Londres No El País Brasil O trabalhista Sadiq Khan será o novo prefeito de Londres. Com 99% dos votos apurados, o candidato trabalhista abria na tarde desta sexta-feira nove pontos de vantagem sobre seu rival conservador, Zac Goldsmith, […]

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(“Refugiados são bem-vindos”, diz cartaz. Foto: Swlondoner)

O muçulmano Sadiq Khan é eleito o novo prefeito de Londres

No El País Brasil

O trabalhista Sadiq Khan será o novo prefeito de Londres. Com 99% dos votos apurados, o candidato trabalhista abria na tarde desta sexta-feira nove pontos de vantagem sobre seu rival conservador, Zac Goldsmith, tornando-se assim o primeiro prefeito muçulmano a governar uma capital ocidental.

A vitória em Londres, governada há oito anos pelo conservador Boris Johnson, era crucial para o Partido Trabalhista, que saiu desta superquinta com um balanço agridoce. O partido de oposição, em seu primeiro teste nas urnas desde que o socialista Jeremy Corbyn assumiu sua liderança, em setembro, continua dominante nos municípios ingleses – perde seis pontos percentuais de apoio desde o último pleito municipal, mas subiu quatro em relação à eleição geral de 2015. Na Escócia, por outro lado, os trabalhistas sofreram um revés e perderam o domínio para os consevadores – o que já era esperado, mas nem por isso é menos notável. Ganhar em Londres, portanto, contribuiria para acalmar os numerosos deputados que veem a guinada à esquerda sob Corbyn como um suicídio eleitoral.

A disputa pela prefeitura de Londres – terceiro maior mandato pessoal da Europa, atrás dos presidentes de França e Portugal – foi acirrada. Os ataques pessoais entre os dois principais candidatos (de um total de 12) ofuscaram o necessário debate sobre os colossais desafios que a capital enfrenta. Goldsmith acusou Khan de radical, por compartilhar palanque com extremistas islâmicos, e Khan reagiu tachando seu adversário de islamofóbico.

Nos últimos dias, a campanha ficou ainda mais turvada por causa de um escândalo de antissemitismo surgido no seio do Partido Trabalhista, que resultou na suspensão de uma deputada e do veterano Ken Livingston, prefeito de Londres entre 2000 e 2008, e numa investigação interna ordenada por Corbyn. Mas seus críticos o acusaram de reagir tarde demais, e o próprio Khan admitiu que o caso poderia ter prejudicado a sua campanha.

Os perfis dos dois candidatos não poderiam ser mais diferentes. Sadiq Khan, de 46 anos, é filho de um motorista de ônibus paquistanês. Zac Goldsmith, de 41, é o bilionário herdeiro de uma dinastia de banqueiros. Khan cresceu num imóvel subsidiado pelo Estado; Goldsmith, numa mansão. Khan estudou em colégio público; Goldsmith, no elitista Eton. Khan é muçulmano praticante, defende o casamento homossexual e trabalhou como advogado pró-direitos humanos antes de se eleger parlamentar pelo distrito de Tooting, na zona sul da cidade, em 2004. Goldsmith é um judeu não praticante, que dirigiu uma revista de assuntos ambientais e foi eleito em 2010 por Richmond, na zona oeste.

O referendo de 23 de junho sobre a permanência do país na União Europeia também pairou sobre a campanha eleitoral. Khan é um europeísta convicto, ao passo que Goldsmith – filho de um fervoroso eurocético que fundou nos anos noventa o Partido do Referendo – faz campanha pelo Brexit. Por isso, muita gente tentará ver nesta eleição uma antessala da consulta a ser realizada daqui a um mês e meio.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Tulio Pereira

08/05/2016 - 03h22

O novo prefeito de Londres Sadiq Khan (aka Jihad Khan) chama os muçulmanos antijihadistas de “Uncle Tom”, também defendeu terrorista que fez parte do 11 de setembro de 2001. O terrorista defendido por ele se chama Zacarias Moussaoui (esse indivíduo confessou ser parte da Al-Qaeda).

