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Alta da economia “frustra” analistas da mídia

Ontem o Banco Central divulgou os números sobre a atividade econômica no país, que mostraram uma grande recuperação. Nenhum jornal se interessou pela notícia, naturalmente. Quando o PIB estagnou ao final do terceiro trimestre, deram manchetes apocalípticas. E olha que a terça-feira estava fraca.

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Ontem o Banco Central divulgou os números sobre a atividade econômica no país, que mostraram uma grande recuperação. Nenhum jornal se interessou pela notícia, naturalmente. Quando o PIB estagnou ao final do terceiro trimestre, deram manchetes apocalípticas. E olha que a terça-feira estava fraca de novidades.

Francamente, eu gostaria de entender melhor os critérios de um editor de capa. Por exemplo, o Estadão foi o único a ter o mérito de, ao menos, citar a notícia na primeira página, mas em letra miúda. O editor achou uma manchete bem mais interessante e popular: “Agência de Risco rebaixa fundo de estabilidade na Europa”.

 

Olha que maravilha! O editor tem duas manchetes prontas:

  1. Agência de risco rebaixa fundo de estabilidade da Europa.
  2. Economia brasileira volta a crescer

Qual a melhor? A primeira, claro! É muito mais popular, afinal todo mundo está ansioso para saber que a Standard & Poor mudou a nota de um fundo europeu de AAA para AA+. Economia brasileira? Isso não é tão importante. Não para um brasileiro.

Folha e Globo ignoraram completamente a notícia em suas manchetes. O Globo dá a notícia na metade inferior da página 21. A Folha mete a notícia dentro de outra, cujo título é “Juros podem parar de cair antes do previsto”. Nada de análises, gráficos, históricos.

O Globo

Não sei se estou ficando implicante demais, mas tive a forte impressão que o jornalista quase usou o termo “frustra”, em vez de surpreende. Ficaria assim: Atividade econômica cresce acima do previsto e frustra especialistas. 
A má vontade da mídia para com boas notícias tornou-se patológica.
O Estadão, ao menos, traz bons infográficos. Pena que escondeu o material na página B5, que pouca gente lê.

 

Entretanto, na seção de economia de seu site, o Estadão não apenas esconde a notícia, como encontra uma economista disposta a jogar areia na boa nova.

A responsabilidade, porém, é mais do editor de títulos e subtítulos do que da economista entrevistada (Zeina Latif). Ainda bem que nem todos concordam com a Latif. O banco Santander, por exemplo, viu no índice do Banco Central (IBC-BR) um sinal positivo para uma recuperação sustentável da atividade econômica no país.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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Comentários

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Angelo Frizzo

19/01/2012 - 00h41

Nossa "grande" imprensa (PIG) continua a mesma. Sempre contra o Governo e a favor do tucanato(vide censura ao livro pirataria tucana). Quando no mes anterior a industria não cresceu, gastaram horas de Tv , rádio e espaços de jornal para falar do "fim dos tempos" para industria Brasileira.

alex

18/01/2012 - 11h56

ESTADÃO E FOLHA QUANDO PRECISO BUSCO NA LIXEIRA
É isso, Miguel. Meu prédio tem um programa de reciclagem. Jornais e revistas vão para uma caixa.
Ontem o pintor requisitou jornais para pintar minha varanda
não deu outra: peguei vários Estados e Folhas
Só servem para isso …
(no passado fui assinante dos 2. E por anos afim.)

elson

18/01/2012 - 06h28

Não sei como ainda tem gente que leva a sério oque dizem essas agencias de risco , em 2008 elas davam uma nota boa a um banco que quebrou , dão notas boas a países endividados , enquanto o Brasil cresce com uma dívida relativamente baixa , parece que eles também possuem o mesmo complexo de vira-latas das nossas elites .

Mucuim

17/01/2012 - 13h41

É de chamar atenção o grau de pessimismo demonstrado nas análises econômicas de grande parte de nossos festejados experts da área, que de economia pouco têm e onde proliferam interesses meramente políticos. Reconheço que nada pode ser mais patético que lutar contra a realidade, nadar contra a corrente, buscar incessantemente brechas por onde possa se erguer uma crítica minimamente razoável e que não seja “meros devaneios tolos a nos torturar”, como dizia Belchior em sua canção dos anos 1970. …Leia mais: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/vie


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