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Análise Diária de Conjuntura – 06/04/2016
A reação da sociedade ao golpe tem sido surpreendente. Mas os golpistas vieram para o tudo ou nada. A força-tarefa da Lava Jato age como verdadeiros terroristas morais. São servidores públicos de direita que, esquizofrenicamente, tem preconceitos profundos contra a esfera privada. E odeiam a política. Fazem militância pela destruição física dos executivos, empresas e partidos políticos. Identificam um pequeno tumor no corpo e, ao invés de tratá-lo cirurgicamente, jogam a pessoa numa banheira de ácido. [/s2If]
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A entrevista com o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, ao programa Brasilianas, do jornalista e blogueiro Luis Nassif, na TV Brasil, trouxe explicações sobre por que isso acontece: o agigantamento do Ministério Público, mais os salários nababescos, no topo do serviço público, tornaram-no alvo da classe média tradicional, que levou ao serviço público todos os seus preconceitos de classe, que incluir rancor e inveja contra os empresários, que ganham mais dinheiro que eles, e seu ódio visceral à política democrática, que permite a pobres e sindicalistas alçarem a posições de poder.
De modo geral, todas as corporações públicas passaram a sofrer do mesmo mal: judiciário, polícia federal. O espírito corporativo as tornou em entidades guiadas por uma mentalidade intolerante e fascista em relação à política, cuja lógica foge ao poder de influência das corporações, porque a política é filtrada pelo voto popular.
As corporações temem a política, porque sabem que ela tem poder para lhes reduzir os salários e cortar seus privilégios – como aliás deveria fazer.
O terrorismo moral dessas corporações as fazem ganhar força, intimidando a política, e se um golpe for dado, será um golpe também das corporações públicas, que aliás foram cúmplices da ditadura e nunca foram devidamente reformadas após a redemocratização.
Sobre o impeachment, tudo está correndo de maneira muito rápida na Câmara. O relator da comissão do impeachment, Jovair Arantes, do PTB, acaba de votar em favor do processo. Deve ser seguido pela maioria dos 65 deputados, na votação da comissão, marcada para sexta-feira.
Mas o governo tem ganhado força em plenário, onde o jogo será jogado para valer. A oposição precisa ter 342 votos, de um total de 513 deputados. O governo não precisa ter voto nenhum, mas apenas impedir que a oposição alcance os 342 votos. O não-voto favorece o governo.
As manifestações contra o golpe continuam tomando conta do país. As universidades federais tornaram-se verdadeiros bunkers antigolpe, o que explica, aliás, que a ditadura de 64 tenha sido tão agressiva contra as universidades, prendendo professores, reprimindo estudantes e praticamente paralisando o trabalho universitário por anos, porque elas reúnem pensamento crítico, vacinado contra as manipulações da grande mídia.
O golpismo, além disso, não atua somente na Câmara Federal. Ele tomou conta do Ministério Público, como se constata ao se verificar que os deputados do PP são indiciados pela Procuradoria no exato momento em que o partido cogita apoiar o governo contra o impeachment.
Por falar em PP, o presidente do partido, Ciro Nogueira, declarou hoje que a legenda permanece na base do governo e orientará seus 57 deputados a votarem contra o impeachment. É uma dura derrota para a oposição. Pelo jeito, a chantagem do MPF não surtiu resultado.
Há uma articulação golpista poderosa no país, que perpassa praticamente todos os setores. O seu núcleo político, porém, não está em partidos ou movimentos sociais, e sim na mídia, vide a histeria crescente com que revistas e jornais noticiam escândalos contra o governo.
A última capa da Veja, “O cadáver da Lava Jato”, mostra a cumplicidade criminosa entre a revista e Sergio Moro. Dias depois dos procuradores da Lava Jato falarem que não investigam fatos ligados à era FHC porque seriam muito antigos, a Lava Jato deflagra uma etapa chamada Carbono 14, para investigar… Celso Daniel. Tudo para gerar factoides para a mídia.
O golpe sofreu ainda uma derrota semiótica profunda com a divulgação do vídeo do discurso da advogada do impeachment, Janaina Paschoal.
Aquilo se tornou popular, e a opinião pública vai associar aquela performance demoníaca, intolerante, fascista, com o pedido do impeachment.
Enquanto isso, Letícia Sabatella e Chico Buarque apoiam a legalidade e se posicionam duramente contra o impeachment.
Na comunidade jurídica, as melhores cabeças estão contra o impeachment e o golpe.
No STF, Marco Aurelio Mello tem assumido o papel de porta-voz da maioria da corte, deslocando os holofotes até então concentrados exclusivamente em Gilmar Mendes, um dos artífices do golpe.
Ontem o secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, declarou que não há fundamento para se levar adiante o impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
A opinião pública internacional, em geral muito influenciada pelas informações veiculadas pelos grandes meios de comunicação do Brasil, começa a se descolar deles.
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