Mas vamos a um breve histórico desse senhor:

1- Em 2001 ele prestou serviços como advogado para o grupo religioso “Nação do Islã”, ele foi bem-sucedido ao anular os 15 anos de banimento de seu líder, Louis Farrakhan;

2- Em 2005 e 2006, ele visitou Babar Ahmad (mais um acusado de terrorismo) na prisão de Woodhill. Esse senhor é acusado de conspirar e fornecer apoio material ao Talibã;

3- Fez campanha pela libertação e repatriação do detido britânico em Guantanamo, Shaker Aamer (encontrarão informações sobre isso aos montes na internet);

4- Jihad Khan também dividiu um palanque com cinco extremistas islâmicos em um evento onde mulheres foram segregadas;(http://www.standard.co.uk/news/mayor/sadiq-khan-shared-platform-with-five-islamic-extremists-a3231436.html)

5- Seu capítulo no livro, “Challenging Racism: Using The Human Rights Act.” (Desafiando o Racismo: Usando os Direitos Humanos, em tradução livre), cujo título é “Ações Contra a Polícia”, ele aconselha aos seus leitores a fazerem acusações contra a polícia por racismo (que ironia, justamente contra a mesma polícia na qual ele vai mandar).

6- Agiu em defesa do extremista islâmico Azzam Tamimi, após ele previr que haveria fogo através do mundo todo se os desenhos do profeta continuassem a ser feitos;

7- Dividiu palanque com o iman Suliman Gani, que incitou a subserviência feminina aos homens e as convocou para a fundação de um Estado Islâmico. Não há mais dúvidas sobre o seu comportamento. Os fatos estão aí.

Tulio Pereira

08/05/2016 - 02h04

O que me preocupa é que a direita vai usar isso em seu favor, qual quer atentado ou/é ato de violência vai ser uma desculpa para criar uma mine guerrinha civil.

Vai ser muito difícil para ele governar, tanto os nativos britânicos quanto os demais europeus não vão ver isso com bons olhos, outra apesar de trabalhistas suas proposta politicas financeiras, não tem nada de compromisso com o social, mas com ideias de agenda liberal, talvez ele muda ao que parece não apresentou todo o seu quado de projeto politico para a economia de Londres.

E triste dizer isso, mas a verdade é que os muçulmanos não vivem em paz com os cristãos europeus, atos de violência são cometidos contra os muçulmanos sim isso é obvio, mas atos de violenta contra os cristãos nativos também são cometidos diariamente pelos muçulmanos, a zonas na cidade que a lei do estado britânico não entra (ZONAS SHARIA).

E claro que refugiados são bem vindos, ele é muçulmanos maometano, seria uma traição imperdoável para os muçulmanos que o elegeram, é também iria contra sua fé islâmica que o obriga a receber seus irmãos na fé.

A também por parte dos muçulmanos a diversos políticos que querem implantar uma lei geral para todos os ciadões de origem muçulmana diferente da prevista na constituição da Inglaterra(isso já acontece em alguns casos) não tenho muita simpatia pelo islã, vou ser sincero, para min é uma ideologia travestida de fé, que tem um mostro (Maomé) como fundador, tenho tanta apreço por ela quanto pelo nazismo ou pelo fascismo, ou seja, nem um.

Luiz Paulo Rocha

07/05/2016 - 17h31

Não quero estragar a festa mas afirmar que Khan é ‘de esquerda’ é um certo exagero. Ele é um social-democrata — assim com Felipe Gonzales e FHC, que apoiam hoje a oposição à ditadura bolivariana na Venezuela — e pertence ao Labour Party, de Tony Blair — aquele que apoiou Bush na invasão ao Iraque…

    Chiko Peña

    08/05/2016 - 00h37

    Na atual conjuntura neofascista, um politico dizer que imigrantes são bemvindos chega a ser ultra-esquerdista

Octavio Filho

07/05/2016 - 15h41

Se Trump for eleito, o prefeito de Londres poderá entrar nos EUA? A vida prega muitas peças na direita!!!

Atineli

07/05/2016 - 07h00

Beautiful London, London…. A Inglaterra não nega sua capacidade de inclusão social dos imigrantes. Em um momento de neoracismo crescente e desavergonhado na Europa, os Ingleses abrem as portas para o mundo politico que respeita a cidadania multicultural, inclusiva e resposavel. Cool.

Leopoldo Pereira

07/05/2016 - 00h04

O substituto da rainha será um sultão. Fim dos tempos, indeed KKKKKKKKKK


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