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Folha & TV Cultura promovem defensores de intervenção militar

Os contribuintes de São Paulo estão pagando para que a TV pública do estado, a TV Cultura, divulgue a Marcha da Família. O evento é organizado por golpistas e terroristas assumidos, embora a TV os tenha pintado com tintas graciosas. O tal Bruno Toscano, que ganhou destaque no jornal impresso, no UOL, e agora é […]

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Os contribuintes de São Paulo estão pagando para que a TV pública do estado, a TV Cultura, divulgue a Marcha da Família. O evento é organizado por golpistas e terroristas assumidos, embora a TV os tenha pintado com tintas graciosas.

O tal Bruno Toscano, que ganhou destaque no jornal impresso, no UOL, e agora é estrela da TV Cultura, tem longa ficha criminal.

Coleciona também um triste histórico de ameaças de morte a vozes divergentes, além de manifestações medievais e truculentas de homofobia. Ele e seus comparsas promovem, sistematicamente, o uso de armas e até o homicídio contra seus adversários políticos, aí incluindo a chefe de Estado, Dilma Rousseff.

No vídeo, contudo, Toscano amarela e fala que Dilma está “enfrentando” Sarney, que, este sim, seria aliado do “dono do mundo”. Quem pesquisar a ação de Toscano nas redes verá que a ideia que espalha de Dilma não é bem essa: ele coleciona ameaças violentas contra a presidente (leia o texto abaixo, ainda nesse post). Em qualquer país do mundo, estaria preso, a começar pelos EUA, pátria amada e gentil de nossos conservadores.

Aqui se torna estrela de jornais e TV.

O outro que aparece no vídeo é Maycon Freitas, eleito pela Veja no ano passado como “a voz que emergiu das ruas”. Hoje ele se assume, com orgulho, de direita, e também defende uma intervenção militar. “Provisória”, diz ele, sem saber que repete o que também diziam em 64.

É evidente que a mídia está procurando salvar a marcha de um fracasso absoluto. Tenta-se, a todo custo, promovê-la, por motivos que não seria difícil imaginar.

A TV Folha até tentou fazer um contraponto: uma entrevista com Clovis Rossi falando mal da Marcha, mas a tentativa é só para disfarçar.

O vídeo de Rossi não tem força, e não foi sequer promovido, tanto que foi visto por apenas mil pessoas, contra quase 50 mil pessoas que assistiram o vídeo dos golpistas.

O mais importante aqui é que a Folha não se posiciona, de maneira firme, contra uma marcha que defende uma interrupção do processo democrático através de uma nova intervenção militar. O espírito democrático da Folha não funciona quando, como diria Cazuza, seus “inimigos estão no poder”.

 

(A sugestão do vídeo, exibido na TV Cultura, onde a Folha tem um programa, veio do blog da Cidadania, que também escreveu sobre o tema.)

*

Há cinquenta anos, a Folha de São Paulo assumia-se francamente em favor da derrubada do presidente eleito, João Goulart. Para isso, o jornal, assim como quase todos os grandes meios de comunicação da época, se valiam de uma verdadeira alquimia verbal: os golpistas eram chamados de democratas e o golpe foi chamado de movimento de retorno à democracia.

Foi o maior engodo da história do Brasil. E foi preparado meticulosamente, ao longo de muitos anos, contando com gordo financiamento dos Estados Unidos.

Agora sabemos que a cúpula militar foi subornada. Há relatos de generais recebendo “malas de dólares” pouco antes do golpe.

É curioso que a Folha, que jamais se desculpou pelo apoio ao golpe, agora dê tanto espaço a Bruno Toscano, um dos organizadores da Marcha da Família, a qual defende, entre outras coisas, justamente uma nova “intervenção militar”.

Entretanto, o problema maior não é dar atenção à Marcha, já que é um evento bizarro o bastante para despertar o interesse público e jornalístico. O problema é não dar ao leitor um mínimo de informação sobre o entrevistado, o senhor Bruno Toscano.

Os internautas nos ajudaram a fazê-lo, embora me pedindo que não divulgue seus nomes, porque, segundo eles, Toscano já os ameaçou de morte várias vezes. Já foi montado inclusive um “Dossier Kipedia” com fotografias sobre o comportamento de Toscano nas redes.

São ameaças de morte à presidente da república e militantes de esquerda de forma geral, incitações ao terrorismo político, homofobia descarada.

Vou reproduzir apenas uma dessas coisas:

bruno toscano

 

Por que a Folha não pesquisa sobre o personagem antes de jogar tantas luzes sobre ele?

A reportagem diz ainda que um dos apoiadores da marcha no Rio é Maycon Freitas, “técnico em segurança do trabalho”. A Folha já foi mais profissional. Maycon Freitas trabalha para Globo, como dublê, conforme descobriu este blog. Freitas ganhou notoriedade ano passado, ao aparecer nas Páginas Amarelas da Veja, como a “nova voz que emergiu das ruas”. A matéria compunha uma das tentativas da mídia de manipular as manifestações em favor da direita e contra o governo federal.

maycon-freitas-veja

Um dos nossos amigos da blogosfera fez até um videozinho com a figura. Vale a pena ver de novo:

Tem mais: as mesmas figuras foram identificadas como os agressores de pessoas que participavam do Foro de São Paulo, no ano passado.

A nossa mídia agora se degenerou a tal ponto que vai promover terroristas?

PS do Fernando Brito: Miguel, a Folha poderia aproveitar o ensejo e perguntar sobre o que é a queixa-crime apresentada contra o Bruno Toscano Franco na 1a. Vara Criminal de São Paulo, no processo 00006262820148140401 do Tribunal de Justiça do Pará.

Ps 2 do Miguel: Tem muito mais coisa, Fernando. A ficha do cara é pesadíssima, mas poupei os leitores; uns amigos guardaram muitas fotos com suas ameaças. Se precisar a gente publica tudo aqui.

ScreenHunter_3508 Mar. 18 03.24

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Eduardo Cavalcante Magalhaes

20/03/2014 - 10h49

A DIREITA FASCISTA, DE MATO GROSSO, ATRAVÉS DO MAIOR LÍDER PEDRO DEMOSTRES OU TAQUES MENDONÇA – PDT SDD PPS PSDB PSB REDE PV

http://www.brasil247.com/pt/247/matogrosso247/133766/Pedro-Taques-pode-perder-mandato-por-erros-em-registro-eleitoral.htm

José Sabino, o Pueril

19/03/2014 - 16h23

Nobre e cítrico Paulo,

Primeiro leia “A Privataria Tucana”, em seguida “O Príncipe da Privataria” e, finalmente, “Operação Banqueiro”.

Depois conversaremos.

Sobre o ‘mensalão do PT’, nada quero mencionar. O tempo – e breve – nos trará ótimas respostas e necessários esclarecimentos.

Quanto aos progressos observados no País pelos governos do PT não há como lhe mostrar. Confesso que o tio sam tem mais dinheiro do que eu. Não posso, assim, comprar toda a imprensa para força-la a mostrar alguma informação. Porque até agora ela só desinforma.

José Sabino
O Pueril

Suzana De Souza Leão

19/03/2014 - 12h36

O vídeo é patético, mostra um grupo de desequilibrados falando besteiras. Essa marcha vai entrar pra história como um acontecimento hilário, digno de ser contado como anedota!

Nelma F. Santos

19/03/2014 - 10h44

Estou muito preocupada , muita gente que conheço apoiando , infelizmente !

Katarina Peixoto

18/03/2014 - 22h02

Ah, não, o posicionamento editorial tá na ediçào e na trilha, absolutamente primorosos. O vídeo é hilário.

O Cafezinho

18/03/2014 - 20h46

Marco Stipp Tem diferença. Eu trouxe informações sobre quem são os entrevistados, as lideranças da Marcha, contextualizei-os. A Folha não fez isso. Infelizmente tem muita gente que leva isso à sério, e gente com muito dinheiro. Um posicionamento editorial firme contra o golpismo seria benvindo, ainda mais por parte de uma empresa que, exatamente há 50 anos, ajudou a organizar a primeira edição da Marcha e usou-a para chancelar um golpe de Estado.

Guilherme

18/03/2014 - 16h56

Perguntei a um colega que disse que, se houver, vai participar da marcha da família com Deus, se ele vai levar a amante também.

Celso Orrico

18/03/2014 - 16h47

Miguel o Bob Fernandes ontem escrachou esse tipo de vivandeiras no Jornal da TV Gazeta, não sei se ele ainda continuará comentando por lá..na minha opinião essa manifestação vai micar e seguirá célere à caminho do esgoto..

Ricardo

18/03/2014 - 15h17

Não sei se é correto inferir que a Falha apoiou o movimento celerado neo-64. A edição foi irônica (assim como foi a da famosa entrevista do Rei do Camarote). Deram corda e deixaram eles se enforcarem no monte de baboseiras que disseram.

Paulo Prado Queiroz Filho

18/03/2014 - 13h48

Essa é a tática de tentar aterrorizar para convencer, infelizmente tem muuuuita mente retardada que cai nessa

Lulu Pereira

18/03/2014 - 13h00

Pra Folha e tv Cultura (sic) se colar, colou

Joao Felipe Martins

18/03/2014 - 12h58

Eu achei também que tiraram sarro das ideias deles.

Gabriel Massena

18/03/2014 - 12h38

Eles ridicularizaram o negócio.

Daniel Ferreira

18/03/2014 - 12h22

Assisti a matéria, nao tem nada de positivo pro movimento.

Marco Stipp

18/03/2014 - 11h56

Pensando assim, este post também está fazendo propaganda… Vendo o vídeo fica claro que se trata mais uma “propaganda negativa”. As pessoas entrevistadas são completamente débeis mentais. Merecem ser expostas e ridicularizadas.

Mauro Coelho

18/03/2014 - 10h28

Esqueceram de falar para este zé ruela que estamos em 2014, 64 nunca mais!

Levinson Santos

18/03/2014 - 08h36

Engraçado…e logo as duas empresas que empregavam o Vladimir Herzog quando foi preso, torturado e morto.

João Maurício Pimentel

18/03/2014 - 08h11

Tá todo mundo na fita, Miguel! A ficha do PT é que ainda não caiu!!!!


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